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FC Porto 32-36 Sporting CP: Leões vencem com o génio do seu prodígio

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O Dragão Arena recebeu o jogo grande da 15.ª jornada da Liga de Andebol entre o FC Porto e o Sporting, todo um clássico do andebol nacional.

O jogo tinha todos os ingredientes para ser desequilibrado (dado o actual desnível competitivo e de qualidade entre ambas as equipas), e assim foi. Pelo menos durante 45 minutos, porque a partir de meio da segunda parte, o técnico do Sporting Ricardo Costa resolveu ir rodando a equipa, o jogo do Sporting perdeu fluidez e o FC Porto chegou a ter o Sporting “apenas” a três golos de distância, incendiando um pavilhão com a lotação praticamente esgotada.

O Sporting venceu por 36-32, mas pecou claramente por escasso. Num jogo marcado por um Kiko Costa absolutamente arrasador, uma segunda parte gigante do seu mano mais velho Martim Costa, e um apagão leonino nos últimos quinze minutos que permitiu ao FC Porto sonhar com uma recuperação improvável.

A diferença de qualidade e de ritmo de jogo entre o Sporting e o FC Porto é neste momento abismal, e nem a classe e orgulho de campeão do seu central Rui Silva, são capazes de esconder as diversas lacunas desta equipa do FC Porto.

Quando mais hostil é o ambiente, mais Kiko se transcende. Foi assim no último Mundial ao serviço da nossa selecção nacional (no qual foi eleito o melhor jovem do torneio) e foi assim esta noite no Dragão Arena.

Com passado azul e branco, clube que apenas abandonou quando o seu pai Ricardo decidiu mudar-se para Alvalade juntamente com os seus dois filhos (Kiko e Martim), foi constantemente assobiado e até insultado pela massa adepta portista, num ambiente bastante tenso entre ambas franjas de apoiantes.

Mas é aí que Kiko sobressai, de sorriso e olhar maroto para os seus adversários e de olhar desafiante para as bancadas, dá autênticas exibições de andebol a cada jogo, principalmente nos jogos de grau de exigência mais elevada. Não é de estranhar que seja uma das máximas prioridades do Barcelona (uma das melhores equipas do Mundo).

Estamos perante um génio e ouso dizer, que é o melhor andebolista nacional de todos os tempos (é um pouco arriscado afirmá-lo quando tivemos Carlos Resende, Eduardo Filipe, Gilberto Duarte, entre outros), mas é que eu honestamente nunca vi terem este nível de superioridade quase insultante sobre os seus adversários, nenhum dos que mencionei anteriormente, realçando novamente o facto de Kiko ter apenas 20 anos de idade.

A margem de progressão de Kiko Costa é enorme, e está chamado a marcar uma era no andebol nacional e internacional. O seu irmão Martim também é um excelente jogador, mas Kiko está num patamar só dele, onde muito poucos estão. 

“O miúdo é um predestinado” terminando com um vernáculo que não irei reproduzir, mas que foi um dos muitos elogios que fui ouvindo de alguns apoiantes do FC Porto, mas que se rendem às evidências e ao talento descomunal de Kiko.

Na noite de ontem, a sua primeira parte foi superlativa. O prodígio leonino entrou em modo “destruição total”. Nos primeiros seis remates, seis (!) golos. Eficácia absoluta no capítulo do remate. Remates de todas as formas e feitios, usando diversas zonas e ângulos, e para além da eficácia goleadora, Kiko joga e faz jogar, e tem um QI andebolístico absolutamente anormal para alguém tão jovem.

Também foi fundamental para provocar exclusões por dois minutos dos seus adversários, ficando na retina a que conseguiu “sacar” do pivô do FC Porto e seu colega de seleção Daymaro Salina, que vinha a realizar uma exibição bastante consistente, mas que se viu desbordado pela qualidade de Kiko.

A cada ataque sportinguista, a defesa portista era empurrada para trás. A cada finta, o jogo abria.
O Sporting construiu vantagem, controlo emocional e confiança, tudo ao ritmo do seu número 6. Kiko Costa ditou o rumo do jogo. A partir dele, tudo se tornou mais simples para a equipa de Ricardo Costa.

A lesão de Diogo Rêma logo no início do jogo, foi um grande golpe nas (ténues) aspirações que o FC Porto poderia ter, sabendo de antemão que iria defrontar uma das melhores equipas europeias da atualidade. A sua lesão (da qual ainda não se sabe a real extensão), parecia um prenúncio de desastre.
Mas o veterano sueco Sebastian Abrahamsson fez o tempo voltar para trás, e respondeu com uma das mais sólidas primeiras partes da época, com sete defesas no total e evitando que o Sporting disparasse no marcador.


