5 bons sucessores de Mauricio Pochettino no Chelsea

    O Chelsea anunciou durante esta semana o despedimento de Mauricio Pochettino, técnico argentino que tinha assumido o posto no verão de 2023, num projeto que aparentava ser de longo prazo. A turma do Stamford Bridge terminou a Premier League no sexto posto, conseguindo a qualificação para as competições europeias (a final da Taça de Inglaterra, entre Manchester City e Manchester United, vai decidir se os blues vão marcar presença na Conference League ou na Liga Europa).

    O timing de despedimento do ex- PSG é algo questionável (apesar de nunca ter sido amado pelos aficionados, dada a sua relação com o Tottenham), já que a época do Chelsea foi de menos a mais, a finalizar com cinco vitórias consecutivas e com apenas duas derrotas desde fevereiro, além do carinho que os jogadores nutriam pelo seu líder. Se esta decisão fosse tomada em dezembro, até teria sido compreensível. Era complicado pedir mais ao Chelsea que este sexto lugar, que é muito mais saboroso que o oitavo do Manchester United, que conta, na teoria, com um plantel mais forte. Pelo menos esta era análise realizada no princípio de 2023/24.

    Seja como for, o Chelsea terá agora que eleger um novo nome para a chefia do projeto, que definirá qual o rumo que o mesmo vai manter. Continuará a existir uma aposta em jovens ou serão chamados alguns elementos mais experientes? Haverá uma nova revolução de plantel, com dezenas de contratações a cargo de Todd Boehly (que está claramente a prazo na presidência) ou uma maior contenção e aproveitamento do que existe?

    Uma casa não se constrói pelo telhado e os londrinos têm que verificar o perfil de técnico a contratar, antes mesmo de definir outros pontos chave, como contratar atletas. Exemplo: se é para fechar com um timoneiro que goste de experiência, não se vai comprar promessas. Falamos de uma peça de um puzzle que deve encaixar na perfeição naquilo que é a ideia dos responsáveis do Chelsea, que gastam muito e têm ganho zero, embora com Mauricio Pochettino pareciam estar a construir algo a longo prazo, visto que era impossível ganhar já, face à qualidade dos adversários e à juventude/falta de rotação do plantel, que tinha vários elementos novos, tal como o treinador, que demorou um certo tempo a impor a sua filosofia, algo natural.

    Este texto não serve de crítica ao despedimento de Mauricio Pochettino, mas sim apresentar cinco opções para o banco do Chelsea, diferentes entre si, mas que sigam uma linha de pensamento, já que ainda não se percebeu bem qual é a dos blues.

    Kieran McKenna

    Kieran McKenna a treinar o Ipswich Town
    Fonte: Ipswich Town FC

    O técnico mais apontado. Neste momento, a maioria das fontes de informação apontam Kieran McKenna como o mais provável treinador do Chelsea. Para quem assiste a futebol ao de leve, não percebe bem porquê. Contudo, o inglês levou o Ipswich Town de regresso à Premier League, com duas subidas de divisão consecutivas. Poucos (se não mesmo nenhuns) analistas davam os tractor boys como uma equipa capaz de ombrear com Leicester City ou Leeds United pela promoção, mas a verdade é que o conseguiram.

    Isto foi trabalho de autor. Kieran McKenna é um nome de um especialista em ganhar, em fazer trabalhos de quilate, quando poucos o esperam. Não há dúvidas que irá chegar a um grande do futebol inglês, embora não se esperasse que desse o salto tão rápido. Quiçá, um passo pelo Brighton, onde as expetativas são mais reduzidas, fosse o ideal. Porém, se o Chelsea quer apostar num jovem promissor com profundo conhecimento do desporto-rei em Inglaterra, está aqui o nome ideal. Além disso, é um produto “Escola José Mourinho”, algo que vale muitos pontos. Pode-se ganhar no imediato? Talvez, mas com um Manchester City e um Arsenal assim, é melhor pensar no longo prazo.

