
O Money in the Bank é um dos combates mais especiais que a WWE tem em cada ano, de tal forma que foi criado um evento especial para o celebrar. Este ano, para além de dois combates Money in the Bank (masculino e feminino), tínhamos ainda outros três combates e uma aparição surpresa. No final, foi a nova Bloodline, liderada por Solo Sikoa, a deixar a sua marca em Toronto.
MCINTYRE É O SENHOR MONEY IN THE BANK
Num premium live event que existe devido a um tipo específico de combate, foi precisamente com esse tipo de combate que a noite começou, com o Money in the Bank masculino. Jey Uso, Andrade, LA Knight, Chad Gable, Carmelo Hayes e Drew McIntyre iam procurar subir o escadote e agarrar uma mala com um contrato que lhes permitiria desafiar por um título à escolha no período em que quisessem durante um ano. O combate foi aquilo que se espera de um combate de escadotes na WWE, com alguns spots arriscados, mas que contribuíram para a espetacularidade daquilo a que se assistiu. McIntyre foi o vencedor, usando um escadote para derrubar Jey Uso de outro escadote e subindo para conquistar a mala com o contrato. Esta história iria ter mais desenvolvimentos com o desenrolar da noite.
SAMI ZAYN VOLTA A SOBREVIVER
O segundo combate da noite trouxe um resultado surpreendente para muitos. Sami Zayn defendia o seu título Intercontinental contra Bron Breakker e muitos previam que o filho de Rick Steiner, que entrou no Raw como peixe na água, conquistasse aqui o seu primeiro título fora do mundo do NXT. Ao contrário das expetativas, Zayn, a lutar no seu Canadá, prolongou o seu reinado durante mais tempo, triunfando com o seu Helluva Kick.
Confesso que esperava um desfecho diferente, pela forma como Breakker entrou no plantel principal, mas o combate enfatizou os pontos mais fortes do Steiner mais novo, destacando também a característica de Zayn ser mais forte contra adversários mais fortes do que ele. Daqui para a frente, é expectável que Breakker continue no radar do título Intercontinental.
ESTÁ A TERMINAR PARA JOHN CENA
Antes do combate seguinte, tivemos uma aparição surpresa para um anúncio que ninguém queria ouvir, mas que não surpreende. John Cena apareceu em Toronto para anunciar que a sua carreira no ringue está prestes a terminar, revelando que, em 2025, vai competir no seu último Royal Rumble e na sua última WrestleMania.
Apesar de o segmento ter sido bastante breve, merece uma menção, porque John Cena era uma das grandes figuras da WWE quando comecei a ver. Uma figura que tem aparecido com menor regularidade nos últimos tempos, devido aos seus compromissos com Hollywood, mas uma figura que vai ser sempre lembrada na WWE como uma das maiores de todos os tempos.
CM PUNK REGRESSA COM VINGANÇA
De seguida, estava na altura de Damian Priest defender o seu título mundial contra Seth Rollins, num combate com algumas estipulações. Com o resto dos Judgment Day a ficarem de fora, por vontade do campeão, Rollins ficaria impedido de lutar pelo título enquanto Priest fosse se campeão se perdesse. Por outro lado, se Priest perdesse o título, teria de sair dos Judgment Day. E ainda havia a ameaça de Drew McIntyre, que tinha conquistado a mala Money in the Bank minutos antes.
E foi precisamente o escocês que apareceu (depois de um momento estranho, em que Priest não escapou à contagem de três, apesar de o árbitro só ter contado até dois) para fazer o cash-in e tornar este combate num ameaça tripla. Até que CM Punk, que tinha sido atacado por McIntyre há cerca de duas semanas, apareceu para virar tudo ao contrário. Punk atacou McIntyre de tal forma que Priest tirou partido e derrotou o escocês para manter o seu título.
Este desfecho permite continuar várias histórias e reabrir outras. Em primeiro lugar, Priest continua nos Judgment Day, mas vai existindo alguma tensão com o grupo, sobretudo com Finn Bálor. Quanto a CM Punk, continuam os seus problemas com Drew McIntyre (que perde desde já a mala Money in the Bank), mas reabre-se a rivalidade com Seth Rollins, que, graças à interferência, já não pode voltar a lutar pelo título enquanto Damian Priest for campeão.
TIFFY TIME
Seguia-se mais um combate Money in the Bank, desta vez o feminino, com Naomi, Zoey Stark, Lyra Valkyria, Tiffany Stratton, Chelsea Green e IYO SKY a lutarem todas por um contrato que lhes permitiria desafiar uma campeã à escolha quando quisessem no prazo de um ano. A versão feminina não foi sempre bem executada (houve alguns momentos de spots mal feitos), mas os spots até foram mais arriscados e às vezes mais espetaculares do que no combate dos homens.
Chelsea Green voltou a destacar-se com o seu suposto medo de alturas e foi mesmo ela que acabou por ser atirada do escadote para cima de duas mesas que estavam montadas fora do ringue (já depois de Zoey Stark ter sofrido um brainbuster em cima de um escadote por parte de IYO SKY). Quem beneficiou foi Tiffany Stratton, que alcança o maior feito da sua curta carreira no plantel principal, ela que tem impressionado desde o primeiro minuto e está agora a um cash-in bem sucedido de se tornar campeã feminina.
ESTA BLOODLINE É PARA LEVAR A SÉRIO
Para terminar a noite, o campeão da WWE Cody Rhodes iria juntar forças a Kevin Owens e a Randy Orton para defrontar a nova Bloodline, liderada por Solo Sikoa e que também tinha Tama Tonga e o estreante Jacob Fatu (com Tonga Loa junto ao ringue). Este combate serviu alguns propósitos. O primeiro era exibir a nova Bloodline em ação, dominando contra um trio de créditos firmados. O segundo era focar-se particularmente em Jacob Fatu, que até foi decisivo para a vitória. E o terceiro foi estabelecer Solo Sikoa como candidato ao título de Rhodes no SummerSlam.
Depois de o árbitro ter sido derrubado, valia tudo e assistimos a um três contra quatro que favoreceu a Bloodline. Voltando ao ponto anterior, Jacob Fatu entrou no ringue e atacou Cody Rhodes, permitindo a Sikoa terminar o combate com um Samoan Spike, com o autoproclamado ‘novo chefe tribal’ a fazer aquilo que Roman Reigns não fez este ano: derrotar Cody Rhodes.