O carrasco de Neemias | March Madness

    MALDITO JOGO EXTERIOR

    O hype em torno da segunda participação do poste incrementou uma esperança quimérica de que seria possível Utah State chegar longe. Neemias é uma estrela em Utah, porém é curto objetivar o sucesso da equipa em redor do jovem – que mesmo sendo muito bom para o nível college – ainda carece em vários aspetos do jogo. E carece Neemias e carece a equipa: Utah State tem muitas dificuldades a criar jogo e muito se deve à escassez de criativos no perímetro.

    O jogo exterior do Utah State sofreu imenso com a saída de Sam Merrill e o plano coletivo uniformizou-se de forma excessiva para o jogo interior, onde se encontra Justin Bean e Neemias Queta. Na conferência Montain West, a dimensão física dos jogadores não abunda, e a dupla Queta-Bean serviu (quase) na perfeição. Diante Texas Tech, a equipa de Utah até enfrentou um cinco inicial baixo, mas foram perfeitamente capazes de suster de forma inteligente o poderio atlético, aliçercando a isto um processo ofensivo muito competente.

    A competência, irreverência e qualidade individual de Texas, surtiu numa vitória previsível e justa. Os principais jogadores até principiaram desaparecidos do jogo, mas avivaram quando era mais preciso. Entre os destaques individuais, três bases: Mac McClung, Shannon Jr e Kyler Edwards. Curiosamente a  posição onde Utah claramente não tem referências, e todavia tenha conseguido travar os três em momentos distintos, não chegou. McClung terminou com 16 pontos, Edwards com 12 e Shannon Jr com 10.

    Em adição, a quantidade de lançamentos que a equipa de Utah concedia ao adversário era castrador e por norma, quem lança mais, está mais perto de vencer. Mas isto justifica-se de forma fácil, – o número elevado de turnovers dos aggies (22) – ofereciam inúmeras oportunidades de lançamento para a equipa comandada por Chris Beard, que juntou a isso uma habilidade natural para responder em transição. Em contraste com Utah State, os texanos só tiveram oito turnovers. De resto, é a consequência natural de quem tem jogadores com maior capacidade para tratar (bem) a bola. Neemias Queta, por exemplo, todavia o seu número muito interessante de assistências (6), tem igualmente um número «feio» de turnovers (5), que acaba por sublinhar a importância exorbitante do poste na criação de jogo da sua equipa.

    Um dado onde Utah State foi superior, foi no volume de ressaltos. Os aggies alcançaram um total de 38 ressaltos – mais 10 que Texas (28) – não obstante pouco tenha servido para obter mais lançamentos que o oponente.

    COMBALIR DE PÉ

    O seu lugar na tabela do Draft não deverá sofrer grandes mutações, mesmo com a saída prematura da March Madness.  Ou seja, independentementemente do resultado, Neemias Queta só tem que se sentir feliz pelo que fez.

    O jogador foi verdadeiramente quem mais procurou lutar contra o adversário e terminou com uma folha estatística invejável: 11 pontos, 13 ressaltos, 7 (!) desarmes de lançamento e 6 assistências. Tudo dito, este jogo perante atletas de calibre topo no mundo da universidade só reforça a posição do jovem no mundo do scouting.

    2021 pode não ser o melhor ano da história para o basquetebol português, mas ficará, com toda a certeza, marcado por ser o ano do primeiro jogador luso a pisar terreno na NBA.

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    Diogo Silva
    Diogo Silvahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo lembra-se de seguir futebol religiosamente desde que nasceu, e de se apaixonar pelo basquetebol assim que começou a praticar a modalidade (prática que durou uma década). O diálogo desportivo, nas longas viagens de carro com o pai, fez o Diogo sonhar com um jornalismo apaixonado e virtuoso.