O fim de março aproxima-se, faltam menos de quatro semanas para terminar a época regular e o senhor que amavelmente faz o troféu para o rookie do ano ainda não sabe se este ano lhe vão chegar os dólares à conta, tendo em conta que primeiro é preciso aparecer um jogador de primeiro ano que tenha mostrado reais capacidades para o receber. Não pedimos um Wilt Chamberlain ou um Michael Jordan, como é óbvio, mas também não queremos, daqui a dez anos, estar a ver o plantel de uma qualquer equipa chinesa e ver lá o mesmo nome que alguém escreveu no troféu da temporada 2016/17.
Há um nome que salta à vista e que, em condições normais, levaria o prémio para casa: Joel Embiid. Porém, esta não é uma liga periférica qualquer onde quem faz 31 jogos faz os suficientes. Esta é uma liga com 82 jogos na fase regular, cujas estrelas descansam ao sábado à noite no melhor jogo da semana, mas deixemos essa discussão para depois. O camaronês foi escolhido em 2014, passou dois anos no estaleiro, e por isso é rookie nesta época. Mesmo com cerca de 20 minutos por jogo, Embiid entusiasmou a NBA e alegrou Philadelphia como há muito não acontecia. Até janeiro, quando voltou para o estaleiro (onde terminará a temporada), deixando o tal troféu de melhor jogador no seu primeiro ano sem um dono antecipado.


Fonte: NBA
Há Dario Saric. Há Malcolm Brogdon. Estes dois são os que estão mais próximos do nível de Embiid. E, ainda assim, muito afastados. O colega do camaronês nos Sixers tem crescido a olhos vistos com o passar da época, mas nunca seria um grande nome na lista. Os seus 12.5 pontos por jogo seriam o quarto pior registo de sempre para um vencedor do prémio de rookie do ano e o pior desde 2000/01. Já Brogdon é uma surpresa, um jogador do qual os Bucks não esperavam muito. Escolhido na 36.ª posição do draft, o base tem conseguido minutos vindo do banco com a sua capacidade defensiva e de lançamento exterior. Ainda assim, Brogdon teria a pior média de pontos de sempre para um rookie do ano e seria o primeiro rookie fora do top-18 a ganhar o prémio desde a década de 50.
E há sempre a possibilidade de se dar o prémio a Jaylen Brown, Marquese Chriss, Willy Hernangomez ou Buddy Hield. Mas, se Saric e Brogdon são más escolhas, o melhor é nem seguirmos por esse caminho. A verdade é que, com muitos ou poucos jogos, Joel Embiid foi infinitamente melhor do que todos os outros. Foi o único que se apresentou a um nível espetacular, mesmo assistindo a mais de metade da temporada sentado no banco, de fato vestido. Embiid foi o único para o qual olhámos e vimos um talento com potencial para dominar a liga. Todos os outros pareceram, salvo algum milagre, jogadores com capacidade para se manterem na liga mas como peças de rotação e nunca como atores principais de uma história que, claramente, não é a deles. Com os dois melhores rookies desta temporada a terem sido escolhidos em 2014, é um pouco assustador pensar na aparente falta de talento desta classe de jogadores. É verdade que Ben Simmons ainda não jogou e que um jogador como Ingram pode sempre “explodir”, mas o que fica desta temporada da parte dos mais novos não deixará saudades a ninguém.
Foto de Capa: USA TODAY Sports