Depois da vitória épica que fez a seleção de Gibraltar entrar na história do território peninsular de domínio britânico no extremo sul ibérico, no último sábado, os gibraltinos bateram o Liechtenstein esta terça-feira e, a uma surpresa, somou-se outra, pelo que o espanto pode tornar-se em sonho concretizado.
A seleção do país do Rochedo derrotou a Arménia fora de portas na 3ª jornada da Liga D da Liga das Nações e almejaram a primeira vitória oficial de sempre desde o ano de fundação da associação de futebol gibraltino, ainda no século XIX, em 1895.
Joseph Chipolina, dos Lincoln Red Imps, foi herói nestas duas últimas, e primeiras, conquistas. O lateral-esquerdo converteu a grande penalidade que derrotou os arménios e marcou o golo do triunfo ao Liechtenstein.
Aliás, os gibraltinos, até ao jogo em Yerevan, nunca tinham estado sequer em vantagem no marcador em qualquer jogo disputado. A formação nacional é composta ou por estudantes ou por jogadores que têm outras profissões.
Fonte: Gibraltar Football Association
Em Gibraltar, o futebol não é profissional como em tantas outras paragens, mas a paixão que liga esse povo à modalidade acaba por ser a mesma. Pela frente, ainda restam dois jogos – receção à Arménia e deslocação à Macedónia, o atual líder do agrupamento, com 9 pontos, à frente de Gibraltar, com seis, que supera todas as expectativas.
O feriado nacional é a 10 de Setembro em Gibraltar, mas, se a subida de divisão na Liga das Nações se consumar entre os dias 16 (Arménia) e 19 (Macedónia), haverá um novo ‘feriado’, desta feita futebolístico, a ter em conta na agenda nacional. O que ninguém pode tirar são os dias 13 e 16 de outubro da memória do povo gibraltino, um território com pouco mais de 30 mil habitantes, mas que espantou o mundo com um feito que, pelo papel social que o futebol desempenha, pode afirmar ainda mais a pequena península no mapa à escala global.
Foto de capa: Gibraltar Football Association
Artigo revisto por: Jorge Neves