Só falta o anel! | Chris Paul

HALL OF FAMER?

É, desta forma, com esta premissa que começamos o artigo: afinal, Chris Paul, independentemente de não ter conquistado qualquer título, merece ser colocado entre os melhores de toda a história, e ter o nome colocado no Hall of Fame?

Pessoalmente – sim, mas antes de colocarmos o leitor em introspetiva desta questão, é fundamental lembrar o que Paul fez durante toda a carreira, e principalmente o que está a fazer com estes Phoenix Suns, do qual se apropriou e guiou até à final de conferência oeste.

Dito isto, comecemos de forma diacrónica: o base, enquanto rookie, chegou a New Orleans e impressionou tudo e todos, com médias de pontos fantásticas, juntando ao seu papel ofensivo características defensivas que se mantiveram intocáveis durante toda a sua carreira. Inclusive, foi o primeiro jogador a liderar a liga nas categorias de roubos de bola e assistências durante duas temporadas consecutivas.

Depois de seis temporadas em New Orleans, CP3 viajou para Los Angeles, onde ergueu o franchise dos Clippers para a ribalta do oeste e formou o tal Lob City, a par de DeAndre Jordan e Blake Griffin. Ainda assim, o Lob City foi curto para chegar à final de conferência e a transferência para Houston consumou-se. Chris Paul, sem surpresa, voltou a ter um papel de destaque, ao passo que por uma unha negra, ou melhor, por uma lesão – que impediu o base de jogar o jogo sete diante os Warriors – Paul não levou de vencido uma das melhores equipas de sempre.

Por fim, antes de rumar a Phoenix, entendia-se que Chris Paul ia para OKC para uma temporada sabática, de pouca produção e de pouca ambição, sendo que o base ia encontrar o franchise num período de rebuild, recheado de jovens com poucos créditos na liga. Ora, apesar de eliminado na primeira ronda dos playoffs, Chris Paul esteve muito perto de eliminar a dupla versada dos Rockets – Harden/Westbrook – e novamente deu sinais que estava longe de estar acabado.

Agora sim: os Phoenix Suns. A troca foi controversa, não só pelo salário pesado que o base de 36 anos auferia, como também pelo estado físico do atleta, que se apresentava incerto para estar a 100% uma temporada completa. Em adição, Ricky Rubio (um dos jogadores trocados) vinha de uma época bem satisfatória, oferecendo sinais para o futuro, pelo que a tal troca poderia corromper o futuro da equipa.

Apesar disso, a trade concretizou-se e Chris Paul foi para os Suns com a missão de finalmente vencer. Tudo estava alinhado para isso e a equipa de Phoenix construiu um dos backcourts mais perigosos da liga – CP3 e Devin Booker. Foi a simbiose perfeita: um veterano, outro jovem, um jogador que tem como sua maior virtude a capacidade de leitura e de assistir o colega, e outro onde a sua maior valência passa pela marcação de pontos. Para além desta mescla perfeita entre jogadores exteriores, Chris Paul potenciou todos os jogadores à sua volta (uma mestria dele), catapultando uma equipa que, em antemão, parecia boa/razoável, para patamares próximos de excelência.

Infelizmente, as lesões nem sempre o ajudaram a atingir o topo, porém para um jogador que trabalha mais com o cérebro do que com as pernas, basta estar a 50% fisicamente para produzir os números que Paul produz. Exemplo disso foram os últimos dois jogos do base norte americano diante os Denver Nuggets, onde o base assumiu as rédeas da equipa – 21 pontos e 11 assistências no jogo um, seguidos por 17 pontos e 15 assistências no jogo dois – e mais que os números, de assinalar a quase perfeição em tudo que fazia, isto é, porque apenas cometeu um turnover na soma dos dois jogos. Incrível!

Tão incrível que CP3 quebrou alguns recordes, ao passo que se tornou o primeiro jogador da história a ter partidas de 15 assistências e zero turnovers por três equipas diferentes nos playoffs e ainda juntou-se ao lote de craques/lendas como LeBron James e John Stockton, sendo os únicos com atuações de pelo menos 15 pontos, 15 assistências e 5 ressaltos após os 35 anos de idade nos playoffs.

Apesar do início tremido, o cérebro desta equipa dos Suns voltou às exibições que nos habituou e lançou Phoenix, passados 11 anos, para o topo da conferência oeste, somando ainda a primeira varridela (conquistada) da carreira. Apesar disto, ainda falta brilhar na final da conferência e, posteriormente, na final da NBA, de modo a arrecadar o tão desejado anel de campeão que coloque – de forma unânime – CP3 no grupo entre os cinco melhores bases da história do basquetebol mundial.

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