Vencer, convencer e “arrumar” com a eliminatória | SC Braga 3-0 TSC Bačka Topola

O SC Braga arrancou oficialmente a temporada 2023/24 com o pé direito! Na receção aos sérvios do Bačka Topola, a formação arsenalista cumpriu com a missão a que se propôs e ganhou vantagem importante na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, por força de um triunfo por 3-0.

Com José Fonte a ser o parceiro de Sikou Niakaté no eixo defensivo e Vítor Carvalho a alinhar no miolo, o Braga apresentou-se num 4-2-3-1, com Al Musrati e Vítor Carvalho a formarem o duplo-pivot e Pizzi a aparecer mais à frente destes dois. Nas alas, Ricardo Horta atuava pela direita e Bruma pela esquerda, procurando constantes permutas posicionais, sendo Abel Ruiz o ponto de referência do ataque bracarense.

Já o Backa Topola atuou num bloco baixo, num 3-4-3 com bola, com Nikola Kuveljić e Ifet Đakovac a formarem a dupla de meio-campo, ao passo que Miloš Cvetković e Nemanja Petrovic eram os laterais/alas direito e esquerdo, respetivamente. Na frente, Saša Jovanović atuava pela direita e Miloš Pantović pela esquerda (quase como segundos avançados), no apoio ao ponta de lança, Marko Rakonjac. Sem bola, era um 5-4-1, com os alas e os extremos a baixar para ajudarem a segurar os ataques adversários e a fechar as entrelinhas do futebol apoiado do Braga, não deixando muito espaço para a equipa arsenalista circular com calma e precisão.

No entanto, a equipa não se conseguia desdobrar ofensivamente, uma vez que nem os laterais se tornavam alas, nem os segundos avançados apoiavam corretamente o ponta de lança, não lhe conseguiam dar boas opções de passe. Ou seja, a equipa perdeu a batalha do meio-campo e nunca se encontrou no jogo.

O jogo foi praticamente de sentido único, com apenas o Braga a procurar a baliza adversária. Foi, realmente, uma exibição praticamente irrepreensível dos arsenalistas, ora na iniciativa com bola, ora nas recuperações à perda que conseguiu efetuar com grande sucesso.

Firme na troca de bola e forte na recuperação, faltou, no primeiro quarto de hora, maior acerto na definição nos últimos 30 metros de terreno. O Bačka Topola resguardava-se com as linhas bem cerradas, não deixando, tal como referido anteriormente, muito espaço para a equipa arsenalista circular a bola com calma e precisão.

Não sendo totalmente eficiente, o conjunto sérvio atenuou o problema, mas rapidamente surgiu outro caminho para a equipa do SC Braga canalizar o seu jogo. E foi pela esquerda que os minhotos tantas vezes ultrapassaram o adversário. De lá saiu, aos 17 minutos, o primeiro tento da partida: Cristian Borja deu curto e com classe para Bruma e o extremo fez o resto, ao fugir para zona central antes de bater Ilic com um remate potente e colocado ao primeiro poste. Um golaço!

Os forasteiros ainda procuravam algum oxigénio depois de um quarto de hora em que foram sufocados, mas nem sequer conseguiram reagir ao golo sofrido. Pior, sofreram outro logo de seguida. Abel Ruiz deu o apoio frontal, Pizzi identificou o espaço deixado em aberto pela movimentação do colega e rompeu nas costas da defesa contrária para depois não perdoar no cara a cara com Ilic. Dois golos em dois minutos e jogo praticamente resolvido.

Antes do intervalo, Bruma desenhou o melhor lance do encontro pela esquerda, ao deixar sentado um adversário antes de oferecer o golo a Al Musrati. O pontapé do líbio levava a direção do ângulo superior esquerdo da baliza sérvia, Ilic estava batido, mas surgiu um dos elementos defensivos a impedir o 3-0 com a cabeça. Lance que, se desse golo, correria certamente o Mundo inteiro!

Ao intervalo, assistia-se a uma vantagem confortável e justa dos Gverreiros do Minho. Os arsenalistas provaram todo o seu favoritismo em campo, partiram sem receios para cima do Backa Topola, colocando a nu todas as fragilidades do vice-campeão sérvio, que se tentou resguardar para tentar sair no contragolpe, ainda que sem grande sucesso, excetuando uma ou outra situação.

Žarko Lazetić fez entrar Milan Radin para o lugar de Marko Rakonjac e a equipa sérvia mudou para um sistema de 3-4-3, com Radin a ser o pivô defensivo, promovendo a subida de Đakovac para a frente do ataque, e ficando Kuveljić a seu lado. Formava-se, assim, um ataque móvel. Contudo, a vida continuava difícil para a formação dos Balcãs, que mantinha imensas dificuldades para sair do seu último reduto, com (muito) mérito para a reação à perda dos arsenalistas.

Assim, na segunda parte, o Braga continuou a controlar o encontro a seu bel-prazer, somando algumas oportunidades de golo, mas pecando quase sempre na finalização. Sem nunca perder o controlo da partida, até porque Matheus continuou a ser um mero espetador com vista privilegiada para o que acontecia no relvado, a verdade é que o Braga também se distanciou da baliza do adversário com o passar do tempo.

As alterações do conjunto sérvio estabilizaram a equipa defensivamente, mas ofensivamente não mudaram muito, ou seja, a estratégia passou sempre por defender de forma sólida e compacta para depois tentar sair em transições rápidas, de preferência nas costas dos defesas bracarenses, à procura de uma boa oportunidade de reduzir. A verdade é que a taxa de sucesso roçou sempre a nulidade, até porque, na frente, não existiam nem quantidade, nem qualidade de opções de passe. Uma equipa algo pálida e tímida de opções na frente, apesar da consistência defensiva no segundo tempo, portanto.

O SC Braga não forçou muito mais o andamento e o Bačka Topola revelou incapacidade para incomodar, mas ainda houve tempo para uma terceira explosão de alegria nas bancadas. Um erro colossal (péssimo passe) da defesa sérvia em zona proibida deixou a bola nos pés de Al Musrati, que serviu Álvaro Djaló para o 3-0, corria o minuto 87.

Triunfo tão justo, quanto inequívoco do SC Braga, frente a um adversário demasiado frágil para augurar à fase de grupos da Liga dos Campeões. Decididos a levar uma vantagem confortável para a Sérvia, os minhotos não deixaram os créditos por confirmar, tendo para isso apresentado uma circulação rápida, pressão eficaz à perda, posicionando-se, assim, de forma confortável para a segunda mão, que se joga na próxima terça-feira. Antes, porém, a equipa de Artur Jorge dá o pontapé de saída na nova edição da Liga Portugal Betclic, na sexta-feira, com a receção ao vizinho FC Famalicão.

Raul Saraiva
Raul Saraiva
O Raúl tem 19 anos e está a tirar a Licenciatura em Ciências da Comunicação. Pretende seguir Jornalismo, de preferência desportivo. Acredita que se aprende diariamente e que, por isso, o desporto pode ser melhor.

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