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Roberto De Zerbi | Quem é o mentor de Francesco Farioli?

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O futebol italiano, que produz formações com excelentes defesas, também tem um grande elenco de talentos fora das quatro linhas: treinadores. De Gattuso a Ancelotti, Inzaghi a Spalletti, Roberto De Zerbi continua a construir o seu currículo, cada vez mais com a ambição de chegar ao patamar dos seus compatriotas.

O treinador do Marselha, que também é mentor do atual treinador do FC Porto, Francesco Farioli, também italiano, é conhecido pelo seu percurso ilustre no Brighton. Lá, melhorou e superou as fundações e condições deixadas por Graham Potter, conseguindo uma qualificação histórica para a Liga Europa.

Os primeiros clubes da carreira de De Zerbi enquanto treinador quase acompanharam ou igualaram o estatuto de jogador itinerante adquirido durante a sua carreira futebolística, na qual foi emprestado nove vezes e passou brevemente por clubes como o Milan (onde foi formado), o Nápoles e o CFR Cluj da Roménia, antes de se retirar em 2013 ao serviço do Trento.

Sassuolo

Roberto de Zerbi a treinar o Brighton
Fonte: Brighton and Hove Albion FC

No mesmo ano da aposentadoria, De Zerbi iniciou aquilo que viria a ser a sua fase mais bem-sucedida no mundo do futebol. Depois de ter estado em vários clubes italianos das divisões inferiores, acabou por chegar ao Sassuolo, onde o seu sistema de um 4-3-3 fluído resultou numa versão cativante e inesperada do futebol praticado na cidade de Emilia. O clube registou a melhor média de posse de bola na Serie A em 2020/21 (60,8%). O controlo do jogo era feito sobretudo pelos laterais, pelos médios defensivos e pela troca constante entre os números nove e dez, tanto na posição como nos passes. Ficou claro que a tendência era abrandar o jogo quando necessário (quase sempre), sem arriscar perder o controlo, tanto a nível defensivo como no ataque, através de bolas longas.

O sucesso de De Zerbi foi inesperado, sobretudo tendo em conta os primeiros insucessos enquanto treinador do Palermo e do Benevento, onde a principal missão era garantir a manutenção de ambos. 

Foi neste último clube que Farioli foi convidado por De Zerbi, devido ao seu trabalho como parte da equipa técnica no Catar e à análise de uma das equipas que o seu mentor tinha treinado antes de chegar ao principal escalão italiano.

Muitos dos traços do atual treinador do Marselha estão presentes no estilo de jogo do Porto de Farioli, nomeadamente a intensidade no ataque e a troca constante de funções entre médios e laterais, consoante o ritmo de jogo, bem como a construção de jogo a partir do meio-campo (algo comprovado pela presença de Nehuen Perez, Jan Bednarek e Jakub Kiwior, três defesas centrais que se encontram entre os dez jogadores com mais passes eficazes por 90 minutos na Primeira Liga esta temporada).

Quando assumiu o cargo no Sassuolo, De Zerbi enfrentou, pela primeira vez na carreira, uma situação menos frágil do que as anteriores, em 2018. Com o apoio da direção, o Sassuolo conseguiu, por duas épocas consecutivas, estar na luta pelas vagas europeias, ao terminar em oitavo lugar.

Shakhtar Donetsk

Roberto de Zerbi
Fonte: FK Shakhtar

Após obter o reconhecimento pelas suas proezas táticas com o Sassuolo, o treinador deixou a Itália para dirigir o Shakhtar Donetsk na Ucrânia. A ambição de reconquistar o campeonato nacional colocou De Zerbi, pela primeira vez na sua carreira, numa posição de disputa por um troféu. Como resultado, aumentou a exigência e a sua reputação.

Numa liga onde a alta pressão das equipas marca o ritmo de jogo, De Zerbi adaptou-se e manteve-se fiel ao seu plano de jogo demonstrado no Sassuolo, mas agora com a adição de uma base maioritariamente compacta de sete jogadores no seu próprio meio-campo, dos quais o médio defensivo e o lateral apoiam a construção central do jogo e as mudanças posicionais típicas do seu número nove, para perturbar o espaçamento dos defesas adversários e criar situações de desvantagem numérica, invertendo muitas das dificuldades de jogar contra oposições deste género.

Com a guerra na Ucrânia, o campeonato terminou de forma abrupta, com o Shakhtar no primeiro lugar da tabela classificativa, com uma vantagem de dois pontos. Embora o título nunca tenha sido atribuído, o treinador deixou o clube apenas com a Supertaça da Ucrânia, mas deixou também um sinal de que o futuro seria promissor.

