Mathieu van der Poel conquista Volta à Flandres num final épico

Mathieu van der Poel (Alpecin-Fenix) venceu a 106ª edição da Ronde van Vlaanderen à frente de Dylan van Baarle (Ineos Grenadiers) e Valentin Madouas (Groupama-FDJ). A ligação de 272 quilómetros entre Antuérpia e Oudenaarde coroou o ciclista neerlandês, que soma agora o segundo monumento da sua carreira, curiosamente, na repetição da vitória de 2020, nesta prova, também denominada como Volta à Flandres.

Há dois anos, Mathieu van der Poel levou a melhor num épico mano a mano com Wout van Aert (Jumbo-Visma). O sprint emocionante na longuíssima reta antecedente à linha final caiu para o lado holandês, que, agora, em 2022, poderia ter vencido da mesma forma, mas desta vez com o “improvável” Tadej Pogacar como oponente.

O fenómeno esloveno, contra as expectativas dos mais céticos, correu de uma forma demoníaca no empedrado belga, justificando o estatuto de “canibal” da era moderna com mais uma prova de força. Mexeu na corrida a 55 quilómetros da meta, assumiu as despesas ao impor ritmos elevados em todas as dificuldades, colocou a concorrência em sentido e só um volte-face incrível na aproximação à meta deitou todo um esforço de 55 quilómetros a perder.

Pogi foi o ciclista mais forte em todos os momentos da prova… menos no mais importante. Afinal de contas, a estreia e a consequente inexperiência, para além do erro de leitura no sprint, custaram caro ao jovem atleta da UAE Team Emirates. Todos estes indicadores pesaram, assim como o facto de Mathieu van der Poel ter, também, competido.

O respeito pelo duplo vencedor do Tour de France fez-se notar, ou talvez a pura incapacidade. Da má colocação à marcação cerrada, Mathieu van der Poel não ganhou para o susto com a movimentação de Tadej Pogacar, mas acabou por encostar e fez a sua corrida de forma controlada, aproveitando o facto de ter, presumivelmente, a ponta final mais forte, e beneficiar do ritmo avassalador do “novo canibal”, ao qual apenas o próprio conseguiu seguir.

A viabilidade de um ataque a Tadej Pogacar sempre pareceu diminuto, tamanho foi o ritmo evidenciado no ataque inicial em Oude Kwaremont, no próprio Kopenberg, e, já na fase final, na última passagem pelo imponente Oude Kwaremont e no Paterberg. Os dois conseguiram abrir um espaço de cerca de meio minuto, colocando todas as probabilidades na vitória num dos dois.

A verdade é que não foi bem assim. Valentin Madouas e Dylan Van Baarle, contra a corrente da corrida, conseguiram alcançar o duo da frente, que deixou de colaborar demasiado cedo. A cerca de 250 metros, a junção foi feita, e no sprint a quatro, Tadej Pogacar acabou por ficar fechado, completamente fora da luta pela vitória. A frieza com que encarou o último quilómetro foi mal calculada. Custou-lhe, em boa verdade, um lugar no pódio: Mathieu van der Poel, pelo contrário, jogou uma carta arriscada, que acabou por ser certeira dada a ponta final que apresentou (que não teve, por exemplo, na edição passada, perdida na linha de meta para Kasper Asgreen, da Quick-Step Alpha Vynil Team).

Dentro dos 10 primeiros, notabilizaram-se as equipas da Groupama-FDJ e da Bahrain-Victorius. Ambas conseguiram colocar dois homens na frente, destacando-se a grande prestação de Fred Wright, mais um jovem pertencente à nova geração britânica, e que conseguiu na Flandres o melhor resultado da época, depois de ter passado despercebido em várias clássicas belgas do último mês de março.

Negativamente, o destaque vai imediatamente para estrutura da Quick-Step Alpha Vynil Team, que, extraordinariamente, não conseguiu colocar nenhum homem no top20. Tendo em conta os resultados historicamente de sucesso, a má época em termos de clássicas da equipa é uma realidade que se adensa cada vez mais.

A temporada de monumentos e clássicas da primavera prossegue. Só este mês, parte para a estrada o Paris-Roubaix, no dia 17, e a Liège-Bastogne-Liège, no dia 24, isto para além das várias clássicas da primavera, que voltam já no próximo domingo (dia 10), com a realização da Amstel Gold Race.

Foto de Capa: Ronde van Vlaanderen 

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O Ricardo é licenciado em Comunicação Social. Natural de Amarante, percorreu praticamente todos os pelados do distrito do Porto enquanto futebolista de formação, mas o sonho de seguir esse caminho deu lugar ao objetivo de se tornar jornalista. Encara a escrita e o desporto como dois dos maiores prazeres da vida, sendo um adepto incondicional de ciclismo desde 2011.

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