Carta aberta a: Kobe Bryant

Após cinco títulos da NBA, um prémio de MVP da Fase Regular (2008 – altura em que passei a acompanhar muito mais os Lakers e a própria NBA), dois títulos de MVP das Finals (2009 e 2010), 18 presenças em All-Star Games (sendo o atleta mais novo, na altura, a disputar esse jogo e, ao longo da sua carreira, conseguiu ser por quatro vezes o MVP dessa partida e ser titular em 15 vezes, um recorde, igualmente), 15 presenças no NBA All-Star Team e 12 no NBA All-Defensive Team, duas medalhas de ouro em Jogos Olímpicos (26 vitórias em 26 jogos pela camisola da sua seleção), um título no Slam Dunk Contest na sua época de rookie, os 21 triplos-duplos, os jogos com mais de 30, 40, 50, 60, 70 e 80 pontos, Kobe diz adeus ao mundo profissional da NBA como jogador, após uma temporada que teve poucos momentos positivos, servindo mais como uma despedida de Kobe em cada campo onde jogava.

Ainda assim, teve um ou outro jogo em “modo vintage” (nas últimas semanas, temos o exemplo dos jogos contra os Rockets e contra os rivais de sempre, Boston Celtics). É de grande relevo a recetividade que teve nos mais variados campos e as imensas homenagens que recebeu, todas elas justas. Inclusive, foi aplaudido de pé em Boston.

Kobe Bryant chega ao final da sua passagem pela NBA como o terceiro melhor marcador da sua história – à frente, por exemplo, do próprio Michael Jordan e estando apenas atrás de Kareem Abdul-Jabbar e Karl Malone (dois excelentes atletas que também jogaram pelos Lakers). Kobe termina a sua carreira, igualmente, como o jogador que mais fez pontos com a camisola do Lakers. Além disso, foi o segundo atleta que mais marcou pontos numa única partida: os míticos e bem conhecidos 81 pontos no jogo contra os Toronto Raptors, em Janeiro de 2006. Nestas duas décadas ao mais alto nível, fez mais de 1300 jogos, ganhou mais de sete mil ressaltos, fez mais de seis mil assistências, alcançou quase os dois mil roubos de bola, fez mais de 630 bloqueios e, por fim, marcou mais de 33 mil pontos (em que os triplos são mais de 1800)!

Não desistir e lutar, persistir e alcançar. Esforço e dedicação, com garra e coração. Mentalidade de vencedor, um legado imenso, sendo que um obrigado não chega por tudo o que deste a uma modalidade como a NBA. Se foste um “exemplo” como jogador para algumas pessoas aqui em Portugal, imagino como se sentirão os seus imensos fãs/adeptos nos próprios Estados Unidos da América e, claro, em qualquer outra parte do mundo.

Espero que aproveites bem este último jogo e jogues como sempre fizeste em toda a tua carreira. Que os adeptos estejam ao nível da tua qualidade, para te apoiarem nessa última partida. Gostava de estar presente mas, infelizmente, nesta altura, seria muito complicado. De qualquer forma, estarei atento e a ver pela televisão. Só mesmo o teu último jogo para não me meter a assistir, provavelmente, a história a ser feita pelos Warriors. És grande a esse ponto, de preferir ver um (último) jogo teu a um jogo onde poderemos vir a ter um recorde que poderá ficar para a longevidade.

Kobe bem merece festejar Fonte: LA Lakers
Kobe bem merece festejar
Fonte: LA Lakers

Entrarás na lista de lendas dos Lakers, aliás, já lá estás. És um futuro Hall of Famer. Serás reconhecido (já és por muitos, até) como um dos melhores jogadores de sempre, num patamar perto de Jordan (que disse algo como isto: “Kobe had done that work to deserve the comparison. He’s the only one to have done the work. Enough said, my friend”) e ao lado de jogadores como Bird, Magic ou outros enormíssimos atletas. Num próprio vídeo da Nike comprova-se o quão importante foste para vários jogadores e o quão enorme és para a modalidade. Desde os termos “clutch” a “leader”, passando por “winner”, “competitor”, “dominating”, “fighter”, “genius”, “killer instinct” ou, claro, “legend”. Tudo isto te descreve e tudo isto os jogadores deste desporto acham sobre ti. Muito obrigado por todas as memórias que me deste enquanto fã da NBA, dos Lakers e como teu particular adepto. Na NBA, nunca te esquecerão, disso podes ter a certeza. Marcaste, de certa forma, a diferença e serás também lembrado por isso em todo o mundo pelos mais variados adeptos. Não és grande, és enorme.

Quero terminar com duas citações tuas que acho importantes serem destacadas e que acabam por descrever Kobe Bean Bryant de uma forma única:

“The last time I was intimidated was when I was six years old in karate class. I was an orange belt and the instructor ordered me to fight a black belt who was a couple years older and a lot bigger. I was scared s**tless. I mean, I was terrified and he kicked my ass. But then I realized he didn’t kick my ass as bad as I thought he was going to and that there was nothing really to be afraid of. That was around the time I realized that intimidation didn’t really exist if you’re in the right frame of mind.”

“Friends can come and go, but banners hang forever.”

Atenciosamente,

Nuno Raimundo

*Artigo terminado antes de o jogo ter o seu início.

Foto de capa: LA Lakers

Nuno Raimundo
Nuno Raimundohttp://www.bolanarede.pt
O Nuno Raimundo é um grande fã de futebol (é adepto do Sporting) e aprecia quase todas as modalidades. No ciclismo, dificilmente perde uma prova do World Tour e o seu ciclista favorito, para além do Rui Costa, é Chris Froome.                                                                                                                                                 O Nuno escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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