Um terço na mão por uma metade | Portugal 3-2 Eslováquia

Portugal dispensou a calculadora, mas não o terço que costuma necessitar nas qualificações para os grandes torneios. A vitória caseira por 3-2 ante a Eslováquia selou o apuramento português, mas a segunda metade portuguesa, durante a qual sofreu dois golos – mais dois do que os sofridos nos seis jogos anteriores -, revelou uma incapacidade para controlar a partida que pode sair cara frente a adversários de maior valia.

Portugal não soube, nem quis gerir o jogo com calma, subtraindo bola aos eslovacos por mais tempo para afastar qualquer hipótese de a turma de Calzona fazer o 2-1 e reentra na partida. A seleção portuguesa quis ser ofensiva, jogar bonito, empolgar as bancadas e permitiu que o jogo partisse taticamente. As posses de bola lusas eram demasiado curtas quer para criar perigo, quer para evitar que perigo fosse criado junto da baliza de Diogo Costa.

A Eslováquia reforçou o centro, colocou dois homens na frente e foi tendo mais bola e conquistando mais espaços, que Portugal, quase sempre partido em dois, fruto das transições sucessivas, não conseguia fechar.  Os eslovacos fizeram o 2-1 e reabriram um jogo que parecia, no primeiro tempo, absolutamente fechado. As queixas de Rafael Leão retiraram-no de campo, entrando João Félix, que aumentou a capacidade de Portugal transportar bola por dentro, mas aumentou igualmente a vontade ou necessidade de jogar em transição.

O jogo foi entrando numa toada de bola cá, bola lá que nunca é o desejável para quem está em vantagem. A Eslováquia, que, verdade seja dita, se ia mantendo no resultado também por mérito do seu guarda-redes, Dúbravka, soube aproveitar o que Portugal lhe ia dando no segundo tempo e voltou a marcar, na altura fazendo o 3-2 e continuando a manter a contenda em aberto.

A turma de Roberto Martínez foi capaz de selar o triunfo e a presença no Euro 2024, mas a segunda parte lusa será uma importante base de estudo para partidas futuras. O Portugal da primeira parte pode ser campeão europeu, o da segunda pode ser vulgarizado por muitas das seleções que vão estar em solo alemão no próximo verão. Compete agora à equipa técnica portuguesa dar a esta equipa as ferramentas necessárias para gerir o jogo como a equipa madura que pode ser e estender nas partidas o que de bom faz.

O povo gosta do fatalismo e sofrimento que o fado tão bem representa, mas o coração não aguenta tudo. E há qualidade suficiente para minimizar o sofrimento.

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

BnR: Havia dito que ganhar é importante, mas jogar bonito também. Foi por Portugal querer, mesmo a ganhar 2-0, jogar bonito e de forma ofensiva, que a equipa perdeu os seus equilíbrios e o jogo ficou mais dividido? A primeira substituição de Portugal foi a saída de Rafael Leão e a entrada de João Félix, um jogador que transporta jogo muito mais por dentro. Foi apenas uma questão de refrescar a equipa, num momento em que vencia por 2-0, ou pretendia, de facto, ter um jogador que na transição ofensiva, sobretudo, ocupasse e percorresse espaços interiores, onde a Eslováquia conseguia ter mais gente?

Roberto Martínez: Na segunda parte, perante uma equipa que tinha que ganhar, que não tinha nada que perder, para o apuramento, acho que a Eslováquia tomou mais riscos e nós tentámos marcar a cada posse de bola. A chuva também não ajuda a ter uma pausa no jogo, mas foi uma situação de decisões. O nosso jogo precisava de ter mais controlo, de termos posses mais longas e jogar mais à frente. Não fizemos isso. O Rafael Leão teve problemas estomacais, não foi uma mudança tática. Quando jogamos na seleção, precisamos de ter melhores decisões para podermos controlar o jogo. Defender com a bola é importante e nós quando tivemos a bola na segunda parte quisemos atacar rapidamente e foi um risco total. Ainda assim, criámos muitas ocasiões, o Dúbravka teve um grande desempenho e depois eles tiveram dois golos de grande qualidade. O terreno, a chuva não ajudaram na segunda parte.

Outras declarações:

“A nossa primeira parte foi muito boa, executámos com uma clareza extraordinária”.

“Na segunda parte, jogámos com o coração mais do que com a cabeça”.

“O ambiente no Dragão foi espetacular”.

“Merecemos ganhar”.

“O desempenho foi merecedor da vitória”.

“Precisávamos de adaptar e fizemos isso”.

“A Eslováquia é uma equipa bem organizada num bloco baixo”.

“Estamos num bom caminho”.

“Precisamos de terminar no melhor nível, nos próximos três jogos”.

“A porta está sempre aberta, mas para entrar é difícil. É importante para a seleção termos a porta sempre aberta”.

“Gostei muito do desempenho do Gonçalo Ramos contra o Luxemburgo e era importante vermos como funciona a nossa equipa com dois pontas-de-lança”.

“Não era o meu objetivo conseguir o apuramento sem sofrer golos”.

“Vamos sofrer golos, mas acho que podemos marcar mais golos do que o adversário”.

Francesco Calzona apenas prestou declarações a jornalistas eslovacos.

Declarações:

“No segundo tempo, conseguimos fazer o que tínhamos preparado. Fizemos um grandíssimo segundo tempo”.

“Foram segundos 45 minutos de bom futebol da nossa parte”.

“A equipa deu-me uma grande resposta”.

“Faremos de tudo para fazer um bom resultado no Luxemburgo”.

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Márcio Francisco Paiva
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O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.

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