Knox é a boa notícia que os adeptos dos Knicks esperavam

Tem sido um século complicado na Big Apple. A última vez que os Knicks foram relevantes ainda jogava um tal de Patrick Ewing, enquanto Spike Lee se divertia a trocar galhardetes com Reggie Miller. Desde aí, pouco há a contar. Os Knicks estão em reconstrução e tentam encontrar a peça para juntar a Porzingis para voltarem a ter os bons holofotes virados para si. Kevin Knox parece, nas suas poucas semanas com a camisola azul e laranja, uma excelente opção. Costumam aconselhar os adeptos a não se entusiasmarem com a Summer League. Mas sinceramente, neste momento, eu se torcesse pelos Knicks entusiasmava-me com qualquer coisa. E Knox é “qualquer coisa”…

Desde 2000, não há muita coisa boa que se possa dizer dos Knicks. Poucas chegadas aos playoffs, ainda menos vitórias nessa fase da temporada, um mês de “Linsanity”, a chegada de Carmelo e a elevação do estatuto de Porzingis a unicórnio, que como animal mítico que é, passa mais tempo desaparecido do que à frente dos nossos olhos. O Madison Square Garden é sempre um lugar a visitar para qualquer adepto de basquetebol, mas ninguém quer pagar bilhete para ver o melhor jogador da equipa ser Andrea Bargnani ou Jarrett Jack.

A renovação dos Knicks leva tempo e, acima de tudo, paciência. A “experiência Phil Jackson” foi um falhanço a todos os níveis. Agora chegou David Fizdale, treinador da escola de Pat Riley que, durante vários anos, foi adjunto de Erik Spoelstra. Em Memphis fez um bom trabalho, mas problemas extra-basquetebol com Marc Gasol ditaram a sua saída. Em Nova York, no entanto, não há jogadores com o ego de Gasol. Fizdale pode moldar um bom grupo de jovens jogadores à sua vontade, embora a pressão mediática seja sempre gigante.

Knox brilhou na Summer League e encheu os adeptos dos Knicks de esperança
Fonte: New York Knicks

Nos Knicks, Fizdale terá a disposição um elenco interessante. Porzingis é a estrela que os adeptos não queriam (até o verem jogar, claro). Kanter e Courtney Lee são bons veteranos e Hezonja é uma excelente adição como jogador em crescimento. Tim Hardaway Jr. recebe a mais mas faz o seu trabalho e Trey Burke mostrou flashes dos seus tempos de universidade na temporada transata. Frank Ntilikina é ainda muito “verde” e, embora apresente características interessantes, principalmente se olharmos para tudo o que não tem a ver com meter a bola num cesto, deixar passar Donovan Mitchell ou Dennis Smith Jr. pode não ter sido boa ideia. Em 2018, os Knicks adicionaram o longo e móvel center Mitchell Robinson, que protege o cesto e ataca ressaltos como poucos. Mas acima de tudo, juntaram Kevin Knox.

O extremo ex-Kentucky fez uma temporada algo abaixo do seu potencial na universidade, mas já mostra serviço pelos Knicks. A sua capacidade para marcar pontos sempre esteve lá, mas Knox já vai mostrando outros argumentos. Com a bola na mão durante quase toda a Summer League, foi possível vislumbrar uma visão de jogo e qualidade de passe desconhecidas até agora. Em New York, Fizdale quer muitos jogadores capazes de terem a bola na mão e Knox oferece-lhe isso. Para além disso, os bloqueios diretos com Porzingis seriam uma arma muito interessante, com dois jogadores que podem lançar de qualquer lado ou atacar o cesto.

Embora convenha repetir que aquilo que vimos de Knox foi num ambiente de Summer League, onde ele é melhor do que quase toda a gente que ali está a jogar, não há maneira de não ficar entusiasmado com o que o extremo mostrou. Esteve ao nível de um Jayson Tatum ou de um Donovan Mitchell na temporada passada e isso não é fácil. Acima de tudo, os Knicks precisam de algo para poderem construir o seu futuro e Knox pode ser isso mesmo. Com Porzingis e uns (esperam os adeptos dos Knickerbockers) melhorados Ntilikina e Robinson, comandados por um treinador com um potencial também ele tremendo, a porta de regresso à relevância pode estar finalmente a abrir-se para os Knicks.

Foto de Capa: New York Knicks

António Pedro Dias
António Pedro Diashttp://www.bolanarede.pt
Tem 22 anos, é natural de Paços de Ferreira e adepto do SL Benfica. Desde muito pequeno que é adepto de futebol, desporto que praticou até aos 13 anos, altura em que percebeu que não tinha jeito para a coisa. Decidiu então experimentar o basquetebol e acabou por ser amor à primeira vista. Jogou até ao verão passado na Juventude Pacense e tem o Curso de Grau I de treinador de basquetebol desde os 19. O gosto pela NBA surgiu logo quando começou a jogar basquetebol e tem vindo a crescer desde então, com foco especial nos Miami Heat.                                                                                                                                                 O António escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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