Sou um apaixonado por futebol e, por isso, gosto de ir ao Estádio quando posso, ficar em casa a ver os grandes confrontos europeus e as grandes Ligas do Velho Continente; contudo, um dos momentos a que mais gosto de assistir é o dos embates entre selecções.

Por dezenas de estádios que se espalham pelo Mundo, sente-se a emoção que alguns adeptos demonstram enquanto entoam o seu hino e observa-se uma alegria genuína que transborda das bancadas, repletas de bandeiras nacionais.

Uma das bandeiras que se tem erguido mais alto, ao longo de mais de oitenta anos de Campeonatos do Mundo, tem sido a tricolor italiana.

Desde sempre apontada como uma selecção calculista, defensiva, cínica e até demasiado táctica (nunca percebi este ponto, uma vez que, na minha opinião, qualquer equipa tem táctica e nunca se pode dizer que tenha táctica a mais ou a menos), a verdade é que a squadra azzurra tem calado os mais críticos e respondido dentro do campo com títulos. Tetra-campeã mundial, ao vencer em 1934, 1938, 1982 e 2006, Itália é a selecção europeia com mais títulos de campeã do Mundo e já logrou vencer um campeonato da Europa em 1968. Anos de glória do futebol transalpino, datas que os tiffosi nunca esquecem.

E a vontade de continuar a escrever História nos Mundiais continua. Esta terça-feira, a selecção italiana qualificou-se para o Campeonato do Mundo, pela décima terceira vez consecutiva. De resto, só falhou a qualificação para o Mundial da Suécia em 1958, e não participou na primeira edição que se disputou no Uruguai, uma vez que não recebeu convite.

A caminhada para o Mundial do Brasil do próximo ano foi tranquila, num grupo partilhado com a Dinamarca, República Checa, Bulgária, Arménia e Malta. Tirando esta pequena selecção do Mediterrâneo, as restantes quatro lutaram até ao fim pelo segundo posto, ao passo que Itália assegurou a liderança ainda antes da última jornada.

Constituída quase na totalidade por jogadores a disputarem a principal liga italiana, a squadra azzurra conta com uma selecção sólida. Aproveitando o bom trabalho de Antonio Conte à frente da Juventus, o seleccionador Cesare Prandelli tem construído a espinha dorsal da equipa com jogadores da formação de Turim – desde Buffon, na baliza, aos centrais Bonucci e Chiellini, sem esquecer a magia de Pirlo, que foi dos melhores jogadores do último Campeonato da Europa. No sector mais ofensivo, três jovens irreverentes prometem ser uma dor de cabeça para os adversários: Balotelli, Insigne e El Shaarawi são a garantia para os próximos anos da seleção tetra-campeã mundial.

Selecção italiana em jogo de qualificação para o Mundial 2014 / Fonte: commons.wikimedia.org
Selecção italiana em jogo de qualificação para o Mundial 2014 / Fonte: commons.wikimedia.org

Raramente são apontados como favoritos, e para o ano não será excepção. Alemanha, Espanha, Brasil e Argentina aparecem como favoritas à conquista do ceptro mundial, mas não nos esqueçamos de Itália. Não nos esqueçamos de que o fantástico Brasil de Falcão, Sócrates e Zico caiu aos pés da Itália de Rossi, Tardelli e Gentile no Mundial de Espanha em 1982; uma seleção transaplina que até tinha empatado todos os jogos na fase de grupos desse Campeonato do Mundo.

 Rossi a ultrapassar Júnior no dia em que eliminou o Brasil com um hat-trick / Fonte: theguardian.com
Rossi a ultrapassar Júnior no dia em que eliminou o Brasil com um hat-trick / Fonte: theguardian.com

Mesmo em 2006, a selecção italiana só venceu a Austrália no último minuto, mas, a partir da fase a eliminar, a equipa transalpina foi somando boas exibições a resultados conseguidos. De Materazzi a Del Piero, de Totti a Pirlo, foi Grosso a fazer os italianos cantarem CAMPIONE DEL MONDO, quando marcou o penálti decisivo na final de Berlim, frente à França.

Quatro estrelas brilham no emblema da Federação de Futebol Italiana, mas há espaço para mais, e a quinta pode chegar já para o ano.

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