Kevin Durant para os Houston Rockets: Talvez possamos agradar a gregos e troianos

Não é todos os anos que temos um jogo sete das finais da NBA e uma trade que move um dos maiores jogadores da história da Liga. Este ano aconteceu isso mesmo: Kevin Durant foi anunciado como novo jogador dos Houston Rockets, horas antes do duelo de todas as decisões entre os OKC Thunder e os Indiana Pacers. Será a maneira perfeita para encerrar uma época marcante para os amantes da modalidade – se não o acha, deixe a nostalgia fazer efeito.

Será esta a aposta correta para os Rockets? Estará KD no ambiente certo para ganhar o terceiro ring? Quem fica a ganhar com esta troca?


São tudo questões que procurarei responder ao longo deste artigo.

Houston Rockets: o futuro começa agora

Analisar esta trade do lado dos Rockets não é muito difícil. Para a formação de Houston, trata-se, certamente, de uma afirmação de que já não estão cá para ver os outros vencer. Ultrapassam o mero estatuto de equipa promissora.

Pessoalmente, gosto bastante desta troca para os Rockets. Conseguiram acrescentar ao roster um jogador habituado a vencer que, apesar da idade, é mais do que capaz de entregar 30 pontos a cada noite, sem necessitarem de abdicar das suas principais garantias para o futuro: Alperen Sengun e Amen Thompson. Conseguem, assim, manter os planos de ataque ao título no longo prazo, sem ter de adiar essa luta para daqui a alguns anos. Aliás, depois de conquistarem o segundo lugar no Oeste, a contratação de Durant vem comprovar que as ambições da equipa estão totalmente voltadas para o topo da Liga.

Certamente que, no curto prazo, as saídas de terão efeito, especialmente no setor defensivo, agora sem a presença de Brooks. Felizmente para Ime Udoka, outros jogadores, como Amen Thompson, afirmaram-se como excelentes defensores no perímetro.

Enquanto escrevo este artigo, vão-se dando desenvolvimentos no mercado da NBA e os Rockets posicionam-se como uma das equipas mais ativas. Acabam de juntar ao seu plantel Clint Capela, para fortalecer a presença no paint, e de Dorian Finney-Smith, com contratos de três e quatro anos, respetivamente. Serão, certamente, novos sinais de que Rafael Stone, general manager da turma de Houston, está determinado em lutar com os OKC para vencer o West.

Talvez estejam longe do topo da pirâmide do Oeste, mas estarão num excelente caminho para revalidar o segundo posto.

Phoenix Suns: um “sol” que (agora) ilumina o futuro

Por Arizona levanta-se a possibilidade de os Suns iniciarem uma reconstrução agressiva do plantel, com Kevin Durant a surgir como a primeira pedra a ser atirada. Não chegaria tão longe, mas acreditado que as transações dos Phoenix ainda não terminaram. A aquisição de Jalen Green acrescenta um terceiro shooting guard de calibre ao plantel – além de Devin Booker e Bradley Beal. Se acrescentarmos Grayson Allen à equação, percebemos que a situação se torna ainda mais preocupante. Alguém terá de sair.

Como tal, algo terá de ser feito. Não acredito que uma tomada de atitude por parte da front office dos Suns passe por abdicar de Booker. Não seria inédito colocar a estrela da equipa a point guard, mas não vejo este como o caminho certo para encaminhar a franquia para o sucesso.

Valerá à antiga equipa uma aposta em peças mais jovens. Garantiram a décima escolha do draft deste ano, convertida na seleção de center Khaman Maluach, antigo jogador da universidade de Duke. Além disso, Jalen Green continua a representar um sonho de máquina de produção ofensiva – talvez, até, um pouco daquilo que KD já foi. Conseguindo melhorar as suas percentagens de lançamento e, mais tarde, as suas prestações nos grandes palcos – basta olhar para as fracas exibições da eliminatória contra os Warriors -, poderemos estar a falar de uma referência para o futuro do ataque dos Suns.

Por estas razões, há motivos para sorrir nesta organização. A experiência demonstrou que centrar a aposta na capacidade de várias individualidades fazerem crescer as suas médias pontuais não ganha campeonatos. Os Suns aperceberam-se disso. Por isso, como a idade já não favorece Kevin Durant, abdicar de um dos melhores lançadores da história pode ser visto como uma opção viável. Melhor ainda quando o retorno não desilude (pelo menos no papel).

Em que ficamos, Kevin?

Da mesma forma que analisar esta trade do ponto de vista dos Rockets não é difícil, colocarmo-nos na perspetiva de Kevin Durant não acarreta grandes exigências. Para o astro do norte-americano, trata-se de um “agora ou nunca” na busca pelo seu terceiro ring. Muito provavelmente uma última tentativa de favorecer o seu legado, desta vez com a capa de líder de uma equipa ainda bastante jovem.

O ambiente parece dos melhores para potenciar isso mesmo. KD rodeia-se de uma equipa jovem, que continuará a evoluir com o desenrolar da época, pautada pelo seu poderia defensivo. Foram a quinta melhor defesa nos 82 jogos da época regular, com um defensive rating de 110,3. Além disso, falamos de uma franquia que deu provas ao longo do ano passado, especialmente na regular season. Nos playoffs, a história foi outra, mas ainda não há nada a temer.

Kevin Durant traz a experiência de quem está habituado aos grandes palcos, tirando um pouco do fardo que pesava nas costas de Fred VanVleet. Por isso, a frescura de uma equipa bastante nova é, agora, condimentada pela noção de jogo de quem tão bem o conhece. Sem esquecer, claro, de uma enorme capacidade de colocar a bola dentro do cesto.

Há muito que se lhe diga com esta troca. Felizmente para os adeptos de cada uma das equipas envolvidas, além dos fãs de Kevin Durant, há mais que motivos para sorrir. Por agora, teremos de deixar a NBA tomar o seu rumo.

David Braga
David Bragahttp://www.bolanarede.pt
O desporto pautou a vida de David, com o andebol a surgir cedo como a sua grande paixão. Com a bola na mão, apercebeu-se da panóplia de histórias que as modalidades são capazes de contar.

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