
Alex “Poatan” Pereira está a trilhar um caminho único no UFC. Em apenas alguns anos, conquistou dois títulos e já se encontra na conversa para ser um dos melhores lutadores de todos os tempos. Poucos atletas conseguiram alcançar tanto sucesso em tão pouco tempo, e ainda menos o fizeram em duas categorias de peso distintas. Como Daniel Cormier recentemente sugeriu, existe um caminho claro para que Pereira se torne o “GOAT” (Greatest of All Time) do UFC. Neste artigo, vamos explorar a jornada de Pereira, a sua capacidade técnica, e os desafios que ele enfrenta para se tornar o melhor de sempre.
Pereira começou a sua carreira no kickboxing, onde já era um nome temido pela sua força descomunal e técnica apurada. A sua ascensão meteórica na modalidade mostrou ao mundo o seu potencial. No entanto, foi a transição para o MMA que realmente provou a sua versatilidade e adaptação. Muitos atletas de kickboxing falham na migração para o MMA devido às exigências do grappling e wrestling, mas Pereira demonstrou uma evolução rápida e uma dedicação incomparável, revelando que não é um lutador unidimensional.
Ao conquistar o título de médio do UFC, Pereira confirmou o que muitos já suspeitavam: ele é um competidor nato, capaz de dominar qualquer adversário com o seu striking de elite. A sua rivalidade com Israel Adesanya foi um marco no UFC, não só pela intensidade dos combates, mas pela história e a estratégia envolvidas. No entanto, foi na mudança para a categoria de meio-pesado que “Poatan” realmente começou a construir o seu legado.
Atualmente, Pereira já defendeu o seu título de meio-pesado três vezes num curto espaço de sete meses, mostrando uma resistência e consistência extraordinárias. A sua última defesa contra Khalil Rountree foi uma exibição de puro poder e resiliência. É aqui que o seu potencial para ser GOAT começa a ganhar força. Como Cormier afirmou, Pereira já possui tantas defesas de título quanto ele teve nesta categoria, mas a questão é se “Poatan” consegue ou não levar este momento para o próximo nível.
Cormier apontou que vencer um terceiro título, desta vez no peso-pesado, seria o passo decisivo para elevar Pereira ao estatuto de lenda. E isto não é um sonho irrealista: com a sua estrutura física, força e técnica de striking, “Poatan” poderia de facto competir contra os melhores pesos-pesados da atualidade. Este seria um feito sem precedentes na história do UFC, onde apenas alguns poucos conseguiram competir com sucesso em três categorias de peso.
A história de Pereira no UFC não é apenas de vitórias e títulos, mas também de uma extraordinária força de vontade. Antes da sua última luta, estava a recuperar de várias lesões e considerou desistir do combate. No entanto, decidiu lutar, mostrando ao mundo o seu comprometimento. Esta dedicação gera um respeito inquestionável e uma espécie de “goodwill” com a organização e os fãs. Não é apenas o seu sucesso no octógono que o distingue, mas também a sua coragem e disposição de lutar mesmo em situações adversas.
A possibilidade de enfrentar um lutador de peso-pesado como Tom Aspinall ou até outros grandes nomes poderia cimentar de vez a sua posição entre os gigantes do MMA. Se Pereira escolher trilhar este caminho, ele terá uma oportunidade única de gravar o seu nome na história do UFC. A ideia de um lutador vencer títulos em três categorias distintas não é apenas fascinante, mas redefiniria o que significa ser o maior de todos os tempos no UFC.
No entanto, há mais desafios à espera de Pereira na sua categoria atual. Lutar contra Magomed Ankalaev é um teste que ele terá inevitavelmente de enfrentar. Ankalaev é um adversário perigoso, com uma base sólida de wrestling e uma habilidade em striking que poderia desafiar a própria técnica de “Poatan”. Se Pereira conseguir passar por este teste, estará a um passo mais perto do seu objetivo.
Para muitos, a grandeza de um lutador não se mede apenas pelos títulos que conquista, mas pelos obstáculos que supera. E, neste aspecto, Alex Pereira parece ser imparável. A sua resiliência, tanto física como mental, é incomparável. Mesmo sob pressão, ele mantém uma calma fria, analisando os seus adversários e respondendo com precisão e poder.
Outro fator que fortalece a candidatura de Pereira ao título de GOAT é a sua capacidade de evolução. Em cada combate, “Poatan” mostra uma versão mais polida e técnica de si mesmo. Não está apenas a depender do seu incrível striking, mas também a melhorar no grappling e a defender-se melhor contra o wrestling, uma das áreas em que muitos críticos inicialmente acreditavam que ele poderia ter dificuldades.
A luta de Pereira é inspiradora para muitos fãs e atletas de MMA, especialmente para aqueles que vêm de backgrounds menos convencionais para o octógono, como o kickboxing. Ele provou que, com trabalho árduo e foco, é possível dominar múltiplas disciplinas e torná-las numa vantagem estratégica. Ele não é um lutador que se conforma, mas um que constantemente busca a perfeição.
Cormier disse bem: “Este homem é especial”. E é essa singularidade que coloca Alex Pereira numa posição única para alcançar o estatuto de GOAT. Ele não é apenas mais um campeão no UFC; ele é uma força que desafia o status quo e redefine os limites do que é possível dentro do octógono. Ele é o tipo de atleta que vem para deixar um legado.
Por fim, a questão permanece: será que Alex Pereira pode ser o maior de todos os tempos? Se continuar a defender o seu título, aceitar novos desafios e até tentar um reinado no peso-pesado, ele terá uma oportunidade que poucos antes dele tiveram. A história do UFC está cheia de lendas, mas Pereira está a escrever um capítulo que pode vir a superá-las.
No entanto, a glória de ser considerado o GOAT vem com um preço. Cada luta torna-se um teste para o seu corpo e mente. A exigência física é brutal, e a pressão psicológica de manter o cinturão pode ser avassaladora. Mas até agora, Pereira tem mostrado uma capacidade única de enfrentar tudo isso de frente, com determinação e foco.
Em última análise, talvez o fator mais determinante para Pereira é a sua relação com o público e a organização. A forma como conquistou os fãs e o respeito dos seus pares é algo raro e precioso. Ele não é apenas um lutador fenomenal; é um embaixador do desporto, alguém que inspira outros a sonharem grande e a não desistirem.
Se a sua trajetória continuar com esta intensidade, não restará dúvida: Alex “Poatan” Pereira terá todos os ingredientes para ser coroado o GOAT. Afinal, ele já não está a lutar apenas para si; ele está a lutar para se tornar uma lenda viva no desporto que o adotou e que ele transformou com a sua habilidade e coração de campeão.