Volta a Portugal’2015: Veloso é rei em terras portuguesas

Cabec¦ºalho ciclismo

Gustavo Veloso, ciclista da W52-Quinta da Lixa e vencedor do ano passado, voltou a conseguir a camisola amarela e a sagrar-se o campeão da Volta a Portugal 2015 em bicicleta! Desde o contrarrelógio inicial que se previa que este fosse realmente o desfecho, e a vitória é completamente justa. Ao iniciar este artigo, também quero destacar algumas palavras proferidas pelo vencedor: “Muitos de nós aprendemos a ser ciclistas em Portugal, é aqui que temos essa oportunidade. O que somos hoje deve-se a Portugal”.

A décima etapa, e última, desta nossa Volta terminou em Lisboa e consagrou o espanhol como, novamente, vencedor, não antes de vermos mais um sprint entre os especialistas e onde o italiano Matteo Malucelli, à frente do seu colega de equipa Davide Vigano, venceu a etapa. Este final de etapa foi um dos momentos da prova, visto que os próprios italianos comunicaram entre eles ao sprintarem e, provavelmente, Vigano abrandou um pouco para dar a vitória ao seu colega de equipa – um jovem de 21 anos. Grande momento por parte de ambos quando levantaram os dois os braços a festejar a “dobradinha” na etapa.

Voltando à classificação geral, o galego, de 35 anos, repetiu a conquista realizada em 2014 e partilha o pódio final da 77.ª edição com dois corredores da Efapel, o português Joni Brandão e o espanhol Alejandro Marque, vencedor da Volta em 2013 (sendo certo que ambos ficaram a mais de dois minutos do camisola amarela, realmente uma diferença notável para o bicampeão). Veloso, com triunfos em duas etapas – a sexta, beneficiando da desclassificação de José Gonçalves, e nona, um decisivo contrarrelógio – deu a terceira vitória seguida à equipa de Sobrado, Valongo, após a sua própria vitória no ano passado e a de Marque.

Matteo Maluccelli "voou" rumo à vitória na Avenida da Liberdade, em Lisboa, com o seu companheiro de equipa Davide Vigano a ser o segundo classificado e com esta vitória a proporcionar um excelente momento entre ambos Fonte: Facebook da Volta a Portugal
Matteo Maluccelli e Davide Vigano a proporcionarem um excelente momento entre ambos
Fonte: Facebook da Volta a Portugal

Tal como previsto, o top10 final foi apenas preenchido por ciclistas ibéricos. Novamente uma luta entre Portugal e Espanha, com a Itália a tentar intrometer-se nas etapas ao sprint e os belgas e holandeses a aparecem mais nos contrarrelógios. É desta forma que se pode ver a Volta a Portugal em termos de nacionalidades. Nos 10 melhores encontramos sete portugueses e três espanhóis. Visto assim poderíamos dizer que Portugal claramente venceu esta “batalha”. Mas a verdade é que os três espanhóis ficaram nos quatro primeiros lugares, inclusive no lugar do vencedor. Tudo depende da perspetiva de cada um, mas a verdade é que são os espanhóis que acabam por sair mais felizes desta Volta a Portugal.

Neste top10, além dos três nomes já referidos, Délio Fernandez, não fosse o azar no CR, poderia ter feito com que a W52-Quinta da Lixa tivesse dois homens nos dois primeiros lugares. Ainda assim, mais uma grande prova do espanhol, a mostrar estar presente para o seu líder e, ainda assim, a conseguir fazer a sua própria corrida da melhor forma. Não merecia o azar que teve. Alheio a isso, Joni Brandão conquistou o 2.º lugar e sai desta Volta a Portugal como um dos portugueses com mais capacidade de vir a singrar em termos internacionais.

