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cab la liga espanha

Está prestes a terminar uma era em Barcelona. Xavi Hernández anunciou a saída do clube, que acontecerá no final da presente época, para abraçar uma nova aventura no Al-Sadd, do Catar. Porém, não será um adeus, mas somente um “até já” aos blaugrana por parte desta lenda viva do futebol. Não será aqui que termina a bela história que liga o médio ao clube da Catalunha. Na hora de anunciar a saída do Barça, no qual passou toda a sua carreira, jurou-lhe amor eterno e deixou a promessa de regressar, seja como treinador ou dirigente, algo que, certamente, deixa um sorriso nos lábios de todos os simpatizantes do atual campeão espanhol.

Com 35 anos, o jogador com mais partidas oficiais pelos blaugrana (765) teve uma carreira repleta de conquistas, contando, mais precisamente,  27 títulos no total (que esta época podem ainda chegar a 29): oito ligas espanholas, duas Taças do Rei, seis Supertaças de Espanha, três Liga dos Campeões, duas Supertaças Europeias e dois campeonatos do mundo de clubes – todos estes pelo Barcelona -; um Campeonato do Mundo, dois Europeus e um Mundial Sub-20 – pela seleção espanhola, na qual conta 133 internacionalizações. A nível individual foi, ainda, três vezes finalista na eleição do Bola de Ouro.

A sua estreia oficial remonta a 18 de agosto de 1998, pelas mãos do holandês Louis van Gaal, na primeira mão da Supertaça de Espanha, ante o Maiorca, na qual jogou ao lado do seu atual treinador, Luis Enrique, tendo coroado a exibição com um golo.

Com um toque de bola sem igual e deslumbrando todos os amantes do desporto-rei, nos últimos 17 anos, com o perfume do seu futebol, Xavi alcançou o que poucos conseguiram. Personificou um estilo de jogo, o tão aclamado tiki-taka (visionado pela mente de Pep Guardiola), que teve como base fundamental a sua capacidade, acima da média, de passe e circulação de bola, aliadas a uma elevada clarividência em campo e noção de todos os tempos e ritmos pelos quais uma partida passa. É um verdadeiro líder dentro e fora de campo, um jogador com um entendimento tático que a todos os demais deixa inveja, que lhe permite controlar a construção ofensiva da sua equipa a seu bel-prazer, sempre disponível para receber a bola por parte dos seus colegas.

O capitão disse um "até já" ao clube do coração Fonte: Facebook do Barcelona
O capitão disse um “até já” ao clube do coração
Fonte: Facebook do Barcelona

A sua baixa estatura e fraco portento físico, ao contrário do que muitos lhe disseram no início da sua carreira, nunca foi um problema para um médio de tamanha qualidade, que fez da inteligência uma das principais armas para o seu sucesso no desporto-rei. “A velocidade do cérebro é mais importante que a das pernas”, frase dita por Xavi e que descreve bem o tipo de jogador que é, um génio não só dentro, como também fora das quatro linhas, que protagonizou uma carreira de jogar e fazer os outros jogarem. Ele e Andrea Pirlo, por quem sempre demonstrou uma elevada estima, cada um ao seu estilo, marcaram uma geração no que à construção de jogo diz respeito.

“Fico mais feliz por fazer uma assistência do que um golo”, foi outra das frases que proferiu e que marcam bem a sua mentalidade. Fosse através de passes curtos, longos, desmarcações, ou passes a rasgar a defensiva adversária, foram inúmeras as assistências que o vimos dar a Ronaldinho Gaúcho, Samuel Eto’o, Thierry Henry, Lionel Messi e, em termos recentes, a Neymar e Luis Suárez.

Foram vários os rumores da imprensa que deram conta da saída de Xavi no mercado de verão de 2014, mas o mesmo optou por permanecer nos blaugrana. E embora não tenha sido uma escolha regular de Luis Enrique para o onze inicial do Barça nesta temporada, entrando muitas vezes a escassos minutos do final dos encontros, somou ainda nove assistências na La Liga e fez denotar, sempre que entrou em campo, que ainda tem tanto para dar ao futebol do mais alto nível mundial.

No passado sábado, no seu último jogo para o campeonato espanhol, face ao Deportivo, teve uma bela homenagem dos companheiros, que usaram o lema «6ràcies Xavi» na camisola, e adeptos, que executaram uma bonita coreografia para o jogador que, a par do compatriota Iker Casillas, detém o recorde de jogos disputados na Champions (150). A tarde contou, ainda, com um discurso emocionado do capitão blaugrana. Quem o viu, decerto que não esquecerá tal momento, que fica gravado na memória de qualquer amante do futebol.

A 6 de junho, fará o último jogo pelo Barcelona, na final da Liga dos Campeões, contra a Juventus, sendo que pode juntar este título à liga espanhola (já vencida) e à Taça do Rei (final no sábado com Athletic Bilbao), conquistando, assim o triplete. Seria, de facto, um “até já” à medida do estatuto e da carreira protagonizada por esta lenda vida, Xavi Hernández, que certamente deixará saudade pela Catalunha. 6ràcies Xavi! 

Foto de Capa: Facebook do Barcelona

Fernando Gamito
Fernando Gamitohttp://www.bolanarede.pt
O Fernando Gamito é um estudante de comunicação e apaixonado pelo futebol, seja a praticar ou a discuti-lo fora das “quatro linhas”, o que o faz apostar num futuro no jornalismo. Ler jornais desportivos e jogar Football Manager são outras das suas principais preferências. Em Portugal, o seu coração bate pelo Sport Lisboa e Benfica. Lá fora, torce por Barcelona e Chelsea.                                                                                                                                                 O Fernando escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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