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O noso derbi – Unindo a Galiza através do futebol

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cab la liga espanha

Galicia es una mezcla de bufandas y de banderas de colores, pero si nos fijamos todas bufandas y todas las banderas del Dépor y del Celta tienen los colores de Galicia: el celeste, el blanco y el azul. Esos son los colores de nuestra tierra, así que vamos a disfrutar de esta fiesta” – Alberto Núñez Feijoo (Presidente da Xunta de Galicia)

Foi com esta frase que o Presidente da Xunta de Galicia, Alberto Núñez Feijoo, deu, a meio da passada semana, o mote para o grande dérbi de Sábado à noite, aquele que une e separa famílias, que junta velhos e novos e mitiga as diferenças entre gerações, aquele que representa toda uma região do vasto território espanhol, o único e inconfundível Derbi gallego, o noso derbi.

Sem as estrelas de outro tempo, jogou-se no passado Sábado no emblemático Riazor o primeiro grande dérbi da época, aquele que opõe o Deportivo de La Coruña e o Celta de Vigo. Num estádio a rebentar pelas costuras e com um ambiente absolutamente fantástico, o renascido Depor de Víctor Sánchez levou a melhor sobre os seus eternos rivais Celta de Vigo, que, numa noite de muito pouca inspiração, nunca foram capazes de contrariar a boa organização táctica dos donos da casa. Um golo na primeira parte do suspeito do costume Lucas Pérez, após uma boa jogada entre Cani e Bergantiños, e um auto-golo caricato de Jonny Castro ao cair do pano foi quanto bastou para o Depor somar a quarta vitória da época e subir, com isso, à condição, ao oitavo lugar da tabela classificativa.

Nem sempre foi uma partida bem jogada e com a magia de outros tempos, mas o que faltou em qualidade sobrou em intensidade, em vontade de vencer e em determinação, pelo menos, no que respeita ao Deportivo. O Celta de Eduardo Berizzo acusou e de que forma a goleada sofrida nos Balaídos perante o Valencia CF na jornada anterior e quase nunca foi capaz de incomodar o guarda-redes da equipa da casa, Germán “Poroto” Lux. Com uma linha defensiva altamente desorganizada, que acusou e muito a ausência do argentino Gustavo Cabral, e um meio-campo sem ideias e com pouca lucidez aquando do processo de criação de jogo, o Celta foi incapaz de assentar o seu jogo, não permitindo por isso aos homens da frente, Nolito, Orellana e Iago Aspas, causarem perigo no bloco mais recuado do adversário. Nas raras ocasiões em que conseguiu uma jogada de ataque digna desse nome, a equipa celeste beneficiou de uma grande penalidade a punir uma falta sobre Iago Aspas, cerca de quatro minutos após o golo do Depor, mas o número 10 viguês, Nolito, não foi capaz de desfeitear um inspirado Germán Lux, que sacudiu a bola para canto.

Lucas Pérez, o autor do primeiro golo do Depor na noite fria do Riazor Fonte: La Voz de Galicia
Lucas Pérez, o autor do primeiro golo do Depor na noite fria do Riazor
Fonte: La Voz de Galicia

O Celta que esteve no Riazor no passado Sábado à noite não é o Celta que já venceu o poderoso FC Barcelona esta temporada, nem é, certamente, o Celta que “Toto” Berizzo tem vindo a arquitectar após a sua chegada no início da temporada passada.

Por outro lado, o Depor tem-se colocado em bicos de pés esta temporada, e o regresso de Víctor Sánchez, desta vez para desempenhar a função de treinador principal, na parte final da época passada, mudou completamente a forma de o conjunto galego jogar e, acima de tudo, a forma de abordar os jogos, recuperando a alma e vontade férrea que sempre caracterizam aquele histórico emblema do futebol espanhol.

O noso derbi dos dias de hoje continua a fazer parar a Galiza, apesar de não estarem presentes velhos craques de outros tempos, como por exemplo Donato, Djalminha, Aleksandr Mostovoi, Valery Karpin, Mazinho, Gudelj, Fran, Mauro Silva ou Gustavo López. A adrenalina e a rivalidade sentidas nesses dias, especialmente durante a década de 1990, eram algo de indescritível, e os próprios jogadores que viveram esses momentos têm ainda hoje dificuldades de expressar por palavras essas emoções. Numa entrevista concedida ao programa Al Primer Toque, da rádio espanhola Onda Cero, Aleksandr Mostovoi e Donato, dois dos maiores nomes de sempre do Celta de Vigo e do Deportivo de La Coruña, respectivamente, trocaram, passados quase 20 anos, elogios e recordaram momentos únicos dos confrontos entre os dois emblemas, que nesse tempo olhavam nos olhos os gigantes do futebol espanhol.

El Zar Mostovoi, o eterno número 10 do conjunto viguês, ao lado do seu compatriota Valery Karpin, também ele, um dos melhores jogadores que passou pelo Celta de Vigo nos últimos 20 anos Fonte: Laz Voz de Galicia
El Zar Mostovoi, o eterno número 10 do conjunto viguês, ao lado do seu compatriota Valery Karpin, também ele um dos melhores jogadores que passaram pelo Celta de Vigo nos últimos 20 anos
Fonte: Laz Voz de Galicia

O génio russo, a quem já pensaram erguer uma estátua na cidade de Vigo, descrevia os jogos dessa altura entre Celta e Depor como altamente motivadores, ao nível mesmo daqueles que se jogavam contra o FC Barcelona ou contra o Real Madrid. Do outro lado, Donato, um dos melhores médios defensivos que já passaram pelo futebol espanhol, apelidou Mostovoi de craque e lembrou que enquanto jogavam “se punham doidos um ao outro”, tal era a qualidade individual de cada um. No final da entrevista, ambos concordaram que, apesar de a grande rivalidade entre ambas as equipas continuar a existir, os tempos mudaram, assim como as realidades de cada uma delas, e, por conseguinte, o Derbi gallego já não tem a mesma intensidade, nem os mesmos protagonistas carismáticos que tinha há sensivelmente duas décadas.

Legenda – Donato, um dos melhores médios defensivos de sempre a ter passado pelo futebol espanhol Fonte: El Gol Digital
Donato, um dos melhores médios defensivos de sempre a ter passado pelo futebol espanhol
Fonte: El Gol Digital

Um ano passou desde a entrevista de Donato e de “El Zar” Mostovoi e, desta vez, com ambas as equipas firmemente acomodadas na primeira metade da tabela classificativa, aquele “bichinho” de antigamente voltou à Galiza aquando da realização daquele que é, para muitos, mais importante do que o El Clásico, disputado entre o duopólio que domina o futebol espanhol, o dérbi que expressa a grandeza daquele povo, El Derbi gallego, O noso derbi.

Foto de Capa: Laz Voz de Galicia

Joel Amorim
Joel Amorimhttp://www.bolanarede.pt
Foi talvez a camisola amarela do Rinat Dasaev que fez nascer, em Joel, a paixão pelo futebol russo e pelo Spartak Moscovo. O futebol do leste da Europa, a liga espanhola e o FC Porto são os tópicos sobre os quais mais gosta de escrever.                                                                                                                                                 O Joel não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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