WWE Elimination Chamber: John Cena vendeu a alma ao diabo

É difícil que um evento especial da WWE, que nem é um dos maiores, seja tão impactante como foi o Elimination Chamber no último sábado. Triple H pode estar orgulhoso por ter proporcionado um evento deste calibre, que teve regressos, mais combates confirmados para a WrestleMania e ainda um herói que se tornou vilão no seu último ano de carreira quando já ninguém o esperava.

BIANCA VAI À MANIA, MAS COM DISTRAÇÕES

A noite começou com o Elimination Chamber feminino, que envolvia Bianca Belair, Naomi, Liv Morgan, Roxanne Perez, Raquel Rodriguez e Alexa Bliss. O momento mais memorável do combate aconteceu logo nos primeiros segundos. Liv Morgan e Naomi iam começar, até que Jade Cargill regressou, depois de ter sido atacada por alguém cuja identidade ainda é desconhecida.

Presumia-se que Cargill iria atacar Morgan, mas foi direitinha na direção de Naomi, dando cabo dela enquanto Bianca Belair entrava em pânico dentro do seu pod. Naomi foi prontamente eliminada por não estar em condições de competir e começar assim a noite foi excelente. O ataque deixa margem para interpretações, o que é uma coisa positiva. Será que Cargill sabe que foi Naomi a atacou e veio só vingar-se? Será que Jade só atacou Naomi porque esta ocupou o seu lugar na equipa com Bianca Belair? Ainda temos algumas dúvidas e isso é bom, porque os próximos episódios devem trazer respostas.

De resto, o Elimination Chamber em si foi bem conseguido, com todas as mulheres a trabalharem imenso e a darem o seu melhor para proporcionarem um combate. Mas Liv Morgan foi sem dúvida a MVP desta luta e o mini-combate que ela teve com Bianca Belair no final também foi um bom momento. No final, Belair venceu, mesmo com a distração emocional do ataque de Jade Cargill a Naomi, e avança para a WrestleMania para lutar contra Rhea Ripley ou IYO SKY (embora eu prefira um Triple Threat, de modo a guardar a luta um contra um entre Ripley e Belair para mais tarde e com mais história).

TRISHY TIME LEVAM A MELHOR

De seguida, em mais um combate feminino, Nia Jax e Candice LeRae lutaram contra Tiffany Stratton e a Hall of Famer, Trish Stratus, a competir no Canadá. Embora este tenha sido o combate menos memorável de toda a noite, foi exatamente aquilo que precisava de ser, no meu entender. Fiquei surpreendido com o facto de ter sido Jax a perder para a sua equipa, mas levou dois finishers antes de sofrer o assentamento, o que lhe dá uma desculpa. Também me surpreendeu o facto de Stratus, já quase com 50 anos, ter provavelmente estado mais tempo em ringue do que Stratton, mas as quatro mulheres acabaram por fazer um bom trabalho. Tiffany avança agora para a WrestleMania, onde vai defender o seu título contra Charlotte Flair, naquela que tem sido de longe a pior história para esse evento até ao momento, mas ainda vão a tempo de melhorar.

ISTO FOI FANTÁSTICO

Entrámos de seguida nos combates masculinos, começando com um Unsanctioned Match entre Kevin Owens e Sami Zayn. Foi surpreendente para alguns o facto de não ter havido sangue aqui, mas, em boa verdade, houve apenas um momento do combate que o justificava (e Cody Rhodes sangrou mais tarde no evento principal). Este combate teve várias armas, incluindo uma cadeira coberta com arame farpado, e estes dois homens, que já se conhecem há muito tempo, proporcionaram o melhor combate da noite. Michael Cole foi fantástico na mesa de comentários a vender o drama deste momento. No final, Owens venceu (era o único cenário aceitável), com um powerbomb no canto do ringue.

Owens pretendia continuar o seu ataque depois do combate, mas tivemos de seguida mais uma surpresa. Randy Orton, que já foi vítima dos piledrivers de Owens recentemente, fez o seu regresso, aplicou um RKO em Owens e quase que lhe acertava com um punt, antes de ser interrompido por alguns árbitros. Este será com quase toda a certeza um combate para a WrestleMania.

CENA VAI ATACAR O RECORDE

Seguiu-se o Elimination Chamber masculino, com Drew McIntyre, Damian Priest, Logan Paul, Seth Rollins, CM Punk e John Cena envolvidos. McIntyre foi o primeiro a ser eliminado, com um assentamento repentino por parte de Priest, naquela que foi a parte do combate que mais me incomodou. Drew teve um ano de 2024 incrível e tem continuado assim este ano, mesmo com um booking que tem sido terrível com ele, e eu considero que ele merecia um combate muito melhor na WrestleMania, mas parece que será mesmo contra Priest.

É aqui que acabam as minhas queixas, até porque a segunda parte do combate foi bastante mais memorável. Tivemos várias interações entre John Cena e CM Punk, o que foi bom, e foram mesmo eles que terminaram o combate. Punk acabou por perder graças a Seth Rollins, que já tinha sido eliminado, mas mesmo assim quis custar a vitória ao seu grande inimigo. Cena aproveitou com o STF e é ele que avança para a WrestleMania para desafiar Cody Rhodes, em busca de um histórico 17.º reinado no seu último ano de carreira.

NÃO FOI CODY QUE VENDEU A ALMA A THE ROCK

Enquanto John Cena festejava a sua vitória no ringue, Cody Rhodes veio para junto do seu adversário e The Rock seguiu-se (acompanhado pelo rapper Travis Scott, à procura da ‘alma’ de Rhodes. O primeiro momento aconteceu logo na forma como Cody recusou a proposta, com um: “Hey Rock, go f*** yourself” que nem foi censurado pela Netflix, que estava a transmitir o evento.

Mas o que se seguiu surpreendeu toda a gente. Cena parecia estar a celebrar a decisão que Rhodes, abraçando-o, mas virado de frente para Rock. Contudo, a expressão facial de John Cena mudou (Cena foi absolutamente fenomenal com as suas expressões em todo o segmento), Dwayne Johnson fez um gesto e Cena aplicou imediatamente um golpe baixo em Cody. Seguiu-se um violento ataque de Cena e Rock (e também Travis Scott) em Cody Rhodes, que sangrou, como já tinha sangrado mais ou menos por esta altura no ano passado.

É muito curioso (e também muito positivo) que a WWE esteja finalmente a promover John Cena como um vilão no seu último ano de carreira, sendo algo que os seus fãs quiseram durante vários anos e que nunca aconteceu. Agora que as pessoas querem apoiá-lo mais, somos surpreendidos desta forma, mas é uma decisão que torna um combate que já seria imperdível num combate imperdível com uma história muitíssimo interessante, que vai tornar a WrestleMania ainda mais imperdível.

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Bernardo Figueiredo
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O Bernardo é licenciado em Comunicação Social (jornalismo) na Universidade Católica de Lisboa e está a terminar uma pós-graduação em Comunicação no Futebol Profissional, no Porto. Acompanha futebol atentamente desde 2010, Fórmula 1 desde 2018 e também gosta de seguir ténis de vez em quando. Pretende seguir jornalismo desportivo e considera o Bola na Rede um bom projeto para aliar a escrita ao acompanhamento dos desportos que mais gosta.

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