Uns dias depois de golearam a antiga equipa de Hansi Flick, o Barcelona volta a golear, desta vez ao Real Madrid por 4-0 em pleno Santiago Bernabéu.
O treinador alemão só chegou esta época ao comando técnico catalão, mas já vai deixando marcas na equipa, fazendo mesmo lembrar o seu antigo clube, Bayern de Munique, muito pela pressão alta que o técnico exige, ou mesmo pela agressividade na recuperação de bola e nas transições rápidas. No fundo, transforma nas suas equipas em máquinas impiedosas de marcar golos, mas a principal arma para o El Clásico deste sábado foi outra.
O jogo começou e nos primeiros minutos tivemos um Real Madrid a atacar o jogo. E bem, à meia hora de jogo, Kylian Mbappé marca o primeiro golo da partida, mas o VAR acaba por anular devido a fora de jogo. Um de vários, aliás, porque só na primeira parte foram marcados oito foras de jogo à equipa de Madrid e 12 no total.
De facto, a equipa de Barcelona parecia ter a lição muito bem estudada, com a sua linha defensiva muito subida, e por vezes também arriscada, dada a velocidade dos avançados merengues, mas acabava por sempre os apanhar na armadilha de fora de jogo.
A verdade é que os culés foram sobrevivendo às investidas da equipa da casa até chegar ao intervalo e no regresso para o segundo tempo, tudo mudou: após um bom início dos jogadores de Ancelotti, Marc Casadó (bom trabalho durante o jogo do médio e dos seus colegas, Pedri e Fermín López, na zona do meio-campo), fez um passe a rasgar os médios e defesas do Real Madrid, e Lewandowski na cara do golo não perdoou e inaugurou o marcador. 141 segundos depois, o avançado polaco bisou de cabeça após um grande cruzamento de Alejandro Baldé, fazendo lembrar os tempos onde dominava a Baviera sob o comando de Flick.
A equipa da casa parecia perdida em campo, ia colocando novas peças no jogo, foi arriscando mais e consequentemente, abrindo mais nos espaços e aí, os blaugranas não perdoaram: contra-ataque rápido, Raphinha leva a bola para Lamine Yamal, onde este aproveita para fazer o 3-0 e também para se tornar o jogador mais novo a marcar no El Clásico. E por falar em Raphinha, o internacional brasileiro quis também deixar mossa e conseguiu ainda marcar um golo picado sob Lunin.
O resultado deste jogo acaba por refletir aquilo que o técnico germânico tem feito pelos lados da capital catalã: reconstruiu o Barcelona, tornando-o de novo numa equipa competitiva, com bom futebol à mistura (algo que não se via há muito tempo), tem potenciado várias promessas da academia La Masia (nesta partida, seis jogadores do onze titular não ultrapassavam os 22 anos), “ressuscitou” Lewandowski (neste momento o avançado tem 17 golos em 14 jogos!) e apesar de forçada, devido à lesão de ter Stegen, deu a oportunidade a Iñaki Peña de brilhar no confronto! É como se Flick tivesse o toque de Midas!
Este Barcelona parece ser cada vez mais um caso sério a ter em atenção, não só porque abriu uma vantagem de seis pontos na La Liga para o segundo classificado, como na mesma semana conseguiu aplicar uma goleada (mais uma nesta época) de 4-1 sob o Bayern de Munique, podendo mesmo vir a tornar-se um dos candidatos a vencer a Liga dos Campeões.