📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Água mole em pedra dura… | Portugal 1-0 Irlanda

- Advertisement -

Mais um jogo menos tranquilo por parte da equipa de Portugal, após a vitória ao cair do pano frente à Hungria. Desta vez, o nulo prolongou-se por muito mais tempo do que seria desejável para Roberto Martinez e foi arrefecendo os ânimos em Alvalade. O golo solitário de Rúben Neves chegou na compensação para manter o registo perfeito da seleção portuguesa na qualificação, com dedicatória emotiva a Diogo Jota.

Sem surpresas, foi com uma ideia de jogo vincadamente defensiva que a Irlanda entrou em campo. É o que se pode esperar da maioria dos jogos desta natureza: as equipas mais frágeis querem conseguir o apuramento e anular o poder ofensivo dos “tubarões” é uma das estratégias mais frutíferas para esse fim. Assim, os resultados em jogos de qualificação teoricamente desequilibrados variam muito entre vitórias tangenciais e goleadas. Mas o que é que determina qual dos dois acontece?

A forma como a equipa favorita entra no jogo é determinante e, colocando-se em vantagem nos instantes iniciais, muito dificilmente perde pontos. A tensão começa a materializar-se quando não se consegue converter a notória superioridade na posse de bola em golos. Foi exatamente isso que aconteceu nesta receção aos Irlandeses, com duas ocasiões flagrantes a serem desperdiçadas e pouco mais a registar no primeiro tempo. Na segunda parte, a paciência e compostura tornou-se a maior virtude dos portugueses e acabou por valer a vitória.

Roberto Martínez
Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

O xadrez tático das fases de qualificação é recorrente e a forma cautelosa como as equipas com menos argumentos se apresentam acaba quase sempre por diminuir a qualidade do espetáculo. As mesmas seleções em contexto de fase final, já com uma ligeira (mas importante) sensação de dever cumprido, vão a jogo com uma mentalidade que se pode traduzir como “a partir daqui, tudo o que vier é lucro”. A probabilidade de cometer um erro que permita o golo adversário aumenta exponencialmente.

Para quem analisa a performance da seleção portuguesa, fica a sensação de que seria possível entrar com outra atitude em campo e resolver o jogo mais cedo. Algumas saídas para o contra-ataque pareceram desapoiadas, com o portador da bola a correr sozinho e a ver-se desprovido de opções de passe. O ataque organizado também careceu de fluidez em diversas ocasiões, tornando difícil encontrar espaços na compacta defesa dos boys in green.

Sem alterações sonantes nas convocatórias de Martinez, os jogadores parecem ter praticamente “lugar cativo”, o que não puxa nada por esse esforço extra. Faz falta aquela vontade de mostrar trabalho característica dos estreantes nos minutos em que são aposta. Isso ou simplesmente entrar com outra garra em campo, para decidir o encontro o quanto antes.

Criticar fica difícil quando olhamos para a tabela classificativa, com a campanha portuguesa a ser, até agora, pontualmente perfeita. No entanto, os perfecionistas vêm para além dos resultados e o selecionador nacional deveria ser um deles. Começar a incluir novos nomes que se tornem opções viáveis para renovar o plantel e conseguir um nível exibicional convincente frente a qualquer adversário são “pormenores” que vão escapando.

Cristiano Ronaldo Caoimhin Kelleher
Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Fugindo um pouco dos aspetos táticos, é importante realçar a exibição de Caoimhín Kelleher. O guardião ex-Liverpool mudou-se para Brentford e tem vindo a demonstrar que realmente merecia sair da sombra de Alisson Becker. Foi o melhor irlandês em campo e claramente não merecia este desfecho do jogo. Não podia ter feito muito mais no lance do golo, que curiosamente surgiu de um cruzamento, depois de tantos outros que não tiveram sucesso.

Com o corredor central sobrepovoado, Portugal atacou maioritariamente pelos flancos. Os escassos lances desenhados no centro do terreno fizeram uso de passes por cima da linha defensiva irlandesa, que acabaram invariavelmente para lá da linha de fundo ou nas mãos de Kelleher.

Tatuagem Rúben Neves Diogo Jota
Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

O próximo encontro adivinha-se diferente, com a Hungria a querer resgatar os três pontos para manter a esperança (ainda que ténue) da qualificação direta. Para Portugal, somar três pontos poderá garantir desde já a presença no Mundial a disputar no próximo ano, desde que a Arménia não derrote a Irlanda.

João Pedro Santos
João Pedro Santos
Licenciado e mestre em Biotecnologia pela Universidade de Aveiro, é atualmente estudante do Programa Doutoral em Engenharia Química e Biológica da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Tendo a música e o desporto como grandes interesses, dedicou-se recentemente à escrita de artigos de opinião para o projeto Bola na Rede.

Subscreve!

Artigos Populares

Barcelona já definiu o alvo principal para substituir Robert Lewandowski

O Barcelona já começou a preparar o futuro e já têm um nome em cima da mesa para substituir Robert Lewandowski. Julián Álvarez é o jogador que mais agrada à direção, mas há outras possibilidades em estudo.

Rodrigo Ribeiro, Salvador Blopa e Flávio Gonçalves: o futuro de Alvalade joga-se em Alcochete | Sporting

As revoluções desta época, empreendidas diante do Alverca na Taça da Liga e agora contra o Marinhense, dão uma certeza ao Sporting.

Antigo jogador do Rio Ave e Chaves comenta transferência de Kerem Akturkoglu para o Fenerbahçe: «Ele fez algo que eu não faria»

Marcão falou sobre a transferência de Kerem Akturkoglu para o Fenerbahçe. Ambos jogaram juntos no Galatasaray e passaram por um episódio menos bom. 

David Maside responde ao Bola na Rede e explica a estratégia frente ao FC Porto: «A nossa ideia era fechar o ‘6’ e deixar...

David Maside respondeu à pergunta do Bola na Rede em conferência de imprensa, após a derrota do Sintrense frente ao FC Porto.

PUB

Mais Artigos Populares

Francesco Farioli responde ao Bola na Rede sobre a utilização de Gabri Veiga e Rodrigo Mora: «É definitivamente uma solução que temos de considerar»

Francesco Farioli respondeu à pergunta do Bola na Rede em conferência de imprensa, após a vitória do FC Porto frente ao Sintrense.

Manchester United prepara investimento de 280 milhões de euros para contratar 3 jogadores para o meio-campo

O Manchester United está a planear um investimento de cerca de 280 milhões. O conjunto de Ruben Amorim já pensa em reforços para o meio-campo.

Ricardo Quaresma tentou resolver divergência entre Rafa Silva e Besiktas mas o avançado mantém o desejo de sair do clube turco

Ricardo Quaresma tentou ajudar a resolver o conflito entre Rafa Silva e o Besiktas, mas o avançado continua decidido a sair do clube turco. O Benfica mantém-se atento ao desenrolar da situação.