A abordagem táctica do jogo é fácil de explicar. Gent com maior pendor ofensivo, sempre com dificuldades em definir da melhor forma as jogadas. O Sporting de Braga a especular demasiado com o jogo, num 4-4-2 pouco dinâmico em que os alas – Ricardo Horta e Wilson Eduardo – passavam mais tempo em processo defensivo do que ofensivo. O jogo não saiu desta monotonia e desta ordem táctica: Gent a dominar territorialmente e o Braga a tentar ocupar os espaços da melhor forma. Ainda assim, o Braga esteve por duas vezes em vantagem, através de dois remates de dois dos seus desequilibradores, Horta e Wilson- as recargas de Hassan e Stojiljkovic transformaram os remates em golos. As duas vantagens foram anuladas com naturalidade pelo Gent que, sempre que acelerava o jogo, causava perigo a Matheus. Mais uma vez, a monotonia estava presente: O Braga empatou em dois lances quase idênticos e sempre que o Braga marcava, a equipa de Peseiro não conseguia retirar daí nada de novo para o encontro. O intervalo chegava com mais do mesmo.

Fonte: SC Braga
No segundo tempo, imagine-se…nada mudou. O jogo continuou com as mesmas bases tácticas e, nem os treinadores pareciam ter intenções de mudar, nem os jogadores mostravam-se capazes de tirar um coelho da cartola. Apenas as ações ofensivas de Horta e Wilson retiravam previsibilidade ao jogo do Braga e permitiam à equipa criar algum perigo na defesa adversária, sem precisar dos erros do Gent. Do lado belga, Esiti era o transportador/organizador de todo o jogo do Gent, que assentava no talento individual dos seus homens da frente. A equipa belga aproveitava cada momento em que a organização defensiva do Braga quebrava – particularmente no eixo central, com Rosic a acumular erros e André Pinto ainda diminuído fisicamente.
O Braga até final mostrou-se sempre demasiado preso e amarrado tacticamente. Nem conseguia controlar o jogo com bola, nem conseguiu lançar contra-ataques rápidos. Peseiro ainda tentou dar mobilidade ao ataque com a entrada de Rui Fonte, porém a história já estava escrita há muito. Moral da história: a monotonia e o futebol não devem andar de mão dada.