
Depois de uma época sem títulos, Carlos Resende abandonou o comando técnico do Futebol Clube do Porto. A nova estrutura diretiva liderada por André Villas Boas entendeu fazer regressar Magnus Andersson, um ano depois.
O técnico sueco conseguiu na primeira passagem pelo Dragão levar o clube de volta à conquista do Campeonato Nacional e saiu depois de alcançar o tetracampeonato e de, na Europa, ter conseguido chegar à Final da Taça EHF, em 2018/2019, e por três vezes consecutivas aos oitavos de final da Champions.
Em 2023/2024, houve uma renovação do plantel, com entrada de vários jovens que estavam emprestados, aproveitando o conhecimento de Carlos Resende que treinou alguns deles no FC Gaia.
Com alguns atletas consagrados a saírem, casos de António Areia, Fábio Magalhães, Diogo Branquinho, Mitrevski, entre outros, Andersson vai ter de encontrar uma nova base que crie novamente uma dinâmica vitoriosa que impeça a hegemonia leonina nos próximos anos.
Pelas saídas e consequente renovação do plantel, o Porto precisa de reforçar algumas posições de forma mais urgente para tentar regressar ao caminho dos títulos.
O Bola na Rede aponta os três principais setores a necessitar de reforços.
Baliza
A renovação necessária de guarda redes começou já no início de 2023/2024 com a saída de Sebastian Frandsen e a inclusão no plantel principal de Diogo Rêma.
O jovem já vinha de duas épocas com vários jogos na equipa principal, mas com utilização esporádica. O empréstimo em 2022/2023 ao FC Gaia permitiu dar traquejo e maior experiência de jogo a Rêma.
Na primeira época como um dos dois guarda redes principais, o jogador formado no Colégio dos Carvalhos pegou de estaca e conseguiu ganhar lugar na Seleção Nacional e marcar presença no Europeu 2024.
Contudo, o guardião de 20 anos teve várias lesões, ao longo da época 2023/2024, tendo limitado o final da temporada.
Até que ponto Diogo Rêma estará a 100% para o início da temporada é uma dúvida, a que se junta a certeza da saída de Nikola Mitrevski, de regresso ao seu país natal, ao Eurofarm Pelister.
Francisco Fontes que funcionou como terceiro guarda redes pode ascender na hierarquia, mas aos 22 anos, parece tornar a posição carenciada de um jogador mais experiente. O guarda redes fez uma época na Primeira Divisão na AD Sanjoanense até chegar aos Dragões, onde a sua utilização tem sido principalmente na equipa B.
O guarda redes formado no BECA, em Celorico de Basto, parece necessitar de um empréstimo a um clube do escalão principal. A utilização regular num escalão competitivo superior é necessário para que possa adquirir a maturidade necessária para assegurar os requisitos necessários para lutar com Diogo Rêma pela baliza.
Há necessidade de um ou dois reforços com experiência, dependendo da disponibilidade de Rêma, para a guarda do reduto portista.
Lateral esquerdo
O Porto viu sair dois dos jogadores com mais minutos nesta posição. Fábio Magalhães deverá seguir caminho para Lisboa para o ABC e Nikolaj Laeso regressa à Dinamarca para representar o Bjerringbro-Silkeborg.
Restam Pedro Valdès que será a principal referência na posição e Vasco Costa, de 18 anos, com apenas oito jogos na temporada passada, depois de um empréstimo bem sucedido ao FC Gaia.
Os jogadores que ocupam esta posição costumam ter versatilidade para ocupar a posição mais central, como tinham Laeso e Magalhães. Alguém rotinado aos papeis dentro do campo, com experiência e bom porte físico, seriam aconselháveis.
A solução passará certamente por um jogador vindo do estrangeiro, ficando a dúvida da permanência de Vasco Oliveira no plantel. Se for para o lateral continuar a ter uma utilização residual, poderá ser um entrave ao seu desenvolvimento e à sua afirmação futura na formação principal.
Ponta direita
António Areia saiu para a França e deixou a asa direita do Porto órfã do dono da posição, depois de trocado o Benfica pelo dragão oito anos antes.
António Martinez que cumpriu a primeira temporada de Dragão ao peito parece ainda não estar preparado para ser a primeira opção.
Para além deste facto, o espanhol de 21 anos formado no Ademar Leon necessita de concorrência para o setor. Velocidade para as transições rápidas e variação do ritmo de jogo, boa eficácia de finalização são características essenciais para preencher a vaga.