A dinastia que nunca existiu: O colapso dos Orlando Magic dos anos 90 #3

CAPÍTULO 6: O COLAPSO

Anteriormente reconhecidos como uma das melhores organizações da NBA e amplamente considerados pela sua abordagem calculada na construção de uma equipa de elite, os Magic de repente pareciam desesperados em tentar qualquer coisa que pudesse ajudá-los a alcançar a grandeza que lhes havia sido privada após a saída de Shaq.

Após múltiplas escolhas sortudas no Draft, Orlando começou a recorrer à free agency para atrair alguns dos melhores jogadores da NBA, mas essa abordagem produziu resultados mistos. Depois de tentar, sem sucesso, convencer Tim Duncan a deixar San Antonio, os Magic apostaram tudo ao trazer Grant Hill e Tracy McGrady (T-Mac) para Orlando.

Infelizmente, em vez de títulos, as contratações trouxeram mágoas e dores de cabeça para a franquia. Um dos jogadores mais populares da liga, esperava-se que Hill fosse a próxima grande estrela de Orlando, mas as lesões impediram os fãs dos Magic de vê-lo na sua melhor forma. Uma lesão na perna sofrida antes de sua chegada a Orlando limitou Hill a apenas 200 jogos (de 492 possíveis) em seis temporadas com os Magic.

Por sua vez, o desempenho de McGrady foi eletrizante, conquistando dois títulos de melhor marcador da liga, com uma média de mais de 28 pontos por jogo. No entanto, quando o seu contrato de quatro anos com terminou após a temporada 2003-2004, T-Mac encontrava-se numa situação idêntica à de Penny Hardway, sem nunca ter conseguido passar da primeira ronda dos playoffs.

O maior problema dos Magic depois da saída de Shaq, foi o facto de terem resultados bons o suficiente a cada temporada para a direção acreditar que só precisavam de “mais um elemento” para levá-los de volta ao estatuto de elite.

Nas primeiras sete temporadas na era pós-Shaq, so Magic nunca teviram um recorde negativo e chegaram aos playoffs cinco vezes. No entanto, também nunca venceram mais de 45 jogos num ano e nunca venceram uma série de playoffs.

Por outras palavras, Orlando estava preso num ciclo de mediocridade. No que diz respeito a uma organização desportiva, o pior resultado possível é ter sucesso suficiente para que se tenha medo de fazer algo dramaticamente diferente e que possa fazer com que desapareça.

Muitas vezes, é preciso chegar ao fundo do poço para reconhecer que as coisas não estão a funcionar e que é essencial fazer mudanças significativas para ter resultados diferentes. Para os Orlando Magic, o fundo do poço veio durante a época 2003-2004.

Depois de vencer o jogo de abertura no prolongamento, os Magic perderam 19 jogos consecutivos, terminando a temporada com um recorde de 21 vitórias e 61 derrotas. A primeira temporada prejudicial da equipa desde 1992, ainda antes da chegada de Shaq.

Um momento precário para a outrora orgulhosa organização. Embora as consequências da perda de Shaq tenham sido inicialmente mínimas, a cada subsequente passo em falso a relação entre os Magic e os fãs leais de Orlando parecia ficar mais ténue. Uma relação que só viria a ser restaurada graças a Dwight Howard e à equipa que chegou às finais de 2009.

Foto de Capa:

Diogo Valente Vieira
Diogo Valente Vieirahttp://www.bolanarede.pt
Estudante na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa. Procura realizar um percurso profissional dedicado sobretudo ao desporto nacional e internacional, através do jornalismo. O seu objetivo principal é tornar o jornalismo desportivo em Portugal o mais imparcial e prático possível, apresentando ao mesmo tempo uma personalidade com a qual a audiência possa identificar-se. Tem como interesses de destaque o futebol, o basquetebol e o wrestling.

Subscreve!

Artigos Populares

Deco e futuro ponta de lança do Barcelona: «Talvez seja possível jogar sem um 9 típico»

Com o contrato de Robert Lewandowski a terminar no final da época, Deco garantiu que o clube não está obcecado com a ideia de contratar um ponta de lança e deixou em aberto a possibilidade de jogar sem um avançado tradicional.

Nuno Borges cai nos oitavos de final do Masters 1.000 de Xangai

Nuno Borges foi eliminado nos oitavos de final do Masters 1000 de Xangai, ao perder em dois sets contra o australiano Alex de Minaur.

Dean Huijsen afastado da seleção espanhola com lesão muscular na perna esquerda

Dean Huijsen, defesa do Real Madrid, foi dispensado da seleção espanhola devido a uma lesão muscular. O jovem de 20 anos apresentou problemas durante o estágio.

Roony Bardghji estreia-se pela Suécia e elogia Hansi Flick: «É como um amigo, como um pai»

Roony Bardghji foi chamado pela primeira vez à seleção principal da Suécia e não poupou elogios a Hansi Flick, destacando a relação próxima que o treinador mantém com os jogadores.

PUB

Mais Artigos Populares

Lionel Messi despede-se de Jordi Alba: «Quem me vai passar para trás agora?»

Lionel Messi reagiu ao anúncio de final de carreira de Jordi Alba, o argentino deixou uma mensagem de agradecimento e amizade ao atual companheiro.

Antigo dirigente da Juventus recorda Cristiano Ronaldo:«Até analisava garrafas de água»

Giuseppe Marotta, antigo dirigente da Juventus e atual CEO do Inter Milão, recordou a passagem de Cristiano Ronaldo por Itália, destacando o profissionalismo e o nível de detalhe do português nos treinos e nos cuidados pessoais.

Médio do Liverpool lesiona-se e falha compromissos com a sua seleção

Wataru Endo, médio do Liverpool, lesionou-se na derrota frente ao Chelsea e vai ficar de fora dos próximos compromissos da seleção japonesa.