Cricket World Cup: A mais bela final

A jogar em casa, a Inglaterra é finalmente Campeã do Mundo. Mas, não foi fácil. Bem longe disso, na verdade. Depois de uma primeira fase sem grande brilhantismo e uma meia-final arrasadora, o mais belo e doloroso capítulo escreveu-se numa final que ficará para a história da modalidade como um dos seus mais emocionantes jogos.

À entrada para o Mundial de 2019, os anfitriões da Inglaterra e País de Gales (ainda que a equipa seja conhecida somente como ‘Inglaterra’) eram os maiores candidatos, apresentando uma forma consistente ao longo dos meses que antecederam a prova, mas com nações como a Austrália e a constelação de estrelas da Índia a partilharam boa parte do favoritismo.

Todos os capitães das nações participantes do Cricket World Cup
Fonte: ICC
A primeira fase, de formato liga a uma volta entre todos os dez apurados, demonstrou haver bastante equilíbrio, contou com quatro partidas que não se realizaram devido à chuva e apenas o Afeganistão foi para casa sem somar qualquer ponto. Com sete vitórias, Índia e Austrália apuraram-se sem dificuldades de maior para as meias. A Inglaterra correu a certa altura o risco de ficar de fora, especialmente com as duas derrotas consecutivas nos jogos seis e sete, mas venceu as últimas duas partidas para confirmar o terceiro posto. Já a Nova Zelândia, apurou-se com cinco vitórias, ficando à frente do Paquistão no desempate por NRR (Taxa Líquida de Corridas).

Nas semi-finais, a Inglaterra dominou a Austrália de forma soberba. A bater em segundo lugar, os da casa triunfaram por oito wickets e com mais de 100 bolas ainda por bater. Na outra partida, houve bem mais equilíbrio. A Nova Zelândia bateu primeiro e a Índia respondeu à altura levando o encontro para o último Over. Mas, já só com Chahal a bater, este foi eliminado com três bolas por bater e a sua equipa a ainda precisar de 19 corridas.

Finalmente, no grande jogo decisivo, tudo foi levado ao limite. No último Over do jogo, a Inglaterra precisava de 15 corridas para vencer o Mundial. As duas primeiras bolas deram um redondo zero, mas à terceira Stokes acertou em cheio para fora do terreno de jogo para um seis.

Seguiu-se uma jogada memorável e que marcou o campeonato. Stokes bateu para duas corridas, mas ao atirar-se para a base na segunda para não ser eliminado, a bola lançada por em direção à base bateu caprichosamente no taco de Stokes e desviou-se até ao limite do campo para mais quatro. Com duas bolas e a precisar de três corridas, o cenário parecia melhor para os ingleses, mas apenas conseguiram uma corrida por cada e o jogo foi para Super Over.

Foi mais do mesmo. Parece aborrecido assim escrito, mas foi tudo menos isso. A Nova Zelândia esteve a centímetros de conseguir mais uma corrida na última bola, que lhe teria dado o título, mas acabou empatada a final e a Inglaterra saiu por cima no desempate por limites, elevando-se pela primeira vez e perante o seu público ao estatuto de Campeã do Mundo.

O evento termina assim com terceira vitória consecutiva de um dos organizadores (Índia e Austrália ganharam os Mundiais que organizaram em conjunto com, respetivamente, Sri Lanka e Bangladesh e Nova Zelândia) e pode ser considerado um sucesso a todos os níveis como bem comprovam os mais de oito milhões de britânicos que assistiram à final pela televisão.

Foto de capa: ICC

José Baptista
José Baptista
O José tem um amor eclético pelo desporto, em que o Ciclismo e o Futebol Americano são os amores maiores. É licenciado em Direito (U. Minho) e em Psicologia (U. Porto).

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