Real Madrid CF 2-3 FC Barcelona: Eletrizante, acutilante e apaixonante

Cabeçalho Futebol InternacionalAs duas equipas apresentaram-se com onzes sólidos e competentes. Jogando nos seus esquemas táticos habituais, como dizia uma tarja de adeptos afetos ao Barça: “fiéis ao seu estilo”. 4-2-3-1 e 4-3-3, respetivamente. No lado de Madrid, Asensio ocupava o lugar de CR7 e Kovacic jogava ao lado do compatriota Modric; no Barça, Nelson Semedo começou no banco de suplentes e viu a posição de defesa direito ser ocupada por Aleix Vidal. André Gomes ainda não se juntou ao grupo.

O encontro começou com sentido único. Depois de Neymar, sabe-se lá porquê, se ter magoado, Messi logo na sua primeira diagonal em direção à baliza merengue, bate Keylor Navas. A bola ressalta em Varane antes de chegar ao guarda-redes, acabando por mudar ligeiramente a trajetória da bola.

Aproveitando os ventos favoráveis, o Barcelona chega facilmente ao segundo. Desta vez, Rakitic recebe a bola a passe de Neymar e, sem pestanejar, atira forte, cruzado e colocado para o fundo das redes. Navas ficou isento de culpas em ambos os golos, ao contrário do resto da sua equipa, que revelava uma enorme impotência e alguma falta de vontade, perante um Barça super motivado e intenso.

O meio campo dos blancos não dava sinais de vida, e os médios e avançados catalães lá progrediam, quase sem oposição, chegando facilmente à zona de finalização. Aos 10’, Rakitic, novamente, deixa um aviso muito claro, e Suárez, dois minutos depois, atira por cima, após um livre no flanco direito do ataque blaugrana.

Fonte: El Comércio
Fonte: El Comércio

Kovacic, aos 14’, tem uma iniciativa que nenhum outro companheiro seu teve até então, e inventa o golo que reduz a desvantagem. Soberbo controlo de bola, encontra o espaço, enquadra-se e remata muito forte. Grande golo do croata. Estava dado o mote da reação madridista.

O Real após este golo muda completamente de figura, começa a ter mais bola e a aventurar-se muito frequentemente no ataque, algo não visto até à altura. Num espaço de cinco minutos, os madrilenos criaram cinco lances de perigo, em que se destacam o remate de Benzema que, praticamente na cara de Cilessen, remata cruzado, mas sai ao lado; e Modric, um minuto depois, ao encabeçar um contra ataque e concluir o dito. Saiu por cima.

Bale andava desaparecido, não tinha tido impacto algum neste jogo. Por outro lado, Neymar sai-se com um drible bem ao seu jeito, arranjando espaço para armar o remate, quando estava, aparentemente, bem “domado” por Varane. Logo depois, Messi em apenas um minuto tem duas claras ocasiões para marcar. Poderia ter decidido melhor. Sorte para o Real.

Os últimos dez minutos da primeira parte foram muitos intensos, assistia-se a um grande jogo de futebol: “partido” com muitas ocasiões de golo parte a parte, muitas jogadas de grande nível, desenhadas pelos melhores deste business, rotulado de melhor clássico do universo. Aos 36’, Asensio, com uma grande iniciativa individual, combina com Kovacic e Benzema, e surge cara de Cilessen, que mesmo com Benzema em melhor posição, assume o risco e coloca o esférico no fundo das redes. Forte e muito bem colocado, este remate foi indefensável para o guarda redes do Barcelona. Foi audaz e teve ousadia para tomar a decisão de atirar à baliza, estava assim feito o empate! Agora era o Barcelona que sentia dificuldades, a equipa pedia o intervalo. E ele chegou.

O Barcelona entrou fortíssimo novamente. Logo aos 50’, chegou novamente à vantagem. Gerard Piqué foi o autor do golo, após um livre na esquerda. Estava muito partido o jogo, “bola cá, bola lá”, fora o exagero, o preço do bilhete era diretamente proporcional com a qualidade apresentada pelas equipas. Uma atmosfera no Hard Rock Stadium, em Miami, literalmente, ao rubro! Com uma larga comunidade espanhola neste Estado americano, qualquer pessoa que começasse a ver o jogo naquele momento, sem ter conhecimento do contexto, não diria que se tratava de um jogo de pré-época.

Neymar e Messi mostravam-se em forma, a equipa catalã não sentia tanto a falta de Iniesta, que saíra ao intervalo. O Real também entrava duro logo no meio campo, impedindo a construção e transporte de bola dos blaugrana. Muitas picardias, duelos entre oponentes diretos, mas mais futebol. Na área do Real, aos 55’, grande lance de Neymar que, na cara de Navas, não consegue introduzir a bola no fundo das redes. Logo depois, Marcelo testou a atenção de Cilessen. Contra ataque do Barça pela direita, e Aleix Vidal sai-se com um passe absolutamente perfeito, com um arco que permite a bola chegar, nas costas dos centrais merengues, a Suárez. O uruguaio, desinspirado, falhou o alvo. Um minuto depois, Umtiti poderia ter alargado a vantagem, mas Varane corta sobre a linha de golo. Aos 59’, ou seja, logo no minuto seguinte, Isco Alarcón testa a elasticidade de Jasper Cilessen, promovendo uma excelente defesa do último.

Fonte: The Telegraph
Fonte: The Telegraph

Isto tudo aconteceu em 5 minutos! Aos 60’, todas essas picardias converteram-se em amarelos. Carvajal e Suárez envolveram-se numa troca de palavras um pouco mais acesas, digamos assim, e foram advertidos pelo árbitro.

Nélson Semedo entrou para o lugar de Aleix Vidal aos 63’. Vermaleen, Denis Suárez e Paco Alcácer entraram também, para as saídas de Umtiti, Messi e Suárez, respetivamente. O português ainda não mostra um nível ideal de entrosamento com os restantes companheiros, o que é normal. Porém, poderia investir mais nas suas armas, como a velocidade e o drible.

Gareth Bale, aos 65 minutos da partida, continuava sem preponderância na dita. Não está em forma o galês. Aos 73’, saem Neymar e Busquets; no Real saem Casemiro e Carvajal. Até ao final, o ritmo acalmou bastante, mas aos 81’, Isco vê um remate com selo quase carimbado ser negado por Cilessen! Ver para querer, um grande momento…

Depois de se terem ouvido “olés” por parte do público, voltam a ser ouvidos aos 78’, quando o jogo se ia fechando no 2-3 final.

Este clássico foi tão bom que, a certo ponto, a falta de Cristiano Ronaldo não era notada. Contudo, caso tivesse jogado, decerto teria a sua importância, sobretudo na altíssima capacidade de finalização.

Foi um partidazo, um autêntico jogo de futebol a sério. A tamanha rivalidade entre estas duas equipas, torna o El Clássico uma coisa muito séria, ao ponto de que mesmo se tratando de um amistoso, é amigável.

O El Clássico em terras americanas não desiludiu, e nem se deu conta da ausência de Cristiano Ronaldo.

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Diogo Fresco
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Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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