Defendeu remates difíceis, segurou momentos de colapso coletivo e permitiu ao FC Porto manter a diferença dentro do aceitável.

Foi um ato de resistência, porque os dragões raramente conseguiram ser competitivos durante este jogo. Ao intervalo, o resultado registava 19-15 a favor dos leões, cuja vantagem poderia ser muitíssimo maior não fossem as intervenções de grande qualidade de Abrahamsson, que esteve muitíssimo bem na ausência de um dos portos seguros da equipa, como é o caso de Diogo Rêma. Exclusões sucessivas (Pol Valera e Daymaro Salina), mostravam bem a incapacidade portista em lidar com o fluxo ofensivo leonino.

Se Kiko Costa incendiou a primeira parte com uma exibição monumental, na etapa suplementar foi a vez do mais velho dos manos Costa, que não quis ficar atrás do seu caçula.

Martim Costa assumiu o jogo quando o ritmo caiu, quando o FC Porto tentava respirar para poder tentar uma aproximação final no marcador. Remates de força e precisão, decisões inteligentes, pausa quando necessário e aceleração quando o momento pedia.

A vantagem de 25-18 aos 10 minutos da segunda parte, foi em boa parte responsabilidade dele. Martim foi o metrónomo, o estabilizador, o garante de que o Sporting não perderia direção. E não perdeu — até perder.

Com o jogo aparentemente decidido (27-20, 29-22), o Sporting desligou emocionalmente, perdeu competitividade e tornou-se mais errático.
Reduziu substancialmente o ritmo frenético da primeira parte, perdeu critério na construção das jogadas, acelerou sem necessidade e permitiu ao FC Porto entrar em zonas que tinham sido proibidas até então.

Erros ofensivos, perdas absurdas de bola e uma defesa desorganizada e pouco intensa, abriram espaço para Rui Silva (grande exibição com oito golos marcados e detalhes que definem um jogador) brilhar. O central portista fez dois golos de enorme classe e devolveu a alma a uma equipa que parecia resignada.

A seis minutos do fim, o marcador dizia 30-26. A cinco minutos, 31-28. Por instantes, o Dragão Arena acreditou, o duelo ficou ainda mais tenso, pois uma vantagem confortável de sete golos, tinha sido diminuída num ápice e reduzia-se perigosamente.

O Sporting perdeu intensidade, foco e o controle que tinha conquistado com tanto mérito. Não chegou a estar em risco real… mas permitiu um cenário que nunca deveria ter permitido.

O Sporting ganhou bem. Foi a melhor equipa durante grande parte do jogo. Teve o melhor jogador em campo (Kiko Costa). Teve o melhor jogador da segunda parte (Martim Costa).
E mostrou novamente que tem soluções para cada fase do jogo.

Algo incompreensível foi o pouco tempo de utilização do ponta-direita espanhol Mamadou Diocou, que para além de ser o habitual marcador dos livres de sete metros, tem uma capacidade finalizadora que poderia ter conseguido equilibrar um pouco mais esta contenda. 

Ao técnico sueco Magnus Andersson deveria ter sido feita essa questão, que resignado afirmou o seguinte uma vez concluído o jogo: “Temos os jogadores que temos, mas faltam-nos jogadores importantes que atuam também na defesa e isso é relevante. Os que estiveram em campo deram o que tinham.”

Uma clara mensagem para a direção do FC Porto, encabeçada por André Villas-Boas (mais investido no futebol), que marcou presença Dragão Arena, e que certamente percebeu que é preciso trabalhar no reforço da equipa de andebol, se quiser competir de igual para igual contra equipas como as do Sporting.

O apagão final da equipa leonina deixa um alerta importante: com adversários mais fortes, este tipo de desconcentração pode ser fatal quando jogar com equipas de topo do andebol europeu, caso consiga avançar nesta edição da Champions League.

O FC Porto lutou, mostrou coração e deixou claro que nunca desiste, mas está longe do poderio, profundidade e nível competitivo do Sporting neste momento. O clássico foi leonino… mas não precisava de ter sido tão sofrido no final.

Tiago Campos
Tiago Campos
O Tiago Campos tem um mestrado em Comunicação Estratégica mas sempre foi um grande apaixonado pelo jornalismo desportivo, estando a perseguir agora esse sonho. Fã acérrimo do "Joga Bonito".

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