«Uma equipa é como uma pequena vila»
A frase que aqui destaco ouvi-a certo dia da boca de Manuel Cajuda. Numa ação de formação para treinadores, o experiente técnico português comparou a construção de uma equipa a uma pequena vila e explicou porquê: primeiro constrói-se a estrada principal e depois vai-se compondo o resto. O Sevilla é um excelente exemplo do que Cajuda partilhou: tem uma rua principal de grande qualidade (Bono, Koundé, Fernando, Jordán, Rakitic, En-Nesyri) e junta isso “artérias” laterais que se afirmam como excelentes vias para ajudar à circulação (Navas, Acuña, Suso, Ocampos e tantas outras boas opções).
O mérito da construção deste plantel é de Monchi e de Lopetegui. As duas caras de um projeto que promete continuar a dar cartas e que já está de olho também no futuro. A perspetiva de poder contratar Javi Galán, lateral esquerdo do Huesca, encaixa na perfeição na ideia de Monchi de contratar jogadores que mostram qualidade para se poderem afirmar no nível competitivo a que o Sevilla já nos habituou.
🔴⚪️”Aunque sea un minuto, dejadme soñar”, MONCHI, director deportivo del SEVILLA, SUEÑA con #LaLigaSantander
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— El Chiringuito TV (@elchiringuitotv) April 18, 2021
«Mi club… mi puto club»
Em suma, o Sevilla é a prova de que a ideia da Superliga, na minha opinião, não olha para o futebol como um desporto que sempre foi, é e sempre será um desporto do Povo. Sendo verdade que cada vez é mais difícil aos clubes menos poderosos competir com quem tem mais capacidade financeira, também é verdade que o Sevilla está a mostrar que há outras formas de construir equipas financeiras sem ter as armas dos concorrentes diretos. E é esse mérito que deve ser premiado com a presença nas principais provas europeias. Que a maior prova de clubes a nível mundial nunca seja jogada num sistema de casamentos e batizados: por convite.
E termino com a frase com que Monchi se manifestou contra a Superliga Europeia nas redes sociais: “”Mi club… mi puto club. Si no existieras, habría que crearte. Orgulloso es poco. No a la Superliga europea”.
Artigo de opinião de Pedro Castelo,
narrador ELEVEN