Portugal 2-0 Macedónia do Norte: Olá, Catar!

A CRÓNICA: ASSINATURA LUSA ORIUNDA DO NORTE A CAMINHAR A LARGOS PASSOS RUMO AO CATAR

PORTUGAL VAI ESTAR NO MUNDIAL DO CATAR! Depois dos tremeliques na fase de apuramento e de toda a contestação em torno do selecionador, aí está, objetivo cumprido. Nem tudo foi bonito, mas Portugal conseguiu mesmo a vitória (2-0), com assinatura nortenha – dois golos de Bruno Fernandes.

Primeiros 45 minutos de ceticismo, detalhe e algum aborrecimento. Portugal entrou cético do poder desta equipa da Macedónia do Norte, e até atuou num bloco médio-baixo nos momentos iniciais. De resto, apenas esporadicamente vimos a seleção a pressionar de forma intensa a primeira fase de construção dos macedónios, que também tiveram mérito naquilo que foi a preparação para o jogo.

Isto é, perceberam os pontos fortes da seleção lusa, mas também perceberam os seus pontos fracos, e aquilo que poderia ter corrido pessimamente diante da Itália foi, desde muito cedo, evitado. Com isto, refiro-me, por exemplo, à construção curta desde trás, que ofereceu, no jogo transato perante a Itália, as melhores oportunidades ao adversário e, por sua vez, a bola longa e a preparação das segundas bolas ofereceram o golo épico que permitiu à turma da Macedónia do Norte disputar esta ‘final’ com Portugal.

Portugal venceu a Macedónia, depois de também ter batido a Turquia
Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

De resto, assim aconteceu, com Dimitrievski a lançar muito jogo para Milan Ristovski que, no entanto, apanhou pela frente um Danilo absolutamente imaculável no registo dos duelos áereos (não perdeu um lance na primeira parte!). Do lado português, apenas duas oportunidades de assinalar: Ronaldo e Jota falharam na cara do golo, ao passo que foi mesmo Bruno Fernandes – ocupando o espaço de Otávio – a recuperar a bola, a desequilibrar e, depois, a finalizar com potência. 1-0 e o resultado foi a melhor ‘coisinha’ que Portugal poderia retirar deste primeiro tempo.

Segunda parte e a toada não alterou signficativamente, apesar de a vantagem favorecer (e de que maneira) o modo de estar de Portugal em campo. A Macedónia do Norte sentiu-se obrigada a fazer mais, subiu as linhas, pressionou cada vez mais alto e, no contrapé, surgiram os melhores executantes lusos.

Diogo Jota na assistência e, novamente, Bruno Fernandes na finalização. Até final, destaque, pela positiva, para Pepe, Otávio – recuperaram bolas, venceram duelos importantes e demonstraram-se prepotentes ao longo de toda a partida – e ainda para Bernardo Silva, que, apesar de não muito envolvido em zonas ofensivas, acabou por se revelar determinante na conservação da posse.

O jogo não foi o melhor, e ainda há dúvidas se este é o caminho certo que devemos seguir, mas o mais importante foi feito: Portugal está no Catar.

 

A FIGURA

Fonte: Diogo Cardoso / Bola na Rede

Bruno Fernandes – Quem mais? Dois golos, participação muito ativa ao longo de toda a partida e cabeça fria quando a equipa mais precisou. Para além disso, foi sempre o elemento ‘mais’ no momento ofensivo, quer com passes aproximativos, quer com conduções que deixavam Portugal mais perto do golo. Destaque também para Pepe e para Danilo, que responderam de forma afirmativa a todas as solicitações de jogo aéreo proporcionadas pelo oponente.

 

O FORA DE JOGO

Milan Ristovski – Teve a vida muito complicada, quer por culpa de Pepe, quer por culpa de Danilo, e aquela que seria uma das principais ameaças à linha defensiva lusa, rapidamente desapareceu do jogo, sendo substituido logo no início da segunda parte.

 

ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

Fernando Santos fez alinhar algumas peças diferentes (porém previsíveis) daquelas que venceram a Turquia, nomeadamente no setor defensivo, com as entradas de João Cancelo, Pepe e…para surpresa, Nuno Mendes – não pela qualidade, mas pela aposta habitual do selecionador em Guerreiro.

Portugal alinhou com o mesmo sistema que utilizou frente à Turquia (4-3-3/4-2-3-1), com três médios de porte físico “reduzido” – Moutinho, Bernardo e Bruno –, ao passo que Otávio aparecia como um elemento extra neste meio campo, fazendo de quarto médio. O jogador do FC Porto juntava-se ainda, invariavelmente, à zona central do terreno, ora para construir, ora para criar. Por outro lado, Cancelo fazia a ala direita toda e Bruno Fernandes juntava-se muitas vezes a ele quando Otávio ‘desaparecia’ dessa zona. Nuno Mendes, o elemento surpresa, permitia mais espaço de ação a Jota e Ronaldo para caírem entre-linhas, na zona entre o central e o lateral, uma vez que era ele quem estava encarregue de dar a largura ao ataque português.

Dito isto, Ronaldo e Jota funcionavam como vagabundos no ataque, nenhum dava referência à linha defensiva da seleção da Macedónia do Norte.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Diogo Costa (6)

João Cancelo (6)

Pepe (8)

Danilo (7)

Nuno Mendes (6)

João Moutinho (6)

Bernardo Silva (7)

Bruno Fernandes (9)

Otávio (8)

Diogo Jota (6)

Cristiano Ronaldo (5)

SUBS UTILIZADOS

João Félix (-)

Vitinha (-)

Matheus Nunes (-)

William Carvalho (6)

Rafael Leão (5)

 

ANÁLISE TÁTICA – MACEDÓNIA DO NORTE

Blagoja Milevski afirmou, na antevisão ao jogo, que não veio a Portugal para fazer turismo e, verdade seja dita, a equipa complicou muito a vida a Portugal. Sem grande talento individual, a equipa de Milevski organizou-se em 4-1-4-1, com três médios a formar uma harmonia sobre quem pressiona o portador e quem defende o bloco, obrigando a seleção das quinas a trabalhar muito nas alas, uma vez que o corredor central estava muito bem protegido.

Na segunda parte, com o resultado desfavorável, a seleção da Macedónia do Norte procurou defender num bloco médio-alto com pressão sobre o portador da bola, ainda que tal tenha ressalvado mais espaço para os criativos trabalharem.

 

11 INICIAIS E PONTUAÇÕES

Stole Dimitrievski (5)

Stefan Ristovski (6)

Visar Musliu (5)

Darko Velkovski (6)

Ezgjan Alioski (6)

Arijan Ademi (6)

Tihomir Kostadinov (5)

Elif Elmas (6)

Enis Bardhi (5)

Alex Trajkovski (5)

Milan Ristovski (4)

SUBS UTILIZADOS

Boban Nikolov (5)

Stefan Askovski (5)

Bojan Miovski (6)

Darko Churlinov (5)

Artigo revisto por Gonçalo Tristão Santos

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