Mathieu Van der Poel apontado à vitória no “sterrato” italiano

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O maior “monumento” dos não “monumentos” está à porta e aquele que tem a mão mais perto da maçaneta é o líder da Alpecin-Fenix e já vencedor desta clássica: Mathieu van der Poel. A prova transalpina realiza-se amanhã numa mixórdia de sterrato, ou, se preferir, terra batida, e uma série de rampas inclinadas ao longo de 184 quilómetros, com destino a Siena.

O reputado corredor dos Países Baixos, no papel, parte à frente da concorrência, muito também pelo facto de se registarem duas ausências de peso que, tal como Mathieu Van der Poel, sabem o que é vencer esta prova. Wout van Aert (Jumbo Visma) e Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) não vão alinhar pelas respetivas equipas, ainda assim, ambas apresentam mais do que uma carta para jogar contra o favorito à vitória.

Numa linha de adversários diretos e capazes de surpreender as previsões especializadas seguem não só nomes como o ex-campeão do mundo Julian Alaphilippe (Soudal-Quick Step) e Tiesj Benoot (Jumbo Visma), vencedores da Strade Bianche em 2019 e 2018, respetivamente, mas também Thomas Pidcock (Ineos Grenadiers), Tim Wellens (UAE Team Emirates), Quinn Simmons (Trek-Segafredo) ou Matej Mohoric (Bahrain-Victorious).

Para além destes, surgem os ditos “planos B” das equipas alinhadas com maior nível em termos de qualidade, e dentro deste lote destacam-se “underdogs” bem capazes de surpreender, como Attila Valter (Jumbo Visma), Kasper Asgreen (Soudal-Quick Step) ou Pello Bilbao (Bahrain – Victorious).

TODOS CONTRA TODOS… MAS ESPECIALMENTE CONTRA MATHIEU VAN DER POEL

O percurso desta competição assenta que nem uma luva a ciclistas capazes de desenvolver grandes velocidades em percentagens de inclinação consideráveis, isto para além da obrigatoriedade de ser consistente nas secções de terra batida, que provocam um atrito desgastante no esforço do ciclista.

A juntar ao pó, ao vento, às descidas complicadas em sterrato e à predisposição da corrida, que por norma, como uma verdadeira clássica, começa a jogar-se muito cedo, estamos perante uma luva que assenta perfeitamente na mão do homem forte deste lote de atletas descritos.

Seja como for, Mathieu Van der Poel não terá a vida facilitada devido ao desequilíbrio notório entre as formações por detrás de cada candidato, o que pode complicar a tarefa do recente campeão do mundo de ciclocross perante uma situação em que não se consiga colocar no grupo correto ou que a “gap” de capacidade frente aos seus adversários não seja assim tão distanciada.

Neste aspeto, Jumbo Visma, Soudal Quick-Step, UAE Team Emirates, Ineos Grenadiers e até a Bora Hansgrohe, partem com alguma responsabilidade naquilo que toca às naturais movimentações estratégicas que a corrida vai oferecer. Com vários trunfos no baralho, cabe a estas equipas endurecer a corrida para colocar o maior número de homens na dianteira nos momentos chave, que vão começar a surgir a partir da escalada a Montalcino, com cerca de 66 quilómetros percorridos. Os setores de terra batida mais duros surgem a partir desse momento, constituindo-se como aproximadamente 40% do piso nos 60 a 80 quilómetros consequentes.

Previsivelmente, a seleção dos mais fortes começará a suceder-se a partir daqui, havendo espaço para ataques surpresa de outros nomes com qualidade para surpreender: Benoit Conesfroy (AGR2 Citroen Team), Alexey Lutsenko (Astana Qazaqstan Team), Alberto Bettiol (EF Education-EasyPost), Michal Kwiatkowski (Ineos Grenadiers), Alex Aranburu (Movistar Team), Warren Barguil (Team Arkéa Samsic), Diego Ulissi e David Formolo (UAE Team Emirates), a tripla da Bora-Hansgrohe, Sergio Higuita, Aleksandr Vlasov ou Lennard Kamna, ou, quem sabe, Rui Costa, o veterano ciclista português da Intermaché-Circus-Wanty que começou a época em grande forma.

E por falar em portugueses, destaque também para as presenças de Nelson Oliveira e André Carvalho, que, ao serviço da Movistar Team e da Cofidis, terão, provavelmente, a função de trabalhar em torno de um ciclista da equipa apontado como líder para a corrida. Esse trabalho “invisível”, porém, essencial, terá o seu desfecho na zona acima descrita. Daí em diante, seguem-se as decisões, com especial incidência para as últimas duas dificuldades em caso de seguir um grupo na frente da corrida: Le Tolfe e a rampa final em Siena.

Se houver decisão nos últimos quilómetros, este topo em sterrato a 12 quilómetros do fim a 8,6% – representada no ataque de Mathieu Van der Poel abaixo -, e a conhecidíssima rampa final em Siena a 9,1% vão jogar um papel decisivo, numa fase em que a probabilidade das forças entre os homens da frente ser similar é o cenário mais provável.

A 17ª edição da Strade Bianche realiza-se assim amanhã, com a possibilidade de termos a renovação do título para Mathieu Van der Poel, que pode tornar-se no primeiro ciclista a ganhar por duas vezes consecutivas esta corrida e assim juntar-se ao duo da frente: Michal Kwiatkowski com 2 vitórias (em prova) e Fabian Cancellara com 3 vitórias.

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Ricardo Rebelo
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O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.

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