
A história do basquetebol é marcada por figuras que transcendem a sua época. Chris Paul, conhecido como “Point God”, é uma dessas raridades. Na sua 20.ª temporada na NBA, Paul não só continua a mostrar porque é considerado um dos maiores bases da história, mas também cimenta o seu legado ao alcançar mais um feito extraordinário: ultrapassou Jason Kidd para se tornar o segundo jogador com mais assistências de sempre na NBA, com 12.092 passes decisivos.
Embora o lendário John Stockton, com 15.806 assistências, permaneça fora de alcance, o lugar de Paul na história está garantido. Este marco é muito mais do que números. É um testemunho da longevidade, consistência e genialidade de um jogador que continua a desafiar o tempo e a redefinir a posição de base.
Desde o início da sua carreira, Chris Paul destacou-se pela sua habilidade em orquestrar o jogo como poucos. Com uma média de 9.3 assistências por jogo ao longo da carreira – incluindo uma temporada de pico com 11.6 assistências por jogo em 2007-08 – Paul personifica o que significa ser um distribuidor de elite. A sua visão de jogo, precisão nos passes e capacidade de leitura do adversário fazem dele um criador incomparável.
Mesmo nas fases finais da sua carreira, quando o seu papel mudou e os seus números de pontuação diminuíram, a sua capacidade de passar permaneceu intacta. Há apenas quatro temporadas, aos 36 anos, liderou a liga em assistências, com 10.8 por jogo nos Phoenix Suns. Agora, como mentor de uma jovem equipa dos San Antonio Spurs, Paul continua a demonstrar o seu brilhantismo, com 8.5 assistências por jogo esta época, muitas delas para a nova estrela da liga, Victor Wembanyama.
A parceria entre Paul e Wembanyama é um vislumbre nostálgico do passado, recordando os dias de “Lob City” com os Los Angeles Clippers, onde Paul fez história ao transformar jogadores como Blake Griffin e DeAndre Jordan em estrelas através dos seus passes precisos e criativos.
Liderança e Consistência ao Longo de Duas Décadas
O que torna Chris Paul tão especial não é apenas a sua capacidade técnica, mas também a sua liderança em campo e fora dele. Ao longo de 20 temporadas, Paul guiou equipas de diferentes perfis – desde jovens em reconstrução a grupos de veteranos à beira do título – sempre com a mesma intensidade e compromisso.
A chegada a San Antonio é mais um exemplo do impacto que Paul tem onde quer que jogue. Enquanto os Spurs procuram reconstruir-se em torno de Wembanyama, Paul desempenha um papel crucial como mentor, ensinando uma geração mais jovem os fundamentos do jogo e mostrando-lhes como se compete ao mais alto nível.
A sua liderança, no entanto, vai além do que acontece em campo. Como presidente da Associação de Jogadores durante anos, Paul lutou por melhores condições para os atletas, deixando um legado que influenciará a NBA por décadas.
Embora seja improvável que Paul alcance o recorde inalcançável de John Stockton, o seu lugar na história está mais do que assegurado. Stockton, com as suas 15.806 assistências, estabeleceu uma marca que pode nunca ser superada. No entanto, o facto de Paul se ter aproximado tanto é uma prova da sua excelência. Mais do que os números, o legado de Chris Paul reside no impacto que teve no jogo. Ele redefiniu a posição de base na era moderna, provando que inteligência, técnica e visão podem rivalizar com atleticismo bruto. Os seus números só contam parte da história; o verdadeiro impacto de CP3 está no modo como elevou equipas, colegas de equipa e até a própria liga.