Destaco, igualmente, a presença de três homens da LA Antarte: Sérgio Sousa, Hernâni Broco e Amaro Antunes. Os três fizeram uma boa prova, regulares do princípio ao fim e, tivessem apostado mais num dos três ciclistas, poderiam ter tido uma ainda melhor classificação. Nos 10 melhores, António Carvalho (vencedor da classificação da montanha no ano passado), ciclista da W52-Quinta da Lixa, trabalhou muito para os dois espanhóis e ainda conseguiu um excelente 6.º lugar. A análise ao top10 termina com dois homens da Boavista: Rui Sousa e Daniel Silva. Silva trabalhou muito bem para o próprio Rui e ainda conseguiu um 8.º lugar, sendo que Rui Sousa voltou a não conseguir vencer a Volta a Portugal. Não se esperava que o conseguisse, ainda para mais com a idade que já tem, mas a verdade é que, ainda assim, consegue ser o 5.º melhor classificado, o 2.º melhor português e terminou em grande, com uma excelente subida à Torre (como é seu apanágio) e com um excelente CR, quase ao nível dos melhores especialistas presentes nesta Volta e, por exemplo, melhor que Marque, também conhecido por fazer muito bons CR’s. Veremos se este será o seu último ano a correr a Grandíssima.

O pódio da Volta a Portugal 2015, por ordem: Joni Brandão (2.º), Gustavo Veloso (1.º) e Alejandro Marque (3.º)  Fonte: Facebook da Volta a Portugal
O pódio da Volta a Portugal 2015, por ordem: Joni Brandão (2.º), Gustavo Veloso (1.º) e Alejandro Marque (3.º)
Fonte: Facebook da Volta a Portugal

Em relação às outras classificações, Gustavo Veloso também venceu a camisola dos pontos, superando o seu colega de equipa Délio Fernandez e o italiano Davide Vigano. A camisola da montanha foi desde cedo um alvo para o português Bruno Silva, sendo que, com a presença nas mais variadas fugas, esse objetivo foi realmente alcançado e é uma vitória justa para o único português a conseguir vencer uma das camisolas desta Volta (os dois outros elementos no pódio desta classificação foram, mais uma vez, os habituais Délio Fernandez e Gustavo Veloso, respetivamente). A camisola da juventude, à partida para esta Volta, estaria “reservada” para Evgeny Shalunov, mas o russo desiludiu e Aleksey Rybalkin mostrou-se muito bem e foi, indiscutivelmente, o vencedor desta camisola, sendo que ainda conseguiu ficar no 16.º lugar da classificação geral. Por fim, a vitória na classificação por equipas ficou para a mais do que citada W52-Quinta da Lixa (uma prestação digna de uma Sky na Volta à França). Grande trabalho de toda a equipa em prol da conquista de todos os objetivos delineados para esta Volta a Portugal. Com três ciclistas no top6, quatro vitórias em etapas e o vencedor da prova, foi uma missão muito bem-sucedida e talvez até melhor do que o que seria inicialmente previsto (a Boavista e a LA Antarte, ambas com três ciclistas no top12, foram as duas outras equipas que ficaram no pódio desta classificação).

Desde 2011 (edição vencida por Ricardo Mestre e que ficou marcada pela presença de dez portugueses no top10 final, sendo que o bem conhecido dos portugueses André Cardoso fez 2.º, com o 5.º classificado deste ano, Rui Sousa, a fazer 3.º em 2011) que um português não vence a Volta. Mais uma vez, Gustavo Veloso foi o mais forte de todos, um verdadeiro “rei” em Portugal. Conseguirá alguém quebrar este domínio para o próximo ano? Cá estaremos para verificar isso!

Foto de capa: Facebook da Volta a Portugal

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O Nuno Raimundo é um grande fã de futebol (é adepto do Sporting) e aprecia quase todas as modalidades. No ciclismo, dificilmente perde uma prova do World Tour e o seu ciclista favorito, para além do Rui Costa, é Chris Froome.                                                                                                                                                 O Nuno escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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