Após temporadas de tumulto, o Chelsea, uma das equipas mais faladas dos últimos meses, está a surpreender até os adeptos mais otimistas.
Os blues, na atual temporada, já levam dez jogos, em todas as competições, sete vitórias, um empate e apenas duas derrotas. E claro, Enzo Maresca tem uma grande influência nestes resultados.
O italiano é um treinador diferenciado e isso é notório na forma como o Chelsea joga. Há dinâmicas bem definidas, táticas astutas e uma mentalidade vencedora.
Até ao momento, os londrinos demonstram uma grande capacidade de adaptabilidade, algo que detém trabalho coletivo. Dependendo da abordagem do adversário, a equipa dá garantias. Seja a construir desde trás contra blocos baixos com Enzo Fernandes e Caicedo a terem um papel fulcral nestes contextos e frente a equipas agressivas na pressão e que gostam de ter a posse, como o Brighton. Os blues são especialistas em ataques rápidos e contra-ataques, tendo jogadores objetivos para que esta sua vertente seja bem executada, à cabeça Madueke, Cole Palmer, Sancho e principalmente Nico Jackson.
Contudo, há uma base tática, o 4-2-3-1. Em construção, Maresca privilegia o 3-2-5. Um dos laterais encaixa no meio-campo, juntando a Caicedo, e o outro baixa para alinhar numa defesa a três, por norma é Cucurella a desempenhar este papel. Do miolo para a frente, nesta fase, os posicionamentos estão bem definidos, à exceção de Cole Palmer que tem liberdade para flutuar pelo último terço.
Defensivamente, o comportamento é competente. O médio ofensivo (Palmer) encosta no avançado (Nico Jackson) e o Chelsea pressiona em 4-4-2 com marcação à zona, apesar de no último duelo pela liga inglesa, com o Brighton, ter utilizado a marcação individual face às características dos seagulls. Esta forma de pressionar tem dado frutos com várias recuperações em zonas adiantadas do terreno e, posteriormente, lances de perigo ou de golo.
A juntar a estas dimensões, os talentos individuais surgem jogo após jogo, em destaque Cole Palmer. O inglês é especial. Desde a época transata que carrega a equipa “às costas”, e na atual, apesar do bom momento coletivo, o seu impacto é inegável. São seis jogos, seis golos e quatro assistências. É pena que não tenha dado certo no Manchester City.
Graças a Enzo Maresca, o Chelsea está bem e recomenda-se. Depois de um mercado conturbado, com várias críticas à gestão dos blues, o italiano soube gerir o grupo e a partir daí trabalhá-lo com as suas ideias.