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É mais do mesmo, se faz favor!

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Cabec¦ºalho ciclismoAbsolutamente espetacular! É a única coisa que se pode dizer acerca do Critérium du Dauphiné de 2014. Que corrida! Quem estava à espera de ver uma prova tranquila, com os ciclistas a não quererem esticar muito para se pouparem para o Tour, estava completamente enganado. Aliás, qualquer previsão que alguém tenha feito ficou certamente muito longe da realidade. Foi um Critérium completamente imprevisível, que vai ficar nas nossas memórias durante muito tempo e que deixou o mundo ansioso por ver um espetáculo deste nível apartir do dia 5 de junho.

Christopher Froome, vencedor da prova no ano passado, começou logo muito forte a vencer o contra-relógio inicial, até porque não há melhor maneira de defender a vitória numa prova do que com a camisola amarela vestida. Froome sabe bem isso e agarrou-a logo desde a primeira etapa. E assim continuou vestido durante as primeiras seis etapas da prova. Seis de oito! Alberto Contador até lhe fez uma marcação apertada, chegando sempre à meta lado a lado com Froome e passando a grande maioria da prova a apenas 12 segundos da liderança, mas a verdade é que durante esse período, mesmo estando visivelmente em grande forma, o espanhol nunca conseguiu deixar o líder para trás e portanto à entrada do fim de semana final já o mundo estava mentalmente preparado para ver mais uma vitória do britânico. Até que vieram as duas últimas etapas e aconteceu magia!

Na etapa número 7, Contador conseguiu finalmente destacar-se na montanha, deixar todos os favoritos para trás e roubar a camisola amarela a Froome. Demonstrou uma força incrível, com um ritmo de pedalada diabólico e mostrou ao mundo que estava lá para ganhar. E, apesar de Froome ter ficado apenas a 8 segundos, o mundo convenceu-se! Estava muito forte, Contador, e faltava apenas uma etapa para o final da prova. Afinal estávamos todos errados, o Froome não ia renovar a vitória no Critérium, este ano era para o “pistoleiro”.

Froome e Contador ofereceram-nos um duelo fantástico  Fonte: Telegraph
Froome e Contador ofereceram-nos um duelo fantástico
Fonte: Telegraph

O que aconteceu na última etapa é practicamente indescritível. Enquanto estava tudo a olhar para a luta Froome-Contador, havia um senhor americano, chamado Andrew Talansky, que estava sentado no último lugar do pódio a 39 segundos da liderança e que resolveu baralhar toda a corrida e atacar de muito, muito longe. Contador não fez grande caso disso e manteve-se junto a Froome, pois acreditava que dali poderia vir o maior perigo. Depois fugiu Nibali e Kelderman; Contador continuou com Froome. Todos os ciclistas perigosos fugiram menos Chris Froome e o espanhol escolheu ficar com ele. Continuava a acreditar que ele seria o mais perigoso. Foi esse o grande erro de Contador! Ele acreditou que trabalhando com o seu inimigo e sua poderosa equipa Sky iam conseguir anular todas as fugas até à subida final e que, dessa forma, ele ia conseguir controlar a camisola amarela no seu corpo. O grande problema é que Froome não era o mais forte, era o mais fraco! Contador esqueceu-se de que os ciclistas de elite conseguem esconder as suas fragilidades como ninguém e quando o espanhol se apercebeu disso já era tarde demais.

Ia já o grupo da frente com uma vantagem superior a dois minutos e meio sobre o camisola amarela quando Alberto Contador decidiu ir sozinho atrás da sua sorte. Tirou finalmente Froome da sua cabeça e iniciou uma prestação fabulosa. Fez mais de 20 quilómetros em esforço solitário, sempre com um ritmo altíssimo e, como um verdadeiro “pistoleiro”, a abater todos os ciclistas com que se cruzava na estrada. No entanto, infelizmente para ele, já não foi a tempo de salvar a sua camisola amarela e a vitória final sorriu mesmo a Andrew Talansky.

O mais provável é que nos próximos tempos ouçamos uma série interminável de desculpas para o que aconteceu. Os fãs de Chris Froome irão dizer que foi a queda na sexta etapa que fez com que Froome tivesse um baixo rendimento nas últimas duas etapas (afinal de contas Froome cai em dois dias de 1º para 12º!!!) e os fãs de Contador irão dizer que foi a fraca equipa que o acompanhou na prova que fez com que Contador não conseguisse vencer, pois se tivesse melhor companhia não teria de ter ficado tanto tempo com Froome. Isto até pode ser tudo verdade e foram factores que influenciaram certamente o desfecho da prova, mas o que é certamente verdade é que não se pode nunca retirar o mérito a quem venceu. Talansky acreditou, foi corajoso e foi recompensado por isso. Quando se vê um ciclista a atacar de longe, a fazer uma etapa de alto esforço e sacrifício, dando tudo o que tem e no final é recompensado com a camisola amarela, recordamo-nos imediatamente porque é que adoramos este desporto maravilhoso que é o ciclismo. Talansky quis a vitória e foi lá buscá-la! Foi uma vitória inesperada? Foi. Houve demérito de Froome e Contador? Houve, mas foi uma vitória imensamente merecida por parte do norte-americano e só temos de o aplaudir de pé.

O pódio do Critérium du Dauphiné 2014  Fonte: TV5
O pódio do Critérium du Dauphiné 2014
Fonte: TV5

Importante também fazer uma menção a Van Den Broeck e a Wilco Kelderman, que terminaram, respecticamente, no terceiro e quarto lugar da geral e que contribuiram muito para a espetacularidade desta prova. Van Den Broeck mostrou-se em boa forma para o Tour e Kelderman confirmou o seu estatuto de “jovem maravilha do pelotão internacional” (depois de ter tido uma prestação surpreendente no Giro fazendo top 10 ganhou agora a camisola branca e terminou a apenas 43 segundos da liderança).

Uma coisa é certa, no final ficámos todos a ganhar com o espetáculo a que assistimos e se o Critérium du Dauphiné serve como aperitivo do Tour de France, todos os fãs do ciclismo podem pedir sem medo “é mais do mesmo, se faz favor”!

Rafael Lapa
Rafael Lapahttp://www.bolanarede.pt
Um dia o seu avô disse-lhe: "anda cá, Rafael, senta-te aqui no meu colo, que vamos ver uns meninos a andar de bicicleta". A partir desse dia começou uma paixão incontrolável: o ciclismo!                                                                                                                                                 O Rafael não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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