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RC Deportivo | Quem te viu e quem te vê

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Para falarmos do mítico ‘Super Dépor’ é necessário voltar um pouco atrás no tempo. Dessa forma, sugiro que recuemos ao dia 19 de maio de 2000. Nesse dia, em Espanha, as atenções estavam todas voltadas para o encontro entre RC Deportivo e o RCD Espanhol, referente à 38.ª e última jornada do campeonato. Em caso de vitória, a formação galega conquistava o tão desejado primeiro troféu de campeão espanhol.

Ainda algo traumatizados com aquilo que acontecera em 1993/94 – o famoso penálti falhado de Djukic, na última jornada, que silenciou o Riazor e deu o ‘tetra’ ao Barcelona de Johan Cruyff  -, os adeptos blanquiazules não se retraíram e voltaram a encher o estádio. Desta vez, o final foi feliz. Sob comando de Javier Irureta, o Deportivo escreveu, na viragem do século, a melhor página da sua história.

Entre 1995 e 2002, o ‘Super Dépor’ conquistou duas Taças do Rei, três Supertaças e uma Liga Espanhola. Em 2004, depois de eliminar a Juventus FC e o AC Milan, chegou às meias-finais da Liga dos Campeões. Acabaria eliminado pelo FC Porto.

No entanto, o tempo do ‘Super Dépor’ já acabou. Passados mais de 20 anos desde o conto de fadas, o clube milita atualmente na Primera División RFEF (a terceira divisão de Espanha). Sair do fundo do poço não está a ser tarefa fácil para este Deportivo que tem sido constantemente massacrado.

Ainda assim, não há erros de gestão que possam apagar a chama dos adeptos blanquiazules. Mesmo na terceira divisão, o Deportivo é o 10.º clube que mais lugares anuais vende em todo o futebol espanhol. No entanto, ainda que os erros do passado não tenham retirado a paixão aos adeptos, arrastaram, isso sim, o clube para a lama. Uma grave crise financeira “obrigou” o Depor a recorrer a vários empréstimos bancários que não trouxeram nada de positivo. Aliás, a dependência desses empréstimos tornou-se de tal maneira gigante que em 2020 o Abanca, conhecido banco espanhol, tornou-se o acionista maioritário do clube.

Sem se saber ao certo qual o principal interesse do Abanca com o Deportivo, ou pelo menos ignorando propositadamente a possibilidade de este não ser de todo o sucesso desportivo de um clube apaixonante, a verdade é que o Corunha tem tido sempre orçamentos acima da média para a realidade do terceiro escalão. No entanto, não tem conseguido subir de divisão. Desse modo, Juan Carlos Escotet Rodríguez, o dono do Abanca, possivelmente descontente com a quantidade de dinheiro que tem perdido, tem-se limitado a operar grandes revoluções, principalmente no comando técnico da equipa.

Nas últimas quatro temporadas, foram sete os treinadores que passaram pelo clube.

Números que preocupam e demonstram o desnorte que por lá anda. A fórmula parece ser simples: mudar até funcionar (ou até alguém se cansar). Uns perdem dinheiro, outros veem o seu clube afundar-se cada vez mais num buraco.

E depois há Lucas Pérez. Nasceu em Corunha, já havia representado os blanquiazules por três ocasiões e sempre foi um confesso adepto do Deportivo. Pagou a sua própria cláusula de rescisão e saltou da primeira para a terceira divisão, só para poder voltar ao seu clube (talvez ainda haja algum amor à camisola). Entretanto, Lucas Pérez não conseguiu fazer o Depor subir, mas ainda foi a tempo de contribuir com nove golos e três assistências em 21 jogos. Nesta temporada, o experiente avançado de 35 anos soma apenas um golo e dois passes para golo em nove encontros. O espelho perfeito de um início de campeonato algo tímido da equipa (para já) orientada por Imanol Idiakez. O técnico de 51 anos vem de uma época menos bem conseguida, na qual acabou despedido do comando técnico do CD Leganés.

De facto, o início não foi convincente, mas o Depor soma por três vitórias os últimos três jogos. Uma sequência que pode animar e reacender a esperança numa eventual promoção. Para já, volvidas 10 jornadas, o Deportivo é 11.º classificado, resultado de três vitórias, cinco empates e duas derrotas.

A última época foi difícil para as gentes de Corunha, que viram a equipa falhar a subida de divisão perto do final da temporada e ainda testemunharam a morte da maior figura da história do clube. Isto porque no Real Club Deportivo de La Coruña uma desgraça nunca vem só.

Arsénio Iglésias foi jogador e treinador do Deportivo. Entre essas funções, Iglésias fez 714 jogos pelo Corunha durante um período de 25 anos.

Contudo, este momento triste do Deportivo traz à tona algo sempre especial no futebol: o amor e apoio incondicional dos adeptos. Enchem estádios e ruas para gritar pelo clube que tanto adoram, festejam nas vitórias, choram nas derrotas e continuam a ser um exemplo de um amor cego ao clube do coração. Um amor que não olha a divisões e títulos.

O Deportivo até pode ter nascido para sofrer, mas terá sempre uma cidade preparada para o reerguer. Um dia, o Depor (sendo ‘Super’ ou não) voltará aos grandes palcos do futebol espanhol. Resta saber se será com outro peso ou se continuará a ‘brincar’ com os corações de milhares de adeptos blanquiazules.

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