Um Knickerbocker porquê?

Foi desde cedo evidente que Chicago não seria a minha equipa por razões semelhantes às de Boston: não chega toda a história mítica da melhor época de sempre – desculpem lá, fans dos GSW –, nem o melhor executante que este desporto viu. Tivesse eu começado no fim dos anos 80, ou até mesmo na época de MVP do Rose, e a conversa seria outra…

Os Spurs são demasiado perfeitos. Os Clippers são apenas a segunda equipa da própria cidade. Os Oklahoma ainda são os ex-SuperSonics.

Mas, afinal, porquê os New York Knicks? Acho que a primeira grande razão está mesmo na cidade. O Sinatra não cantava Los Angeles, Los Angeles. Nova Iorque é uma das cidades que atraem mais curiosidade em todo o mundo, e todo o movimento cultural que a envolve não deixa ninguém indiferente. Além disso, jogam no Madison, que se autointitula de “The World’s Most Famous Arena”. O coliseu onde já tudo aconteceu e onde se sabe que tudo vai continuar a acontecer: os grandes concertos, os grandes combates e os grandes jogos são lá. Jogar num sítio com toda esta história e mística é algo ao alcance de apenas uma das 30 equipas da liga.

Fonte: Foto de capa do Facebook Oficial dos NYK
Fonte: NYK

Confesso que o maior motivo para ser Orange and Blue está também intimamente ligado ao facto de não ganharem nada há mais de 40 anos. Parece masoquista, bem sei, mas não é. Vejamos: estão instalados numa cidade e num mercado gigantes, um dos maiores – senão o maior – da NBA; têm um dos pavilhões mais míticos da liga, constantemente cheio, e sempre com direito à presença de celebridades bem conhecidas do público; são o franchise mais valioso por boa margem; e, apesar da sua insignificância competitiva, estão sempre debaixo de inúmeros focos de atenção.  Tudo isto mesmo tendo nos últimos anos alternado o seu desempenho entre o medíocre e o satisfaz menos, e depois de falharem diversas abordagens para elevar o seu nível competitivo.

É esta expetativa que faz a diferença. Um adepto desta equipa vive há anos amargurado porque sabe de antemão que, apesar de serem uma das maiores equipas da liga, não têm qualquer hipótese de competir pelo título. É esse acumular de vontade de ganhar que fará o futuro memorável.  Haverá algum título esperado com mais ansiedade do que o próximo dos Knicks? Não me parece. E esse será o grande momento da sua história: quando, passadas décadas, trouxerem o troféu de volta à cidade do Sinatra. A certeza de que o gigante adormecido um dia acordará. E não precisa de ter ganhado 16 ou 17 vezes para se saber que é um gigante…

Sou dos New York Knicks pelo seu futuro. Pelo seu próximo título. Por aquela que será a maior celebração de um título da NBA, uma das maiores de sempre nos desportos americanos. Já imagino milhões de pessoas com as cores berrantes que os caracterizam, a encherem o Central Park, na Madison Avenue, à beira do rio Hudson. É esperar pacientemente que aconteça.

Foto de capa: traveldigg.com

Artigo revisto por Mafalda Carraxis

João Dinis
João Dinishttp://www.bolanarede.pt
As olheiras diárias provam a paixão que tem pela NBA. A emoção de cada jogo e toda a envolvente da liga estão sempre debaixo de olho. Sonha ver os laivos dourados do Larry O’Brien de regresso a Nova Iorque.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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