Solskjær no País das Maravilhas

É oficial: Ole Gunnar Solskjær ainda é treinador do Manchester United. Pode parecer estranho, absurdo, incompreensível e até mesmo muito pouco coerente, mas é um facto que o norueguês parece estar de pedra e cal na sua cadeira de sonho.

Ole Gunnar Solskjær chegou a Old Trafford em dezembro de 2018, deixando os adeptos do United com grande expectativa em relação ao que poderia trazer à equipa no pós-Mourinho, muito por culpa daquele minuto 93 em Barcelona e pouco pelo que tinha feito ao serviço do Molde, agarrando-se à história do norueguês no clube para projetar um futuro risonho.

Como do passado vive o museu e não podemos estar agarrados a ele, Ole não tem sido o homem certo para colocar o Manchester United novamente no caminho dos troféus. O Futebol praticado não é agradável à vista, os resultados não são positivos, os jogadores não saem potenciados e a equipa parece quebrar sempre nos momentos decisivos, dando até a impressão de que a equipa, com o passar do tempo, cada vez joga menos.

A verdade é que cada vez mais vai caindo a narrativa que uma lenda ou uma antiga glória de um clube parte à frente de outro treinador que esteja indicado para o mesmo cargo, por “conhecer o clube por dentro” ou “já ter dado muitas alegrias”. Nem todos são “Zidanes”, sendo que os casos de insucesso estão em crescendo nos clubes de topo do Futebol mundial.

Primeiro Pirlo, que demonstrou, enquanto treinador, um Futebol completamente diferente daquilo que o mesmo adotava quando jogava, saindo a sua imagem prejudicada e ficando até deteriorada dentro da “Vechia Signora”.

Depois Koeman, que apresentou um Futebol sem ideias e focado na estratégia “seja o que Messi quiser!”. Esta época, sem o astro argentino, as coisas complicaram e não chegou sequer ao dia de todos os santos, quando poderia rezar por uma inspiração divina que trouxesse uma ideia de jogo para os cúles.

Nesta temporada em específico, os resultados não são nada animadores. O investimento foi forte, trazendo estrelas como Varane e Sancho, considerados dos melhores do mundo nas respetivas posições, e uma super-estrela, Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, de quem não é preciso dizer nada.

Juntar este talento a Bruno, Rashford, Cavani e Pogba é tudo o que qualquer treinador quereria para lutar pelos lugares cimeiros da Premier League.

No entanto, o United está em quinto lugar do campeonato, já a sete pontos do líder, Chelsea, e com apenas uma vitória nos últimos cinco jogos, incluindo derrotas com Liverpool e Leicester por 5-0 e 4-2, respetivamente.

Solskjaer está com a corda no pescoço já há alguns jogos, beneficiando muitas vezes de um fator chamado “ter CR7 na equipa”, que faz a diferença entre um empate e uma derrota ou uma vitória e um empate, havendo claramente situações em que deveria ter rezado um “Graças a Cris”.

Particularizando um pouco o caso de Cristiano, que está a viver os seus últimos anos no topo do Futebol mundial (custa, custa muito), todos sabemos que ele não anda nisto para perder (viu-se o que aconteceu quando viu as coisas mal paradas em Turim) e certamente quer ver o Manchester United de regresso aos títulos e vai lutar para que isso aconteça, falta saber se com Solskjaer ou não.

Muito se fala da possibilidade de Zidane ser o sucessor (apoiada por Cristiano) que se enquadraria na perfeição neste contexto de estrelas, com o qual já brilhou em Madrid. Outra boa possibilidade até ao dia de hoje seria Antonio Conte, que assinou hoje com os Spurs, porém o italiano não é muito flexível a nível de sistema tático e da ideia de jogo, aos quais penso que poderiam não ser os ideais para Ronaldo tirar o melhor proveito das suas capacidades nesta fase da sua carreira.

À semelhança do que aconteceu com Koeman em Barcelona, o nome de Ole Gunnar Solskjaer vai perdendo força no seio dos adeptos dos red devils e uma rescisão do contrato começa a ser quase inevitável, só resta saber se será em novembro, dezembro ou no decorrer do ano de 2022.

Ou o Futebol praticado dá uma volta de 180 graus, ou a tendência desta equipa é para piorar, pois, neste momento, qualquer equipa mais organizada da Premier League anula toda a dinâmica ofensiva do United, sendo que a equipa vive das individualidades (usa e abusa das mesmas) e não do coletivo.

Por enquanto, o norueguês continuará ao leme do United, mas a pressão começa a ser tão grande que, a qualquer momento, pode ser atirado “bordo a fora”, precisando este navio de outro timoneiro.

Artigo revisto por Joana Mendes

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Francisco Moreira e Silva
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O Francisco é natural de Santo Tirso. Encontra-se a tirar uma licenciatura em Ciências da Comunicação, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Sempre teve uma paixão enorme pelo deporto, sobretudo pelo futebol. Tem também um gosto especial pelo basquetebol, mais concretamente NBA. Jogou futebol durante 13 anos, mas agora é na vertente do treino que vai continuando o bichinho pela modalidade.

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