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A importância do primeiro jogo

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Numa competição curta como um Europeu, é sabido que o primeiro jogo tem uma importância crucial nas aspirações de qualquer equipa. Uma derrota não é sinónimo de eliminação, mas coloca uma pressão acrescida para o encontro seguinte. Se não for possível ganhar, é importante não perder. Itália e República Checa que o digam. As duas selecções foram duas das mais cativantes do Euro Sub-21, mas acabaram por ser traídas pela má prestação no jogo de estreia. Com um empate nessa partida estariam hoje a disputar as meias-finais.

Após o primeiro jogo, a República Checa parecia praticamente eliminada. Não só pelo resultado negativo (derrota com a Dinamarca por 2-1), mas sobretudo porque a equipa não mostrou que podia dar mais do que o que tinha exibido nesse encontro. Contudo, a segunda jornada trouxe um conjunto completamente diferente. Os anfitriões esmagaram a Sérvia por 4-0 (podiam ter sido mais), naquela que foi a melhor exibição da prova até ao momento. Kliment foi o homem do jogo, assinando um hat-trick, mas os golos resultaram de excelentes jogadas de envolvimento colectivo. Hybs e Frydek combinaram muito bem do lado esquerdo durante a primeira parte, surgindo Kaderabek, lateral que vai rumar ao Hoffenheim, e Skalak em evidência pela direita na etapa complementar. A entrada de Kadlec para o 11 também foi decisiva para a subida de rendimento da equipa, mesmo que o avançado do Frankfurt, que actuou nas costas de Kliment, tenha saído lesionado à passagem da meia hora. Zmrhal e Petrak, os dois médios, fizeram igualmente uma exibição de luxo, sobretudo ao nível da pressão e recuperação.

O jogo com a Alemanha era decisivo para as pretensões dos checos. Para sonhar com o apuramento, a equipa de Jakub Dovalil teria de se apresentar com a mesma qualidade que exibiu contra a Sérvia. Os anfitriões foram capazes de mostrar, a espaços, o bom futebol que permitiu a goleada no encontro anterior, mas desta vez o adversário criou, como seria de esperar, mais dificuldades. A vitória da Dinamarca sobre a Sérvia fez com que o empate não fosse suficiente para os checos, mas a ovação do público aos seus jogadores diz tudo sobre a bela prestação da equipa. O torneio fez emergir nomes como Petrak, Skalak ou Kliment, numa geração que tem também nomes mais conhecidos como Kalas, Kaderabek, Kadlec ou Krejci, extremo de muita qualidade que fez o golo do empate frente à Alemanha mas que não teve o protagonismo que se esperava.

Destaque individual:

Jan Kliment – Ainda a actuar num clube modesto da República Checa (Jihlava) mas, pelo que mostrou neste Euro, com qualidade de sobra para se afirmar noutro patamar de exigência. Com Kadlec a jogar apenas 30 minutos durante o torneio, foi Kliment quem se assumiu como a grande referência do ataque checo, ele que no clube até costuma jogar nos flancos. É, ainda assim, como avançado que tem condições para ser um aspirante a sucessor de nomes como Koller ou Baros. Demonstrou muita inteligência nas movimentações, percebendo quando devia baixar para dar apoio frontal (joga muito bem de costas para a baliza), caindo nas alas e explorando bem a profundidade, fazendo uso de um excelente poder de desmarcação. Alto mas móvel, com qualidade técnica e oportunismo dentro de área, sendo de destacar também o facto de ser um jogador esforçado e com capacidade de pressionar a saída de bola do adversário.

A Itália mostrou qualidade mas ficou pelo caminho
A Itália mostrou qualidade mas ficou pelo caminho
Fonte: UEFA Under-21 Championship

 

Apesar de serem o país mais titulado nos sub-21, há bastante tempo que os italianos não apresentavam uma geração tão homogénea e com tanta qualidade nos diversos sectores. É uma equipa que parece ter mais potencial do que a que chegou à final da última edição, por exemplo. O golo tardio da Suécia frente a Portugal mandou a equipa azurra para casa, mas não há dúvidas de que a maior parte destes jogadores terá um futuro muito promissor.

A primeira partida da Itália foi péssima, levando o técnico Luigi Di Biagio a revolucionar o 11 para os jogos seguintes. As alterações promovidas no eixo defensivo, com Romagnoli a entrar para fazer dupla com Rugani, e sobretudo no meio campo, onde nenhum jogador repetiu a presença, transformaram a equipa para melhor e o empate contra Portugal foi injusto para os italianos. Crisetig, Cataldi e Benassi dominaram as operações (pela forma como condicionaram William, deu para perceber que a lição estava bem estudada), Zappacosta e Berardi estiveram muito activos pela direita e só a ineficácia impediu a conquista dos três pontos. Frente à Inglaterra, Belotti esteve mais inspirado na finalização, o meio campo, com Benassi em destaque, voltou a superiorizar-se, e a equipa soube gerir a vantagem no marcador com muita inteligência. No entanto, aconteceu um resultado indesejado no outro jogo e os italianos não puderam seguir em frente.

Domenico Berardi era, à partida, a grande estrela italiana e correspondeu às expectativas. O avançado, que se transferiu em definitivo para o Sassuolo por 10 milhões de euros, deu continuidade ao que fez no clube e desequilibrou imenso através das diagonais da direita para o meio, mostrando a sua qualidade técnica e visão de jogo. Mas o jovem de 20 anos não foi o único que aproveitou para ganhar cotação com este Europeu. Rugani e Romagnoli, dois dos centrais mais promissores do futebol europeu, demonstraram um potencial incrível, tanto individualmente como como dupla; Zappacosta, já com muitos jogos ao serviço da Atalanta, é um lateral muito completo (forte a defender e com capacidade para fazer todo o corredor) e não surpreende que seja seguido pela Juventus; Cataldi, uma das revelações na Lazio, e Benassi, o melhor italiano neste torneio, são esperanças para o futuro do meio campo transalpino; e Belotti, com a saída de Dybala do Palermo, pode assumir-se desde já no clube siciliano.

Destaque individual:

Marco Benassi – Não foi aproveitado pelo Inter mas é claramente um jogador com um talento incrível. Quem beneficiou foi o Torino, onde o médio já é presença assídua e tem vindo a ganhar preponderância. Com apenas 20 anos, é um jogador bastante completo e que impressiona pela tremenda inteligência que demonstra em todas as suas acções, mas neste Europeu destacou-se sobretudo no capítulo ofensivo (qualidade no último passe e chegada à área, apontando dois golos frente à Inglaterra). É igualmente um jogador cumpridor a nível defensivo, e que tem na polivalência – pode actuar em qualquer uma das posições do meio campo e até como lateral direito – outra mais valia. Se evoluir como se espera, será um dos melhores médios do futebol italiano dentro de pouco tempo.

 Foto de Capa: UEFA Under-21 Championship

Tomás da Cunha
Tomás da Cunha
Para o Tomás, o futebol é sem dúvida a coisa mais importante das menos importantes. Não se fica pelas "Big 5" europeias e tem muito interesse no futebol jovem.                                                                                                                                                 O Tomás não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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