Medidas restritivas da UCI causam desagrado no pelotão | Ciclismo

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Foram vários os ciclistas e fãs da modalidade a demonstrar, através das redes sociais, empatia com o corredor, e o seu desagrado para com esta regra tão rígida da UCI. O australiano Richie Porte escreveu, “bem dito companheiro, existe algum órgão regulador mais fora de contexto com o seu desporto?” Chris Froome reagiu com, “onde é que o nosso desporto está a chegar?”

Na prova feminina do Tour de Flandres, a italiana Letizia Borghesi (Aromitalia Basso Bikes Vaiano) foi também desclassificada, por descartar um bidon fora da zona permitida. Apesar de se ter desculpado por violar a nova regra, achou a desclassificação e a multa um castigo demasiado severo, e que é desapontante saber que haverá menos crianças a experienciar e a sentir a alegria de ter um “prémio da corrida” na berma da estrada. “Ver um sorriso de uma criança quando ela pega num bidon é impagável. Com esta nova regra, veremos muito menos sorrisos e isso, certamente, não é bom para o ciclismo”, referiu a corredora.

Um aspeto importante encontra-se relacionado diretamente com a competição, visto que se prende com o infortúnio de ser apanhado em flagrante por um comissário de corrida ou pelas imagens da televisão. Como consequência poderá haver, por vezes, murmurinho e tentativa de “vitórias de secretaria”. Pois se um ciclista infringe e é penalizado, a sua equipa quererá explicações caso um corredor adversário faça a mesma ação e não sejam tomadas as mesmas medidas. Podem surgir casos caricatos, com corredores da luta pela geral a serem desclassificados.

Também foi anunciado o banimento da posição “super-tuck”, uma posição mais aerodinâmica na bicicleta, com o ciclista sentado em cima do quadro, seguindo-se a proibição de adotar a posição de contrarrelógio durante as etapas em linha, com os antebraços apoiados no guiador.

Esta é uma técnica geralmente utilizada por ciclistas que são exímios em descidas, quando querem aproveitar o terreno para ganhar maior aerodinamismo e velocidade em relação à concorrência, muitas vezes vista em fugas. Alguns ciclistas que são apreciadores de descer assim são: Froome, Mohoric, Nibali, Kwiatkowski, Tim Wellens e Sagan.

A posição de contrarrelógio costuma ser utilizada de forma corrente em terreno plano e em fugas, e acaba por ser uma abordagem a que os corredores estão habituados, o que pode provocar muitos esquecimentos nas primeiras corridas.

Ambas as medidas procuram melhorar a segurança dos ciclistas, mas talvez acabe por interferir em demasia com a corrida e com as técnicas adotadas por cada ciclista. Para a UCI, os pontos de contacto com a bicicleta devem ser o guiador, pedais e o selim, e nenhuma das duas maneiras de correr respeita o que é suposto, tornando o atleta menos apto a reagir aos imprevistos que aparecem na estrada. As posições dos ciclistas profissionais podem levar outros atletas mais jovens, que não têm a mesma destreza e habilidade, a fazer este tipo de manobras, colocando em risco a sua integridade física e a de todos os intervenientes da corrida, isto segundo a UCI.

Por outro lado, acaba por haver uma perda na forma de abordar a corrida pelo ciclista mais criativo e que gosta de arriscar, desprestigiando a componente técnica do ciclismo.

A UCI também tem vindo a trabalhar no sentido de melhorar as condições de segurança nas chegadas das provas, com barreiras bem fixas ao chão, de forma a evitar facilitismos e desastres como a queda de Jakobsen na Volta à Polónia, o que é uma iniciativa muito bem-vinda e necessária para o bem dos principais intervenientes do espetáculo.

André Filipe Antunes
André Filipe Antuneshttp://www.bolanarede.pt
O André é licenciado em Marketing e Publicidade e um fã incondicional de ciclismo. Começou desde pequeno a ter uma paixão pelo desporto, através do futebol. Chegava a saber os plantéis de todas as equipas da Primeira Liga! Com o tempo, abriu-se o horizonte e o interesse para outros desportos, como o Ciclismo, o Futsal e, mais recentemente, a NBA. Diz que no Ciclismo existem valores e táticas que mais nenhum desporto possui e ambiciona um dia ter a oportunidade de assistir ao vivo a um evento deste calibre.

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