📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

Alemanha: hora de a Velha Guarda ceder passagem

- Advertisement -

Em 2014, Die Manschaft era imbatível.  A renovação do futebol alemão iniciada em 2000 traduzira-se numa conquista do Mundial de Futebol. Hoje, os Germânicos veem-se numa encruzilhada: ou renovam a equipa – a começar no banco técnico – ou correm o risco de perder o seu estatuto como potência futebolística mundial.

Phillip Lahm,  Miroslav Klose, Bastian Schweinsteiger. Estes são os três principais nomes que, desde a vitória no Maracanã por 1-0 frente à Argentina, abandonaram a seleção masculina de futebol alemã. Baixas de peso, sim, mas com talento como Julian Brandt, Julian Draxler e Benjamin Henrichs a surgir no seu lugar, tudo parecia encarrilado para mais um excelente desempenho quando, em junho deste ano, Die Manchsaft levantou voo rumo à Rússia. Mas o que outrora parecia uma locomotiva imparável descarrilou, e com estrondo. A vitória frente à Suécia (2-1) de nada serviu perante as derrotas perante México (1-0) e Coreia do Sul (2-0). Os germânicos tornaram-se assim na maior desilusão do Mundial de 2018 e foram para casa como últimos classificados do grupo.

Os alemães no topo do mundo
Fonte: FIFA

Thomas Müller, melhor marcador do Mundial de 2014, ficou em branco. Toni Kroos, conhecido pela sua cabeça fria e passes milimétricos, mostrou-se desconcentrado e anormalmente errático. Manuel Neuer, considerado o melhor guarda redes do mundo, vindo de uma lesão de oito meses, não mostrou a segurança que durante anos o caracterizou – quem se pode esquecer do segundo golo da Coreia do Sul…-. Tal como eles, muitos outros jogadores (nomeadamente os veteranos) ficaram muito aquém das expectativas. Alguns dos únicos aspetos positivos a apontar foram as exibições de Marco Reus e do estreante Julian Brandt, do Bayer Leverkusen.

Técnico principal da Seleção Alemã desde 2006 (entre 2004 e 2006 era treinador adjunto), Löw colocou o seu pescoço na guilhotina ao não convocar Leroy Sané, que tivera uma fantástica época no Manchester City FC, na lista de convocados para o Mundial. Os adeptos alemães, porém, deram o benefício da dúvida ao treinador que comandara a equipa num dos seus períodos mais bem sucedidos de sempre. Mas, após a infeliz prestação, a sua exclusão foi apontada como um dos principais fatores do insucesso germânico.

Desde que assumiu o cargo em 2006, Low nunca se viu numa situação tão precária
Fonte: FIFA

Sejamos honestos: Leroy Sané pouca ou nenhuma diferença faria na prestação da sua equipa. É um jogador extremamente rápido e dotado, sem dúvida, mas os problemas deste plantel são demasiado profundos para apenas um jogador mudar. De qualquer maneira, Leroy Sané acabao por ser o exemplo mais ilustrativo da maior crítica que Joachim Löw recebe: a sua insistência em manter a Velha Guarda, dando muito poucas hipóteses ao jovem e abundante talento que os clubes alemães produzem. E Sané não é o único caso. A inclusão de Manuel Neuer a titular, mesmo após uma paragem tão prolongada, quando Marc André Ter-Stegen tivera a sua melhor época de sempre no FC Barcelona, provou ser uma decisão muito pouco sensata.

Esta recusa seria compreensível num país com poucas capacidades de formação de jovens futebolistas. Mas a verdade é que em quase todos os escalões as equipas alemãs ocupam os lugares de topo. Desde Julian Draxler e Leon Goretzka, já a jogar em grandes europeus, a Mahmoud Dahoud e Kai Havertz, ainda numa fase embrionária da carreira, com dezenas de outros nomes pelo meio. Joachim Löw não tem pouco por onde escolher e a sua insistência em certos jogadores cujo rendimento já não é o mesmo tem-lhe valido justas críticas, especialmente perante os resultados recentes.

É preciso perceber que Joachim Löw não tem necessariamente de sair, mas tem forçosamente de mudar. Mudar o sistema, mudar a mentalidade e dar lugar a uma nova geração. A atual manchou a sua imagem com a pior prestação de sempre em Campeonatos Mundiais. Mas a imagem da Seleção Alemã é uma que pode e deve ser mantida. E só se Low não perceber isto é que terá de ceder lugar a outro treinador, para que a Velha Guarda também possa dar passagem à Nova Geração.

Foto de Capa: FIFA

Artigo revisto por: Jorge Neves

Gonçalo Taborda
Gonçalo Tabordahttp://www.bolanarede.pt
O Gonçalo vem de Sacavém e está a tirar o curso de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social. Afirma que tem duas paixões na vida: futebol e escrita. Mas só conseguia fazer uma delas como deve ser, por isso decidiu juntar-se ao Bola na Rede.                                                                                                                                                 O O Gonçalo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Antevisão Salgueiros Renegades x Maia Mutts: O duelo do Norte | LFPA

Este domingo, vamos ter o segundo jogo da LPFA Preseason, no Complexo Municipal de Cutamas, casa dos históricos Maia Mutts.

História feita: eis os números finais da votação recorde para a presidência do Benfica

Votaram 85.422 sócios para as eleições do Benfica. Números recorde batem todos os registos de votações presidenciais em qualquer clube do mundo.

Rui Costa vencedor na mesa de Cabo Verde, João Noronha Lopes vence em Hamburgo: eis os primeiros resultados das eleições do Benfica

Rui Costa venceu a mesa eleitoral em Cabo Verde. No país africano, o atual presidente reuniu a maioria dos votos.

Gianluca Prestianni foi titular pelo Benfica depois do Mundial Sub-20: «A equipa precisava desta vitória para recuperar confiança»

Gianluca Prestianni analisou a partida entre o Benfica e o Arouca, relativa à nona jornada da Primeira Liga.

PUB

Mais Artigos Populares

José Mourinho reage ao Benfica 5-0 Arouca EM DIRETO

José Mourinho está presente na sala de imprensa do Estádio da Luz para reagir à partida entre Benfica e Arouca. Águias golearam por 5-0.

Vasco Seabra: «Não creio que o Benfica tenha criado tantas oportunidades claras para terminar 5-0»

Vasco Seabra analisou a partida entre o Benfica e o Arouca, relativa à nona jornada da Primeira Liga. Águias ganharam por 5-0.

José Mourinho: «O Arouca é uma boa equipa e joga bem, mas o Benfica foi demasiado forte para eles»

José Mourinho analisou a partida entre o Benfica e o Arouca, relativa à nona jornada da Primeira Liga.