INTERNACIONAL: HOUVE DE TUDO E NÓS RESUMIMOS EM CINCO PONTOS!
À partida, estes eram uns campeonatos que muitas “más-linguas” não depositavam grandes esperanças. Algumas estrelas não tinham demonstrado interesse em participar para se focarem só nos Jogos de Tóquio, muitos atletas tinham tido uma preparação deficitária devido à pandemia mundial e alguns atletas pareciam longe da melhor forma.
A verdade é que estes campeonatos tiveram de tudo um pouco e foram quatro dias fantásticos para qualquer amante de atletismo.
1.
The Jakob Ingebrigtsen show. 🏃🏻♂️#Torun2021 pic.twitter.com/MfnrpXsMe9
— European Athletics (@EuroAthletics) March 7, 2021
As estrelas não desapontaram – Desde Kevin Mayer a Nafi Thiam, passando por Mondo Duplantis, Pedro Pichardo ou Yaroslava Mahuchikh, quase todas as maiores estrelas mundiais apresentaram-se em grande forma e mostraram levar bem a sério estes campeonatos. Deles vieram recordes pessoais, recordes nacionais e recordes dos campeonatos, mostrando que, se não estivessem no seu melhor, aqui não estariam.
Mas a grande estrela, entre as estrelas, foi mesmo Jakob Ingebrigtsen, que conquistou o Ouro nos 1.500 metros e nos 3.000 metros, ultrapassando um calendário bastante exigente (impossível para a maioria!) e parecendo fazê-lo num ritmo totalmente controlado. Às vezes, até pode parecer arrogante nas suas atitudes, mas se o for, até temos que o perdoar um pouco.
2.
Femke Bol 🇳🇱 crowns her breakthrough indoor season with 400m gold in #Torun2021. 👑
And she will be back in action tomorrow evening in the 4x400m relay! pic.twitter.com/pCckCuYo9p
— European Athletics (@EuroAthletics) March 6, 2021
Quem muito prometia nos meses antes, provou já estar no patamar… das estrelas – Nadine Visser vinha fazendo uma temporada verdadeiramente fantástica e aqui confirmou que meteu uma mudança extra em 2021, devendo ser levado a sério por todas as adversárias em qualquer competição.
Havia outros nomes que, a caminho destes Europeus, ainda não eram estrelas, mas que se começavam a mostrar com grandes resultados – marcas de elite na Europa e no Mundo. Keely Hodgkinson, Auriol Dongmo e Wilhem Belocian provaram que o estatuto de favoritos que traziam não era por acaso e não tremeram nem um bocadinho, mesmo em provas onde foram fortemente pressionados.
Mas o grande destaque neste campo tem mesmo que ser Femke Bol. A jovem holandesa, de 21 anos, e que é especialista nos 400m barreiras, provou em Torun que deve ser tida em conta para tudo a nível mundial e que, talvez, até não esteja assim tão longe do nível de Sydney McLaughlin e Dalilah Muhammad nas barreiras. É para acompanhar, daqui a pouco tempo, ao ar livre, mas, para já, mostrou uma autoridade incrível, tanto na prova individual, quanto a comandar o último percurso das estafetas, sendo uma das estrelas dos campeonatos.
3.
The women’s long jump final in #Torun2021 was not short on drama this evening! ✨
🥇 Gold for Maryna Bekh-Romanchuk 🇺🇦 at last! pic.twitter.com/cvg4SthWcc
— European Athletics (@EuroAthletics) March 6, 2021
A redenção chegou… e com qualidade! – Patrícia Mamona ainda não tinha um título europeu em pista coberta (tinha ao ar livre) e, finalmente, chegou ao Ouro. Não foi por demérito das adversárias. A portuguesa teve que bater o recorde nacional para chegar à glória! Mas não foi a única. Isto pode parecer estranho para quem segue o Atletismo com regularidade – mas podem confirmar! – a ucraniana Maryna Bekh-Romanchuk ainda não tinha um grande título internacional no Comprimento. Alcançou-o aqui e de uma forma gloriosa: no último ensaio, saltou a 6.92 metros, marca líder do ano, ultrapassando a campeã mundial e grande favorita, a germânica Malaika Mihambo.
Outro que não vão acreditar: apesar de muitas medalhas, o checo Tomas Stanek nunca tinha chegado a um Ouro internacional! Para o conseguir, chegou aos 21.62 metros, ao quinto ensaio, batendo a estrela da casa (Michal Haratyk), que se apresentava como o campeão europeu, tanto ao ar livre, quanto em pista coberta!
Por fim, Óscar Husillos. O espanhol tem a carreira marcada por, em 2018, ter corrido em recorde europeu, para o que seria o Ouro mundial. Fotos foram tiradas, festejos efusivos à volta da pista, mas…acabou por ser desqualificado por pisar na linha, numa decisão que pareceu demasiado rigorosa. Nos Europeus de Glasgow foi Prata, mas aqui, em Torun, conseguiu finalmente o Ouro, numa prova em que foi incrivelmente corajoso: não era favorito, não trazia grandes marcas este ano, mas impôs um nível altíssimo na primeira parte da corrida, obrigando todos a tentar ir com ele. Mereceu.