Mas há, essencialmente, um nome que faz com que a crença dos tifosi não se desvaneça: Maurizio Sarri, o ex-banqueiro que, fruto de muita dedicação, foi cavalgando divisões até chegar à sua cadeira de sonho. O excelente trabalho que desenvolveu no Empoli deu-lhe a visibilidade para chegar ao clube do seu coração, o Nápoles. O Deus da cidade (Maradona) criticou-o mal pegou na equipa, mas depois dos momentos brilhantes que os azuis apresentaram durante grande parte da época, o astro argentino teve que admitir que Sarri o tinha surpreendido e deu a mão à palmatória, pedindo desculpa.
O Nápoles é hoje um equipa com processos muito bem definidos. Uma defesa estabilizada, com Koulibaly e Albiol como esteios e laterais bastante equilibrados, os habituais titulares Ghoulam e Hysaj (lançado por Sarri no Empoli) e o contratado Davide Santon, que serve ambos os lados . Um meio-campo com Allan a servir de tampão defensivo, Jorginho a iniciar as transições e o maestro e capitão Hamsik a dar criatividade ao jogo napolitano. No ataque, a rapidez e qualidade técnica são atributos que todos os extremos possuem, de Callejón a Insigne, passando por Mertens. Milik será o pilar incumbido da finalização.
Os napolitanos transformam uma situação defensiva num ataque mortífero, de uma forma como poucas equipas o fazem no mundo. A verticalidade do contra-ataque é um dos pontos fortes deste Nápoles. Cada jogador sabe perfeitamente a sua função e o local onde tem que aparecer para o processo não sofrer retrocessos. De igual forma, as trocas de bola em apoio (essencialmente protagonizadas nas linhas por laterais, médios interiores e extremos), como que adormecem o adversário, permitindo, de seguida, chegar à linha de fundo e efetuar cruzamentos para o golpe final, do ponta-de-lança, dos médios vindos de trás ou do extremo do lado contrário.
Um dos adeptos mais conhecidos do Nápoles disse por estes dias que “jogadores vêm e vão, mas os adeptos nas bancadas, com as suas camisolas azuis como céu, estarão ali para sempre”. Higuaín faria falta a qualquer equipa do mundo, mas o Nápoles está bem vivo e o comandante Sarri conseguirá, juntamente com os que ficaram, fazer esquecer o argentino com o futebol apaixonante de uma equipa. A cidade vai estar lá em todas as horas a apoiar, pois a grande força do Nápoles está no todo e não na individualidade.