Na última deslocação europeia do ano, a equipa minhota procurava sair de cena da melhor maneira, ou seja, vencendo. A tarefa é que parecia hercúlea, uma vez que o registo lusitano em solo alemão costuma deixar a desejar. Ainda para mais, as águias negras nunca tinham perdido em casa frente a equipas portuguesas e o Vitória SC ainda não tinha vencido nesta competição este ano.
Os minhotos, já eliminados da competição, entraram destemidos na partida e a fazer lembrar o jogo de Londres, iniciaram muito bem o desafio e colocaram-se em vantagem muito cedo. Numa jogada polémica, em que os alemães reclamaram falta, o jogo prosseguiu e Rochinha, solto no corredor direito, recebeu o passe e atirou a contar, marcando o seu segundo golo europeu e inaugurando o marcador na Commerzbank Arena.
Mais uma vez nesta Liga Europa, via-se um Vitória SC positivo, a jogar com os setores muito próximos, com uma boa reação à perda da bola e com uma boa capacidade de entreajuda. Nos primeiros 25′ existiu muito espaço para a equipa trocar a bola e notava-se a qualidade à qual Ivo Vieira já nos habituou.
No entanto, e sem que se fizesse prever, o guardião vitoriano decidiu colocar os alemães no jogo, permitindo o empate de forma caricata. Ele que momentos antes proporcionou uma grande defesa a cabeceamento de Paciência. Num lance completamente inofensivo, Miguel Silva borrou a pintura, ao não agarrar uma bola cabeceada por Danny da Costa para o ar. É uma daquelas bolas que todos os guardiões agradecem, nem a oposição de um jogador contrário poderia ser motivo para a deixar escapar. Quem agradeceu foram os jogadores do Eintracht, que ainda devem estar para perceber como foi possível tal oferta. Dos golos mais fáceis da carreira, com certeza.

Fonte: UEFA Europa League
Uma situação que interferiu no jogo, pois o Eintracht acabou por marcar o segundo ainda antes do descanso. Numa perda de bola do ataque português, os alemães saíram rápido e foi Kostic a cruzar da esquerda para Kamada que, sozinho na área, desfaz a igualdade. Um castigo demasiado pesado para os portugueses, mas sabe-se que na Europa a música é outra.
Na segunda parte, as águias negras entraram melhor mas o Vitória SC aguentou bem e ia conseguindo discutir a partida. Sentia-se que a equipa podia fazer algo mais, conseguindo ser perigosa no último terço. O melhor exemplo foi um remate à trave de Florent que serviu para alertar o conjunto da casa.
O jogo estava interessante, com a imprevisibilidade a ser nota dominante. Mérito para as duas formações que colocavam vivacidade e intensidade nas ações e o espetador agradecia. O conjunto português ia acreditando que era possível e ao longo do segundo tempo foi acumulando alguns cantos perigosos. Entretanto, Ivo Vieira mexia na equipa com a ambição de chegar ao golo, principalmente com as entradas de Bonatini e Bruno Duarte.
E foi através de um canto que surgiu o tão procurado tento, num lance algo feliz, quando Al Musrati escorrega e mesmo assim consegue marcar. Dois minutos depois, novo momento de felicidade, quando Edwards penetra para o centro e, com espaço, consegue o remate que desvia num adversário e só a vê a bola parar no fundo da baliza. Se o Vitória SC, até então, não estava a conseguir aquilo que fazia por merecer – que era marcar – a justiça fez-se a dobrar. O Eintracht bem tentou responder até ao final, mas desta vez foram os portugueses a sair com o triunfo.
A aventura europeia termina com a sensação de que podia ter sido feito algo mais. Este triunfo não foi por acaso, assim como a derrota em Londres não foi bem encaixada e os duelos com os belgas de Liège podiam ter sido diferentes. Pode ter faltado a experiência europeia necessária para encarar estes duelos e esta ganha-se com presenças frequentes. Assim que alcance a assiduidade desejada nestas andanças, o clube vai conseguir responder melhor em território europeu. Para já, foi um desfecho bastante positivo, com a promessa de voltarem mais fortes.
ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES:
Eintracht Frankfurt – Frederik Ronnow (GR), Danny da Costa, Martin Hinteregger, David Abraham, Makoto Hasebe, Daichi Kamada, Djibril Sow, Sebastian Rode (Gelson Fernandes, 78’), Filip Kostic, André Silva (Gacinovic, 73’) e Gonçalo Paciência.
Vitória SC – Miguel Silva (GR), Victor Garcia, Frederico Venâncio, Pedro Henrique, Florent Hanin, Al Musrati, Pêpê Rodrigues, Denis Poha (Bruno Duarte, 82’), Rochinha (Edwards, 69’), André Pereira (Bonatini, 65’) e Davidson.