Lionel Messi na Liga Francesa: O “astro” que tarde em se (re)afirmar

Foi no mercado de transferências de Verão que uma das mais bonitas histórias do futebol mundial viria a terminar: a ligação entre Lionel Messi e FC Barcelona não era mais sustentável e por isso chegou a hora do argentino procurar um novo clube para brilhar.

As opções eram muitas, logicamente, uma vez que todos os clubes do mundo faziam questão de poder contar com os serviços do melhor jogador de sempre, mas o desfecho acabou por ser aquele que, para muitos, era o mais indesejado de todos: a ida para o Paris Saint-Germain. Não só por ser já um clube cheio de estrelas, como Neymar, Mbappé, Sérgio Ramos, Di Maria, entre muitos outros, mas essencialmente pelo facto de ser uma equipa que raramente tem competição interna, o que torna a Liga Francesa pouco competitiva e interessante de acompanhar.

Ainda assim, Paris seria mesmo a nova cidade do astro argentino e era agora altura de perceber se, e como muitas vezes se disse, “Messi só era bem-sucedido no conforto do FC Barcelona”.

A verdade é que já 22 jogos se jogaram no campeonato e Messi marcou apenas um dos 46 da equipa em toda a competição. Sabemos que o argentino sempre foi muito mais do que golos, mas a verdade é que este é um número que merece alguma análise para alguém que já foi coroado sete vezes como melhor jogador do mundo, e que justifica de ano para ano todas as nomeações individuais que merece.

Começando por alguns números, é verdade que Messi apenas participou em 12 desses 22 jogos, somando “apenas” 892 minutos. Para além disso, já fez também quatro assistências, o que dá uma participação em golo a cada 178 minutos, ou seja, mais ou menos a cada dois jogos. E este continua a ser um número muito curto.

Numa outra perspetiva, e se falarmos de Liga dos Campeões, onde o Paris Saint-Germain irá defrontar o Real Madrid CF nos oitavos de final, observamos que Lionel Messi tem, em cinco partidas realizadas, cinco golos marcados, o que dá um golo por jogo. Não é a melhor estatística que já o vimos fazer, naturalmente, mas é uma estatística bastante aceitável para alguém que partilha o palco com muitas estrelas como acima referimos.

Pois bem, o futebol é muito mais do que números, e Messi é a prova viva disso mesmo, mas neste caso em particular eles dizem-nos coisas bastante interessantes sobre esta mudança do pequeno mágico para Paris. Não é, de todo, um começo surpreendente e animador, mas será verdade que Messi está já numa fase descendente da carreira? Ou podemos falar aqui de uma questão de desmotivação de alguém que, já tendo ganho tudo por mais do que uma vez, não está muito preocupado com um campeonato onde o Paris Saint-Germain, sem jogar minimamente bem, já leva onze pontos de vantagem sobre o segundo classificado?

A verdade é que a equipa francesa não contratou Messi para vencer o campeonato, ainda que o ano passado o tenha perdido para o LOSC Lille, e argentino talvez se esteja a “guardar” para aquilo que realmente interessa ao clube, que é vencer a Liga Milionária. Neste tipo de situações, nós adeptos que estamos de fora, nunca sabemos exatamente aquilo que se passa internamente, e por isso é sempre arriscado argumentar que “Messi está acabado” ou coisas do género. Como acontece com Cristiano Ronaldo. Se há jogadores que no jogo a seguir conseguem calar todas as críticas, são eles, e nesse sentido é sempre necessária alguma cautela para que as afirmações não envelheçam demasiado rápido.

Por aí, muitas outras estatísticas vão saindo, feitas pelos olhares mais atentos, como esta que nos diz que o argentino fez já 44 remates em todo o campeonato, tendo conseguido marcar esse golo solitário frente ao FC Nantes. Não é, independentemente das circunstâncias, uma temporada nada famosa para o antigo jogador do FC Barcelona, mas creio que este não é caso para dizer que não se adaptou bem, muito menos que o jogador está acabado e a partir daqui é sempre a descer.

Talvez não esteja a lidar tão bem com o facto de ter de partilhar o palco com muitas outras estrelas, talvez não esteja motivado para se exibir ao melhor nível no campeonato, mas creio que todos sabemos que se o clube, por algum milagre, precisar dele para vencer a competição, ele aparecerá ao melhor nível a fazer aquilo que nos encantou durante os últimos 15 anos.

Dentro do panorama previsível, em que os parisienses vencem o campeonato de forma tranquila, resta-nos esperar para ver os números que o argentino vai fazer até ao fim da época, e que contributo conseguirá dar na tão desejada Liga dos Campeões. Mas uma coisa é certa, e dessa nunca nos podemos esquecer: o melhor jogador da história do futebol sempre foi muito mais do que golos e assistências.

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Guilherme Vilabril Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
O Guilherme estuda Jornalismo na Escola Superior de Comunicação de Comunicação Social e é um apaixonado pelo futebol. Praticante desde os três anos, desde cedo que foi rodeado por bola e por treinadores de bancada. Quer ser jornalista desportivo, e viu no Bola na Rede uma excelente oportunidade para começar a dar os primeiros toques.

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