    Zinèdine Zidane

    Zinédine Zidane Real Madrid apontado ao Bayern Munique
    Fonte: Real Madrid CF

    O técnico que adora ganhar troféus. A única experiência que temos de Zidane como treinador principal é no Real Madrid. Isto é bom e mau ao mesmo tempo. Por um lado, quase só o vimos a ganhar a transformar-se num timoneiro titulado, depois de anos de aprendizagem com outros líderes, como Carlo Ancelotti. Por outro lado, não sabemos como o gaulês funcionaria se assumisse um não favorito.

    E, neste momento, é isso que o Chelsea é. Quanto muito, é um candidato ao top 4 e Zidane poderia ter algumas dificuldades em assumir esse rol. Por outro lado, teríamos um nome imponente, a quem seria dado tempo por parte dos adeptos, algo que faltou com Mauricio Pochettino, que lhe foi colocada um pouco a feição de vilão. Neste caso, falamos de um vencedor, de alguém que sabe o que é ganhar. E isso em Stamford Brigde desaprendeu-se. É necessário um professor para colocar a ordem no lugar.

    José Mourinho

    José Mourinho antes de jogo da AS Roma e elogiado por Rivaldo
    Fonte: AS Roma

    O técnico que deixou saudades. Quando o Chelsea fica sem treinador, José Mourinho é um dos candidatos que terá obrigatoriamente que surgir. Foi o special one que levou o emblema para a ribalta e o transformou no gigante europeu que é hoje. Mais do que habituado ao futebol inglês, que conhece como a palma da sua mão, o português teria aqui uma oportunidade de relançar a sua carreira e provar que ainda tem capacidade de lutar por títulos.

    É complicado para o Chelsea fechar com um nome de luxo, com Pep Guardiola ou Carlo Ancelotti (pensando que estão desempregados) e José Mourinho é alguém que já esteve nesse patamar, com provas dadas. Embora os blues atuais sejam uma casa bem diferente da era Roman Abramovich, é fácil de imaginar o retorno do filho ao seu lar.

    Rúben Amorim

    Rúben Amorim Sporting
    Fonte: Luís Batista Ferreira / Bola na Rede

    O técnico mais lógico. Sim, ele não vai embora. Contudo, encaixar Rúben Amorim no projeto do Chelsea é de fácil imaginação. A sua comunicação é perfeita, joga preferencialmente com três centrais e não tem medo de apostar em nomes de alto risco. Um plantel com uma idade média tão pequena é o ideal para ele. Afinal, o Sporting que Rúben Amorim teve que aperfeiçoar começou mesmo assim, com muita formação e dois/três nomes experientes.

    A equipa do Chelsea é um pouco isto. Muita matéria prima, com alguns elementos com mais experiência. Moldar é uma das especialidades de Rúben Amorim e há muito material para ser desenvolvido no Stamford Bridge. Além disso, o emblema de Londres sempre gostou de vir a Portugal. Veio cá buscar José Mourinho, André Villas-Boas e até Luiz Felipe Scolari passou por lá. Neste momento, não há nome mais apetecível no mercado português que o antigo médio.

    Míchel

    Míchel a celebrar vitória do Girona
    Fonte: Girona FC

    O técnico que tem que dar o passo seguinte. Depois de uma fase de excelência de Míchel no Girona, talvez o verão de 2024 seja o timing ideal para o espanhol dar o passo. Porquê? Os catalães dificilmente vão conseguir a qualificação para a Champions League na próxima temporada, mesmo que façam um bom campeonato. A concorrência na La Liga é alta, com várias equipas a lutarem pelo acesso às competições europeias e que podem surpreender e chegar à disputa pelo pódio. Míchel sairia pela porta grande, com louvores e um lugar na história.

    Além disso, o Chelsea é o destino ideal: tem muitos jovens, algo que o técnico sabe trabalhar muito bem, veja-se o caso de Sávinho ou de Miguel Gutiérrez. Um outro ponto forte é o estilo de jogo. Os catalães jogam muito bom futebol, agradável à vista, mesmo quando os resultados não são tão positivos. Nos blues a sua adaptação teria que ser rápida, mas conseguiria colocar as bancadas a vibrar.

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