Brighton

Roberto De Zerbi Brighton
Fonte: Brighton & Hove Albion FC

A saída de Graham Potter em 2022 para iniciar uma nova era no Chelsea, que se tinha reformulado para se tornar um gigante europeu, desta vez com Todd Boehly na gerência, fez com que o Brighton e De Zerbi se conhecessem no momento certo. Os objetivos de ambas as partes foram alcançados, com Potter a deixar um Brighton carregado com as maiores aspirações, após ter terminado num excelente nono lugar e De Zerbi a dispor de um elenco que tinha as condições necessárias para qualificar-se para as competições europeias.

O técnico não precisou de uma grande janela de se adaptar  à Premier League, pois a sua forma de jogar fez com que os adversários se adaptassem à sua construção atípica ao ritmo elevado do campeonato. A presença de um elenco já cotado pelos clubes, devido às suas prestações durante a era Potter, facilitou a transição para De Zerbi. Após aceitar a proposta para se juntar à equipa técnica, De Zerbi apenas procurou melhorar as condições encontradas.

Com Kaoru Mitoma, Alexis Mac Allister, Moisés Caicedo, Levi Colwill e João Pedro, a equipa chegou às competições europeias e continuou a desenvolver e a destacar jogadores como Van Hecke, um defesa central que não teve muitas oportunidades de jogo com Potter e que agora está presente nas últimas convocatórias de Ronald Koeman para a seleção dos Países Baixos antes do Mundial de 2026.

Além disso, estabeleceram-se recordes e ocorreu uma evolução do estilo de jogo. Na primeira temporada, o Brighton registou a segunda melhor média de posse de bola na Premier League (60%), apenas atrás do Manchester City de Guardiola. De Zerbi passou do controlo do ritmo para o domínio total nos confrontos, atingindo no final de várias instâncias, cerca de 70% de posse de bola, algo que, segundo o italiano, só aconteceu devido à confiança acrescida dos jogadores na sua filosofia de realizar uma construção curta de jogo contra as melhores equipas.

Criou momentos icónicos para os adeptos do clube, desde o domínio total no Emirates (0-3), que destruiu as esperanças de Arteta de ganhar um título à primeira, até à primeira vitória em casa, com uma goleada ao Chelsea do seu antecessor Potter por 4-1. O que pareceu arriscado na altura foi aclamado por Guardiola, que se juntou ao restrito clube de treinadores que implementam um estilo mais reservado e, talvez, anti-transições, num mar repleto de contra-ataques e verticalidade na Premier League. Como o tempo não é infinito, a saída de De Zerbi do Brighton para o Marselha reduziu o número de elementos do clube. Nesse momento, as ideias de ambos, Guardiola e De Zerbi, começaram a ser amplamente substituídas. Este aspeto é crucial e alguns treinadores, como o do Manchester City, ainda o recusam admitir. (ou pelo menos mudar)

Marselha

Roberto De Zerbi Pablo Longoria Olympique Marselha
Fonte: Olympique Marselha

Talvez o desafio mais interessante e importante da carreira do italiano de 46 anos, que lhe permitirá entrar no restrito clube de treinadores italianos vencedores nas principais ligas europeias e cimentar um legado que, por agora, se resume a influências.

Na primeira temporada ao comando da equipa do Stade Vélodrome, o clube terminou em segundo lugar, algo que De Zerbi nunca tinha conseguido a este nível. No entanto, o que pode ser um feito para uns, é o cúmulo para outros. Claramente, a qualificação para a fase principal da Liga dos Campeões, após três anos, não oculta a falta de competitividade contra o PSG de Luís Enrique: o Marselha ficou a 19 pontos do campeão, que garantiu o título um mês antes do final do campeonato.

Durante uma janela de verão com vários  rumores sobre a sua saída, De Zerbi continua e com grandes alterações no esquema defensivo, integrando campeões do mundo como Benjamin Pavard no elenco, assim como Nayef Aguerd, Leonardo Balerdi e Emerson Palmieri, jogadores que o italiano escolheu para manter a linha alta e ditar os momentos de antecipação para o ataque. Por falar, nas posições avançadas, os diferentes perfis de Aubameyang, Amine Gouiri e o jovem sensação Robinio Vaz, são fundamentais à nova abordagem dinâmica do treinador no ataque. O primeiro traz experiência, o segundo criatividade e o terceiro funciona como um outlier do plano tático de De Zerbi, sendo uma combinação de ambos, especialmente com a movimentação letal no ataque que destabiliza os adversários.

Vaz deverá ser uma aposta de De Zerbi, nos próximos meses do onze inicial, com a lesão de Gouiri, e após a grande exibição contra o Le Havre, antes do Marselha rumar a Alvalade.

Atualmente, o Marselha está em primeiro lugar na Ligue 1, com duas exibições de aplaudir na Liga dos Campeões e uma vitória no dérbi contra o campeão francês (apesar das dificuldades do PSG em entrar em forma, devido às baixas de Dembélé, Barcola, João Neves e outros). Em apenas 10 jogos, a equipa já tem uma base crucial para competir por troféus.

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