Grêmio FBPA 1-1 CR Flamengo: “Mata-Mata” dividido na primeira mão

Ambiente fantástico para a primeira mão da Taça Libertadores, a “Liga dos Campeões” sul-americana. Não cabia mais nenhum brasileiro no estádio, completamente lotado. O duelo entre o “nosso” Jorge Jesus e Renato Gaucho, um dos melhores treinadores canarinhos da atualidade. Na partida estavam ainda mais dois conhecidos dos portugueses, para além de “JJ”: Bruno Cortez do lado dos homens da casa e Gabriel Barbosa (Gabigol) do lado dos forasteiros, ambos ex-jogadores do SL Benfica.

O jogo começou intenso, como é característico das partidas disputadas entre clubes de grande dimensão do Brasil. Os primeiros cinco minutos, com a posse de bola repartida, viram um Flamengo mais atrevido e a tocar melhor a bola, com o Grêmio do outro lado a enveredar pelo lado físico. Só neste período de tempo foram assinaladas cinco faltas pelo árbitro Nestor Pitana. Lutava-se mais do que se jogava, como se as vidas dependessem daquelas jogadas.

Aos oito minutos, primeira grande situação de perigo. Melhor o Flamengo no jogo, e depois de uma jogada de combinações rápidas e com bola pelo chão, Aarrascaeta atirou ao lado, com a bola a passar perto do poste. Com o desenrolar dos minutos, uma coisa ia-se tornando clara: o Grêmio entrou nervoso e sem ideias, ao contrário do Flamengo, que entrou a querer dominar e a ter a posse de bola.

Aos 18 minutos, primeira situação polémica do jogo. Everton Ribeiro, o capitão do Flamengo, marcou de meia distância depois de um ressalto, mas o VAR anulou o golo, por falta de Gabigol no início da jogada. Sorte para os da casa, mas estava-se a adivinhar o primeiro do “Mengão”.

O 1-0 entrou – mais uma vez – aos 24 minutos, depois de um frango de Paulo Vítor… mas foi anulado (mais uma vez) pelo VAR, desta vez por fora-de-jogo. Milimetricamente, mas lá estava um pezinho adiantado. Jesus ia rindo, ironicamente, no banco de suplentes. O Flamengo estava a jogar muito e só mesmo o computador os estava a impedir de estarem na frente do marcador.

Aos 39 minutos, com o jogo mais calmo, terceiro lance polémico. Entrada “assassina” de Michel sobre Gerson, que Nestor Pitana foi ver ao monitor e que acabou por resultar num cartão amarelo. Isso mesmo, um amarelo. Era uma entrada clara para expulsão, que podia facilmente ter lesionado gravemente o jogador do Flamengo. Decisão incompreensível e o Grêmio podia dar-se por satisfeito de ainda estar 0-0 ao intervalo e jogar com onze em campo.

Uma nota no fim desta primeira parte para o VAR. Apesar de ter ajuizado bem nos dois lances de hipotético golo e mal no da hipotética expulsão, demorou imenso tempo a sair as decisões. Nas duas jogadas perderam-se pelo menos 9 minutos… É demais para um jogo que estava com um ritmo tão bom para os seguidores. Apesar de ter sido implementado este ano em Inglaterra, creio que a maior competição de clubes da América do Sul devia aprender algumas coisas com os britânicos neste capítulo, no sentido de utilizar a vídeo-arbitragem de forma rápida e eficaz.

Fonte: Libertadores

O segundo tempo começou mais disputado, com o Grêmio a trazer ideias diferentes para o jogo. Pelo menos, a equipa estava mais subida no campo e a pressionar a saída de jogo do “Mengão”, de forma mais evidente. Ainda assim, nesta fase do jogo havia muitas paragens na partida, muitos choques e lances de falta.

Há sempre as duas faces da moeda: terá o Flamengo reduzido a intensidade ou o Grêmio aumentado a sua? Talvez ambas. Certo é que o jogo, à passagem dos 60 minutos, estava mais a cair para o lado do “Gaúcho”, com mais chegadas à área da equipa de Jorge Jesus. No entanto, neste mesmo minuto, grande oportunidade de golo para o Flamengo. Gabigol, com muito espaço na entrada da área, rematou rasteiro, ao lado.

Aos 63 e 64 minutos, duas grandes defesas de Diego Alves, que até ali não tinha tido trabalho nenhum, evitaram o 1-0 para o Grêmio, que se apresentava muito melhor e muito mais perigoso. Duas partes totalmente distintas.

Contra a corrente do jogo, o Flamengo foi premiado pela sua ambição de nunca tirar os olhos da baliza adversária. No placard figuravam 69 minutos e alguns segundos, quando Bruno Henrique, aproveitando um excelente cruzamento de Arrascaeta, cabeceou para o fundo das redes de Paulo Victor, com a bola a bater no poste antes de entrar. Balde de água fria no Arena do Grêmio.

O golo de Bruno Henrique afetou claramente o Grêmio, que deixou de conseguir criar perigo como fazia até ali. Para além disso, a experiência dos veteranos do Flamengo, como Diego Alves, Rafinha, Felipe Luis e Gabigol, conseguiram meter gelo no ímpeto da partida.

Aos 79 minutos, Gabigol voltou a marcar e mais uma vez, uma eternidade do VAR para se perceber aquilo que já tínhamos visto na repetição: o brasileiro estava fora-de-jogo, mais uma vez.

Nos últimos dez minutos, Renato Gaúcho meteu a carne toda no assador, com vários jogadores de ataque, que conseguiram mesmo empatar o jogo. Aos 87 minutos, o recém-entrado Pepe finalizou no coração da área, depois de uma excelente jogada coletiva, que começou na sua metade do campo.

Até ao fim, houve mais paragens que outra coisa qualquer. O resultado ajusta-se ao que se passou em campo: a primeira parte foi do Flamengo, que podia ter feito bem mais que um golo, ao passo que a segunda metade foi mais do Grêmio, embora sem um domínio tão claro como o do “Mengão” nos primeiros 45 minutos. O “mata-mata” decisivo é no Estádio da Gávea e o vencedor é totalmente imprevisível.

ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES:

Grêmio: Paulo Victor, Galhardo, Braz, Kannemann, Bruno Cortez, Michel (Maicon, 83′), Souza, Alison (Pepe, 83′), Luan, Everton e Diego Tardelli (Rafael Felipe, 78′).

Flamengo: Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Mari, Felipe Luis, Arão, Gerson (Piris, 73′), Bruno Henrique, Everton Ribeiro, De Arrascaeta e Gabriel.

Carlos Ribeiro
Carlos Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
Com licenciatura e mestrado em Jornalismo, Comunicação e Cultura, o Carlos é natural de um distrito que, já há muitos anos, não tem clubes de futebol ao mais alto nível: Portalegre. Porém, essa particularidade não o impede de ser um “viciado” na modalidade, que no âmbito nacional, quer no âmbito internacional. Adepto incondicional do Sport Lisboa e Benfica desde que se lembra de gostar do “desporto-rei”.                                                                                                                                                 O Carlos escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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