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O eterno capitão

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Desde o longínquo ano de 1996 que o Atlético de Madrid não sabia o que era ir até à famosa Praça Neptuno festejar um título. E que enorme ano foi esse de 96, onde conseguiram a dobradinha. Treinado pelo jugoslavo Radomir Antic, que contava nas suas fileiras com Jose Luis Caminero, Milinko Pantic, Lyubolslav Penev, Kiko e o capitão Diego Simeone.

Parecia surgir uma nova era no futebol espanhol, em que o Atlético ressurgia depois de 19 anos sem vencer e poderia deixar uma marca. A verdade é que nos dois anos seguintes não conseguiram ir além de um quinto lugar, com um plantel que era um verdadeiro luxo e onde militava o Português Paulo Futre.

Em 1999/2000 surgiu o descalabro e acabou relegado para a segunda divisão. Os anos passaram e o clube foi procurando de novo o seu espaço. Construiu novos plantéis, abraçou novos projectos com diferentes treinadores, mas a verdade é que a dificuldade em chegar às decisões era clara. Parecia um clube habituado a falhar.

Paulo Futre foi capitão e uma das estrelas do Atlético Fonte: Getty Images
Paulo Futre foi capitão e uma das estrelas do Atlético
Fonte: Getty Images

Desde esse período, inúmeras estrelas rechearam o clube. De Torres a Vieri, nenhum destes jogadores e nenhum das dezenas de treinadores que por lá passaram foram capazes de celebrar um título com o Atlético. Mas eis que surge o ano de 2010, onde Kun Aguero, Diego Forlan e David de Gea, entre outros, sob o comando de Quique Flores, conseguem vencer a Liga Europa e devolver um título ao clube – por sinal o seu primeiro na Europa.

Dois anos passados e, já sem as suas estrelas entretanto vendidas a outros tubarões Europeus, o clube parecia entrar novamente numa dinâmica de “fome de títulos”, mal conseguindo qualificar-se para as provas europeias. Ao ritmo de um treinador por época, saiu Quique Flores e entrou Gregorio Manzano para a época de 2011/2012, que só chegou a Dezembro.
Voltavam as caras de preocupação no estádio, voltava o desânimo entre os adeptos. Até que chega, quase 20 anos depois, o eterno capitão, Diego Simeone.

El Cholo, como é conhecido, pega na equipa a meio da época – uma equipa amorfa, sem dinâmica de futebol, desorganizada e que vivia do seu enorme goleador Falcao – e transforma por completo o panorama dos colchoneros. Desde que Simeone entrou, não é só o futebol que está de volta, são também os títulos. Vence a Liga Europa nesse mesmo ano, ao futebol fantástico e total do Athletic de Bilbau do extravagante Marcelo Bielsa, vence a Taça do Rei no ano seguinte (2012/2013) e a Supertaça Europeia com uma goleada ao Chelsea. Hoje estamos a falar de uma equipa que é primeira classificada no campeonato espanhol a 4 jornadas do fim e está nas meias-finais da prova rainha da UEFA, a Champions League.

Simeone não tardou a levar o Atlético à conquista de títulos Fonte: Getty Images
Simeone não tardou a levar o Atlético à conquista de títulos
Fonte: Getty Images

Simeone trasnformou o clube à sua imagem, muito à semelhança do que fizeram e fazem os grandes treinadores, de Guardiola a Sacchi, de Lippi a Capello. El Cholo transformou o futebol do Atlético num futebol de luta, de crença, de garra, de suor. Como o próprio definia o seu jogo, “como um homem com uma faca entre os dentes”

Os grandes treinadores são assim: têm uma influência de tal forma importante que conseguem moldar o futebol da sua equipa à sua própria imagem e personalidade. Com uma clara opção táctica pelo 4-4-2, Simeone exige agressividade e compromisso e os jogadores demonstram-no em campo. Consegue extrair o melhor de cada um seja em situação que for e seja contra que adversário for. Mais do que um futebol moldado pela posse ou pela acutilância ofensiva, o seu futebol é único, é guerreiro. É a coesão o seu segredo, a sua imagem. Ali todos são um e um não é nada. Como disse uma vez Juanfran: “treinamos de diferentes maneiras, dependendo do adversário, mas treinamos sempre como se fosse uma final”.

O eterno capitão voltou e com ele voltou a alegria no Vicente Calderón. Uma equipa à imagem de Simeone, um estádio à imagem de um Coliseo de Gladiadores.

Nelson Nunes
Nelson Nuneshttp://www.bolanarede.pt
Nasceu há 28 anos e é um apaixonado pelo "fenómeno futebol" nas suas várias vertentes. Cresceu com o Dragão tatuado no coração, respira Porto e vive-o intensamente. Reside em Espanha, acompanhando de perto o futebol de nuestros hermanos.                                                                                                                                                 O Nelson não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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