Antevisão Giro d’Italia: Quem colocará em risco a maglia rosa de Pogacar?

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A 107.ª edição do Giro d’Italia inicia-se neste sábado, com uma etapa de 140 km entre Venaria Reale e Torino, e termina com uma última tirada de 125 km na capital italiana, Roma. À partida da “Corsa Rosa” estarão 176 ciclistas, de 22 equipas diferentes (18 WorldTeams e 4 ProTeams). A participação portuguesa é assegurada por um único ciclista, o nortenho Rui Oliveira (UAE Team Emirates), que se propõe a terminar o seu segundo Giro.

De 4 de maio a 26 de maio, os ciclistas vão disputar a classificação geral final da primeira Grande Volta da época (maglia rosa); tal como a classificação dos pontos, da montanha, da juventude e por equipas; e as vitórias de etapa de 21 tiradas, com dois dias de merecido repouso pelo meio.

De Roglic para Pogacar

Indiscutivelmente, Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) é o grande favorito a suceder ao seu compatriota Primoz Roglic (agora na BORA-hansgrohe) como o vencedor final da Volta à Itália.

Pogacar tem apenas dez dias de competição nesta temporada, à partida para o Giro d’Italia, mas, assombrosamente, contabiliza já sete triunfos. Iniciou a temporada em março, com uma vitória “sem espinhas” na Strade Bianche (após um solo de mais de 80 km); foi “apenas” terceiro na Milano-Sanremo, pois contou com um desenfreado Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck) a responder às suas perigosas ofensivas; de seguida, partiu para a Catalunha, onde venceu quatro das sete etapas da competição e acabou como líder da classificação geral final, da classificação por pontos e da classificação da montanha; e, na última prova antes do Giro, conquistou a sua segunda Liège-Bastogne-Liège, depois de ter arrancado sem companhia na Côte de La Redoute.

Tadej Pogacar procura, neste mês de maio, acabar com a maglia rosa envergada no “desfile final” em Roma. Para isso, tentará distanciar os seus adversários nos terrenos mais propícios para lançar ataques, que, para ele, são inúmeros. Conseguindo este objetivo, terá em mente a dobradinha Giro-Tour e a reconquista da maillot jaune, que lhe escapa desde 2021.

A impressão que tem ficado nos últimos tempos é que, quando o terreno inclina para percentagens perto ou acima dos 10%, o esloveno raramente tem rivais à altura. Então, a pergunta que se deve colocar é: “Será que Tadej Pogacar, por muitos considerado o melhor ciclista do mundo, terá alguma vez a conquista do seu primeiro Giro em risco durante a prova?”.

Cabe aos rivais responder com as pernas e também com o cérebro

Para que Tadej Pogacar possa ser batido, os seus rivais, para além de terem de se encontrar num estado de forma excecional durante a Volta à Itália, serão obrigados suplementarmente a recorrer a estratégias e táticas simultaneamente bem ponderadas e arriscadas.

As principais ameaças para Tadej Pogacar poderão vir, em primeiro lugar, do polivalente bloco da INEOS Grenadiers. Geraint Thomas, que foi segundo no ano passado, quer-se vingar da pesarosa derrota que lhe foi imposta pelo compatriota de Pogacar no Monte Lussari; Thymen Arensman procura continuar a sua trajetória ascendente de voltista e afirmar-se como uma segura aposta de presente e de futuro; e Tobias Foss é uma incerteza que procura dias de certeza, para assim provar todo o talento que demonstrou na Volta à França do Futuro de 2019. A acompanhar os três líderes estarão talentosos multifunções, como: Magnus Sheffield e Filippo Ganna.

Num segundo plano, Bem O’Connor lidera um dos blocos em destaque neste início de temporada, o da Decathlon AG2R La Mondiale Team. O australiano, que iniciou a época a ganhar na Volta a Murcia e demonstrou boas sensações na Volta aos Alpes, chega a Venaria Reale convenientemente acompanhado pelos irmãos Paret-Peintre, Valentin e Aurélien.

Numa segunda linha, há que considerar ainda o talentoso italiano Antonio Tiberi (Bahrain-Victorious), em grande forma desde a Volta à Catalunha, que poderá contar com a voz da experiência de Damiano Caruso. Também Alexey Lutsenko (Astana Qazaqstan Team), vencedor com autoridade do Giro d’Abruzzo, tem de entrar em linha de conta.

O experiente francês Romain Bardet é o líder da Team dsm-firmenich PostNL, tendo exibido ótimas pernas na Liège-Bastogne-Liège, tal como na Volta aos Alpes. Já Cian Uijtdebroeks é aposta da Team Visma/Lease a Bike para a classificação geral, ainda que não esteja a exibir-se ao nível que seria expectável nesta temporada, pelo menos até ao momento.

Na BORA-hansgrohe, o líder é Daniel Martínez, que tem vindo a preparar o Giro desde o início da época, sendo também fundamental atentar, no seio desta equipa, à estrela alemã em ascensão, Florian Lipowitz, que surpreendeu tudo e todos na Volta à Romandia.

No que toca a duplas, a VF Group-Bardiani CSF- Faizanè apresenta a “veterania jovem” de Domenico Pozzovivo e Giulio Pellizzari; e a Movistar Team a coliderança colombiana, com o experiente Nairo Quintana e a estrela em ascensão Einer Rubio.

Já a Team Jayco AlUla traz para as etapas montanhosas um trio composto por: um irlandês, Eddie Dunbar; um australiano, Luke Plapp; e um italiano, Filippo Zana.

A considerar ainda há: o mestre das rampas de dois dígitos, Michael Woods (Israel-Premier Tech); o vice-campeão do Giro de 2016, Esteban Chaves (EF Education-EasyPost); o vencedor da Volta aos Alpes deste ano, Juan Pedro López (Lidl-Trek); e o escalador checo Jan Hirt (Soudal-Quick Step), vencedor de uma etapa no Giro de 2022.

Que se abram as hostilidades!

Miguel Monteiro
Miguel Monteirohttp://www.bolanarede.pt
O Miguel é um estudante universitário natural do Porto, cuja paixão pelo desporto, fomentada na infância pelos cromos de Futebol que recebia e colava nas cadernetas, considera ser algo indescritível. Espetador assíduo de uma multiplicidade de desportos, tentou também a sua sorte em algumas modalidades, sem grande sucesso, tendo encontrado agora na análise desportiva uma oportunidade para cultivar o seu amor pelo desporto e para partilhar com os demais as suas opiniões, nomeadamente de Ciclismo, modalidade pela qual nutre um carinho especial.

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