Edin Džeko: A breve história de um bom gigante

Džeko é visto por muitos especialistas como o ponta-de-lança típico, muito devido ao seu porte físico (1,93m), mas, na verdade, o gigante bósnio é muito mais do que uma máquina de fazer golos e a sua elevada qualidade técnica permite-lhe ir um pouco mais além do que aquele avançado convencional, que se limita a estar na área à espera que a bola lhe seja endereçada.

Como muitos outros bósnios da sua geração, Džeko sobreviveu a custo às agruras da guerra da Jugoslávia que eclodiu no início da década de 1990 e poderá dizer-se que foi o “excesso” de zelo da sua mãe Belma, que um dia o proibiu de vir jogar à bola com outros miúdos para fora do apartamento com 35 metros quadrados que partilhava com mais 15 pessoas, que lhe salvou a vida, já que, poucos instantes após terem começado a dar uns toques da bola, uma granada explodiu nas imediações causando algumas vítimas e lançando o pânico.

O desejo de Džeko em jogar futebol era grande e, apesar de não ter tido uma verdadeira infância até aos dez de idade, como relatou a sua mãe numa entrevista a um jornal inglês há alguns anos a esta parte, o jovem Edin deu os seus primeiros passos no mundo do futebol ao serviço do histórico emblema dos Balcãs, o FK Željezničar. Džeko fez parte das fileiras dos Željo durante nove anos, um clube reconhecido pela sua capacidade de formar jovens talentos, mas curiosamente Edin não era propriamente visto como uma verdadeira pérola nas escolas de formação do clube. Ao contrário daquilo que hoje acontece, Džeko actuava como médio de ataque ou como uma espécie de armador de jogo, servindo de apoio ao ponta-de-lança da equipa. A sua altura era vista como um entrave para que prosperasse nessa posição e, embora fosse dotado de uma técnica e capacidade de passe bastante apuradas, a lentidão de movimentos deixava-o em desvantagem numa posição que requer alguma agilidade e rapidez.

Edin Džeko é o quarto menino a contar da esquerda na fila de baixo em representação da sua equipa escolar Fonte: Daily Mail
Edin Džeko é o quarto menino a contar da esquerda na fila de baixo em
representação da sua equipa escolar
Fonte: Daily Mail

Os seus tempos ao serviço do emblema de Sarajevo foram complicados, mas um dos seus treinadores da altura, de seu nome Jiri Pilsek, vi-a em Džeko algo de especial, não obstante o facto de ele não gostar de cabecear a bola, tendo conseguido levá-lo consigo para o FK Teplice a troco de cerca de 25 mil euros, valor que surpreendeu os próprios responsáveis do FK Željezničar, que na altura afirmaram terem pensado que lhes havia saído a lotaria. Na verdade, o grande prémio saiu ao próprio Džeko, que, fazendo jus às palavras da sua mãe que o considerava um aluno extremamente aplicado, subiu a pulso na carreira, para no espaço de poucos anos se tornar num dos melhores avançados do futebol europeu.

Joel Amorim
Joel Amorimhttp://www.bolanarede.pt
Foi talvez a camisola amarela do Rinat Dasaev que fez nascer, em Joel, a paixão pelo futebol russo e pelo Spartak Moscovo. O futebol do leste da Europa, a liga espanhola e o FC Porto são os tópicos sobre os quais mais gosta de escrever.                                                                                                                                                 O Joel não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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