“Liga dos Campeões” lê-se em alemão – Andebol

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Colónia foi, mais uma vez, o palco para a coração da melhor equipa europeia de andebol. A final 4 jogou-se entre os dias 14 e 15 deste mês e foi protagonizada pela filosofia alemã. A final que o diga.

Primeiro, vamos por partes. Antes do maior jogo do calendário andebolístico, as meias-finais contaram-nos histórias bastante relevantes. Esclarecemos, até, que, nesta modalidade, uma equipa não se faz de uma individualidade. Mas já lá vamos.

Aproveitarei, também, para relembrar as apostas que fiz na antevisão a esta fase. O tiro não foi perfeitamente certeiro, mas não fico de todo insatisfeito. Digamos que deu para o bullseye, mas apenas na zona esverdeada. 

Seguimos, então, para um rescaldo dos quatro duelos deste fim-de-semana que encheu a barriga a todos aqueles que se apaixonam pelo jogo com a bola na mão.

Füchse Berlin vs. HBC Nantes – meias-finais

Era deste jogo que falava no segundo parágrafo. O Füchse Berlin não precisou do melhor jogador do mundo, Mathias Gidsel, para assegurar o bilhete para a finalíssima. Uma clara reposta à narrativa que defendia a descida de rendimento dos berlinenses perante a ausência do lateral direito. Claro que a qualidade individual encanta tudo e todos, mas – se é que havia dúvidas – uma equipa de andebol nunca se faz de um único jogador.

Incrível é estarmos a ter esta discussão. Apenas confirma e, até, sublinha a qualidade do jogo da estrela dinamarquesa.

Contudo, além do vermelho mostrado a Gidsel ao minuto nove, o jogo teve muito mais que se lhe diga. O ataque dos alemães produziu – e muito -, impulsionados pela classe na finalização do ponta Freihöfer. Terminou o encontro com 10 golos em 11 remates. Os esforços dos franceses para solucionar a investida adversária estiverem presentes, mas raramente passaram pelo escrutínio de Dejan Milosavljev. O guarda-redes chegou às nove defesas ainda antes do intervalo. Terminou a partida com 15.

Assim, poucos foram os momentos em que o Füchse não se encontrou no volante do jogo. Aos 56’, a vantagem era já de 11 golos, a maior de todo o jogo. Por esta altura, não sobravam grandes dúvidas de que a equipa alemã seria primeira a chegar à final de 2025. Assim foi.

FC Barcelona vs. SC Magdeburg – meias-finais

Para muitos, uma surpresa. Para os blaugranas, uma profunda desilusão. Para mim, vale ter acertado no desfecho deste confronto (por muito pouco que seja, na verdade).

Neste embate, tivemos direito a um pouco de tudo: um começo com um Dika Mem endiabrado (talvez revoltado com o facto de não ser a minha escolha para melhor jogador do mundo), com sete dos seus oito golos a surgirem na primeira metade; um FC Barcelona a liderar o marcador durante grande parte do encontro; um SC Magdeburg a nunca baixar os braços e a demonstrar-se capaz de correr atrás do prejuízo; golos em aérea; três cartões vermelhos para o conjunto catalão (dois deles no minuto 59’); e, claro, a cereja no topo do bolo.

Contrariamente à primeira meia-final, desta vez tivemos de esperar pelo último segundo para descobrir o vencedor. A situação de jogo não poderia agradar mais aos alemães, com uma superioridade numérica de dois jogadores. No final, a bola chegou à mão esquerda de Hornke, que fez o 30-31. Saltou diretamente para os festejos.

O SC Magdeburg estava na final da Liga dos Campeões pela segunda vez em três anos.

HBC Nantes vs. FC Barcelona – 3º e 4º lugares

Se esperavam que o FC Barcelona tivesse decidido fazer descansar os atletas com mais minutos neste encontro, enganam-se. Pelo contrário, foi no conjunto francês que se sobressaíram figuras desaparecidas do jogo de sábado.

O domínio foi de tal forma francês que os blaugranas não chegaram a liderar a contagem. O melhor que conseguiram fazer foi uma igualdade a quatro golos, quando o relógio assinalava nove minutos. Muito disso se deu à exibição de Ivan Pešić, guada-redes croata que celebrou as suas 14 defesas (40% de eficácia) com a medalha de bronze na mão.

O FC Barcelona foi exibindo algumas dificuldades no jogo e os franceses tiraram proveito disso. Mantiveram a postura durante os 60 minutos e garantiram a segunda melhor classificação do clube na prova, apenas atrás da “prata” em 2018.

Desta vez, a minha previsão falhou. Mas pouco importa. Afinal, quem não gosta de uma boa surpresa?

Füchse Berlin vs. SC Magdeburg – final

Falar de andebol implica falar da Alemanha. Não será coincidência ser este o país a acolher a final 4 da melhor competição de clubes da Europa, além de possuir o campeonato nacional mais competitivo do mundo. A materialização deu-se no maior dos palcos. Füchse Berlin e SC Magdeburg mediram forças na final da Liga dos Campeões.

Trata-se de duas equipas bastante familiarizadas uma com a outra. Vários aspetos assemelhavam os seus estilos de jogo. Outros, nem tanto. O Füchse Berlin foi a segunda equipa mais rápida em prova, com uma média de 55,1 ataques por jogo, perante um SC Magdeburg no penúltimo posto deste parâmetro, com quase cinco ataques a menos (50,2). São dados da European Handball Federation.

O que destacou o SC Magdeburg foi o discernimento no “crunch time”, ou seja, nos últimos seis minutos de partidas com uma diferença igual ou inferior a dois golos. Nenhuma outra equipa na Liga dos Campeões se apresentou tão bem nos instantes finais, quando verdadeiramente se tornava necessário que o melhor viesse ao de cima. Ora, mesmo não tendo sido este o motivo para selarem o segundo título em três anos, falamos de um aspeto que permitiu aos alemães chegarem ao jogo de todas as decisões.

No decorrer deste artigo, fui destacando algumas exibições decisivas dos guardiões das equipas em prova. Nenhuma delas se equiparou à de Sergey Hernandez. Fê-lo, alías, quando mais importava. Foram 18 defesas, para um total de 42,9% de eficácia entre os postes. Mais surpreendente se torna este ponto ao verificarmos que o Füchse Berlin possui a eficácia mais elevada de remate (68,9%) e terminou a final com o pior registo da época da Liga dos Campeões (52,4%).

Números na baliza que, aliados à prestação defensiva da equipa, dificultaram significativamente a capacidade de resposta do Füchse Berlin.

Para complementar a segurança na defesa, Krsti comandava as tropas no ataque. Terminou o confronto com oito tentos e vários duelos de 1×1 vencidos, sem nunca se esquecer de envolver os seus colegas nas dinâmicas ofensivas. No final, foi distinguido como o MVP da final 4, a segunda vez na sua carreira. Nada mau para um jogador que estava em dúvidas quanto à sua condição física antes do fim-de-semana.

Desta forma, Colónia sorriu ao SC Magdeburg, pela terceira vez na história do clube. Posso não ter acertado na previsão para o vencedor, mas pouco importa quando temos um andebol desta qualidade.

Para o ano há mais. Cá estaremos para falar de andebol.

David Braga
David Bragahttp://www.bolanarede.pt
O desporto pautou a vida de David, com o andebol a surgir cedo como a sua grande paixão. Com a bola na mão, apercebeu-se da panóplia de histórias que as modalidades são capazes de contar.

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