Em Yerevan, Portugal iniciou com altivez a sua caminhada de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2026, triunfando por 5-0 frente à Arménia. Um triunfo que ecoou pela autoridade e pela elegância no relvado, mas também pela homenagem sentida e simbólica associada ao minuto 21, que muitos consideraram um “sinal” de Diogo Jota.
Entre golos e momentos de tirar o fôlego, há alguns nomes que, apesar de terem sido surpresa na convocatória de Roberto Martínez, se destacaram pela eficácia técnica com que jogaram… Curiosamente, ou não, todos estão neste momento sobre domínio árabe.
A superioridade de Portugal já era expectável, mas uma mão cheia de golos fez as delícias de todos os portugueses que recordam com saudade o triunfo na Liga das Nações.
Logo aos 10 minutos, João Cancelo foi engenhoso e assertivo ao desestabilizar a defesa arménia pela direita. A sua finta, seguida por um cruzamento milimétrico, encontrou João Félix, que inaugurou o marcador com um cabeceamento eficaz. A dupla menos provável, rivais no país onde jogam, mas que se mostrou infalível.
Ao minuto 21, Cristiano Ronaldo ampliou a vantagem com precisão, desviando com o pé o cruzamento do lado oposto. Assim, como uma bela pintura de Da Vinci, foi o segundo golo da Seleção. Mas este momento ganhou uma dimensão extra: pela coincidência com o número que Diogo Jota usava na camisola, e pelo simbolismo que esse gesto passou a representar dentro do grupo. O selecionador de Portugal até comentou: “Acreditamos que é um sinal de Diogo Jota… sentimos a sua presença desde o primeiro treino do estágio”.

O momento decisivo da ala direita continuou com Cancelo, que foi, sem sombra de dúvidas, o jogador a destacar e o melhor em campo, e que, aos 32 minutos, confirmou o domínio português. Após uma recuperação rápida de bola, Cancelo tirou o adversário da frente e, depois de assistência ressalvada, rematou com potência, não dando hipótese ao guardião adversário e passar o marcador para o 3-0.
Cancelo não foi apenas fiável defensiva e taticamente, mas mostrou visão de jogo e precisão dignas de um maestro ofensivo. A sua exibição foi reconhecida pelos passes quase perfeitos, uma capacidade de progressão imparável e influência clara no desequilíbrio da defesa arménia.
O jogador de sempre, Cristiano Ronaldo, voltou a destacar-se como predador incansável da área adversária. Logo aos 46 minutos aproveitou um ressalto para disparar um remate potente, indefensável, que aumentou a distância no marcador.
João Félix fechou o marcador aos 61 minutos, com um toque astuto e improvisado após um cruzamento que ganhou vida que fez com que bisasse na partida.
Portugal apresentou-se num 4-3-3 híbrido, que em fase ofensiva se desdobrava frequentemente num 3-2-5, graças às subidas constantes de João Cancelo e Nuno Mendes, que funcionaram como autênticos extremos.
Cristiano Ronaldo manteve-se como referência central, mas com mobilidade suficiente para arrastar marcações e abrir espaços para as diagonais de Cancelo. A organização coletiva mostrou-se coesa, sempre com pressão alta e bem coordenada, circulação rápida para atrair e desmontar a linha arménia, e uma ocupação de espaços que garantiu superioridade tanto em largura como em profundidade. Foi uma exibição em que o plano de Roberto Martínez foi cumprido com rigor e eficácia.

Portugal ganhou por 5-0 à Arménia, com exibições de gala dos seus protagonistas: Ronaldo, Félix e, em grande plano, João Cancelo. O defesa, que joga atualmente pelo Al Hilal, foi o melhor em campo, decisivo com golo e assistência, motor da ala direita e grande maestro da transição. Segue-se a Hungria, mas Portugal detém, neste momento, o primeiro lugar no grupo classificativo.