Futebol Olímpico: a imprevisibilidade dos medalhados

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O Futebol foi a segunda modalidade coletiva a fazer parte dos Jogos Olímpicos (JO), apenas atrás do Pólo Aquático. Entrou oficialmente nos quadros competitivos desta competição em 1908, na cidade de Londres, com a Grã-Bretanha a sagrar-se a primeira campeã olímpica da modalidade. Durante um longo período, entre a década de 30 e a década de 80, os JO contavam apenas com a participação de seleções amadoras, ou seja, não contavam com jogadores profissionais. Foi apenas nos JO de Los Angeles, em 1984, que o Comité Olímpico Internacional admitiu a disputa da competição por jogadores profissionalizados.

A partir dos JO de 1992, em Barcelona, o novo formato foi adotado e determinou-se que os mesmos seriam disputados por jogadores até aos 23 anos, possibilitando-se a inscrição de três jogadores acima desta idade.

Até ao momento, já vimos 16 países diferentes vencedores da medalha de ouro no Futebol: doze seleções do continente europeu, quatro do continente americano, e duas do continente africano. As seleções mais medalhadas até ao momento são: a da Hungria (cinco), a do Brasil (cinco), as das extintas União Soviética e Jugoslávia (ambas com cinco), e a da Argentina (quatro). Por todas estas razões, percebemos que esta é sem dúvida a competição futebolística mais imprevisível do mundo no que concerne a titulados, já que 33 seleções em 23 edições de Futebol nos JO realizados até hoje foram coroadas com o Ouro, a Prata e o Bronze.

A título de curiosidade, o país organizador dos JO do Rio’2016 nunca venceu a competição. O máximo que o Brasil, maior vencedor de títulos mundiais por seleções, conseguiu foi vencer três medalhas de prata e duas de bronze. Esteve perto em 2012, mas perdeu em Londres (2-1) frente ao México, com dois golos do inevitável Oribe Peralta. Será que o Brasil se estreará com a medalha de ouro no mesmo momento em que se estreia na organização dos JO?!

Numa breve análise apresentamos os grupos desta edição do Rio’2016:

Grupo A: Brasil, África do Sul, Iraque e Dinamarca

Neymar quer dar o ouro olímpico ao seu país
Neymar quer dar o ouro olímpico ao seu país
Fonte: Globo

O anfitrião Brasil é declaradamente a equipa mais forte do grupo e, obviamente, um dos mais sérios candidatos ao título de campeão olímpico. No seu elenco, conta com o experiente médio-centro Renato Augusto (28), ex-Corinthians. Além de que conta com Neymar Jr. (24) e Rafinha Alcântara (23), do Barcelona, com o defesa Marquinhos (22), do PSG, com Felipe Anderson (23), da Lazio, e ainda com os jovens já experientes do Brasileirão Douglas Santos (22), do Atl. Mineiro, Rodrigo Caio (22), do São Paulo e Wallace (21), do Grémio. Para finalizar terá na frente de ataque, junto a Neymar, duas das maiores promessas do futebol Brasileiro da atualidade: Gabriel Jesus (19), do Palmeiras – melhor goleador do Brasileirão –, e o já famoso “Gabigol” – Gabriel Barbosa (19), talentoso jogador do Santos. Portanto, um elenco de luxo com potencial para vencer os JO. Espera-se que as inúmeras fragilidades da CBF não influenciem negativamente, também, esta seleção olímpica, como tem acontecido com a seleção principal.

Relativamente à Africa do Sul, importa referir que esta é apenas a segunda participação da seleção nos JO – a primeira foi em Sidney (2000). A seleção optou por chamar apenas um jogador com mais de 23 anos e nenhum dos “craques-estrangeiros” da seleção principal. Acredito que vieram para desfrutar da experiência olímpica!

O Iraque é uma seleção a ter em conta no apuramento para a próxima fase, já que conta com três jogadores internacionalmente experientes a jogar pela seleção principal: o atacante Hammadi Ahmad (28), o médio Saad Abdul-Amir (24), e o defesa Ahmad Ibrahim (24). Além disso têm os jovens defesas Dhurgham Ismail (22), a jogar na turquia, e Ali Adnan (22), da Udinese de Itália. Todos estes jogadores têm mais de 30, e alguns mais de 50, internacionalizações pela seleção principal. Ainda os jovens Ali Faez (21) e Ali Hosni (22), que jogam na Turquia, e o Sherko Kareen (20), do Grasshoppers da Suíça, terão certamente um contributo positivo na campanha da seleção Iraquiana.

A Dinamarca vem para estes JO com as ambições altas, creio. Não tanto pelo elenco, mas mais porque ficou de fora dos últimos Mundial (2014) e Europeu (2016), levando a considerar que possa estar a passar por uma fase de reformulação nacional no futebol. Uma boa prova nestes JO faria aumentar a expectativa otimista sobre o futuro do futebol e daria seguimento à boa campanha do Euro Sub21 de 2015, onde atingiram as meias-finais da competição. No entanto, uma parte das figuras que compuseram esta seleção de 2015 não estará presente nos JO. É o caso de: Scholz (23, Standard), Vestergaard (23, Werder Bremen), Andreas Christensen (20, Chelsea) e a ex-estrela do Ajax Viktor Fischer (22, Middlesbrough). Ainda assim, desse elenco, poder-se-á contar com Uffe Bech (23, do Hannover 96), Yurary Poulsen (22, do Leipzig) e Lasse Christensen (21, do Fulham). Os jogadores experientes serão Lasse Vibe (29, Brentford), Edi Gomes (27, jogando na China), Kasper Larsen (23, Groningen) e Brock-Madsen (23, Birmingham). Um elenco interessante, que estará na luta com o Iraque!

Paulo Sousa
Paulo Sousahttp://www.bolanarede.pt
Um português residente no Brasil. Vive com intensidade e aprendeu a não ter medo de escolher. Ama e trabalha com o Futebol, que colide com alguns dos seus valores morais. Futebolísticamente interessa-se por assuntos polémicos e desmistificar ideias não sustentadas em fatos. Inconformado, contagia-se pelos porquês que o levam a amadurecer.                                                                                                                                                 O Paulo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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